tag:blogger.com,1999:blog-218795742024-03-07T06:12:52.236-03:00Renata MielliUnknownnoreply@blogger.comBlogger378125tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-69239537515351729022017-04-07T10:35:00.001-03:002017-04-07T10:35:50.365-03:007 de abril, dia do jornalista. Comemoração ou luta?<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3kspsuXdS_mqp9D2womtD7bSf4CxdIdrJjZUxcRlhIKyTaYXVZkiqfk27QDaRoFY0TAl4E3aQdn-FW34Zb2hqkccRVYqtdfTAvc2EVaOli9fb9brhR5b5pkgLEsP2shY7HYt2/s1600/Ace+in+the+Hole+cut+5.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="277" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3kspsuXdS_mqp9D2womtD7bSf4CxdIdrJjZUxcRlhIKyTaYXVZkiqfk27QDaRoFY0TAl4E3aQdn-FW34Zb2hqkccRVYqtdfTAvc2EVaOli9fb9brhR5b5pkgLEsP2shY7HYt2/s320/Ace+in+the+Hole+cut+5.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Cena do filme A montanha dos 7 abutres</td></tr>
</tbody></table>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Final da década de 30
do século XI, Honoré de Balzac publica um livro que se
transformaria num clássico da literatura, Ilusões Perdidas. Em
centenas de páginas, o escritor francês conta a história de Lucien
de Rubempré que se aventura pelo jornalismo e pelas entranhas da
aristrocracia decadente numa busca insaciável por riqueza, fama e
poder.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Li Ilusões Perdidas há
muitos anos. A lucidez ácida e crítica de Balzac é um verdadeiro
balde de água fria sobre os que, iludidos pela ideia glamourizada do
jornalismo, acreditam que este é um ofício a serviço da sociedade
e das pessoas. Uma vocação autruista de tornar público os
acontecimentos de forma desinteressada, ou ainda um instrumento da
sociedade para fiscalizar o Estado. “O jornal já não é feito
para esclarecer, mas adular opiniões. Por isso, daqui a algum tempo,
todos os jornais serão covardes, hipócritas, infames, mentirosos,
assassinos; vão matar ideias, sistemas”, vaticina Balzac.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Este tempo é hoje.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Espere! Mas os
jornalistas não são os jornais, o jornalista não é a imprensa.
Mas é impossível pensar no profissional apartado de sua profissão.
Não há um jornalista ideal. Há o trabalhador, a pessoa de carne e
osso que é uma das muitas peças na ingrenagem na indústria
jornalística.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E nestes tempos, este
trabalhador em sua maioria está anestesiado, está calado ou
conivente. Afinal, o jornalista não se considera trabalhador. O
jornalista é um intelectual, um colega do patrão. Colega?
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Dic. sm e sf: Pessoa
que pertence ao mesmo colégio, à mesma classe, escola, instituição,
corporação, repartição ou sociedade, principalmente literária ou
científica, que outra ou outras; aquele que preenche as mesmas
funções, que exerce a mesma profissão ou atividade que outras
pessoas: colegas de escola, de magistratura.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A alcunha “coleguinha”
– já bravejou tantas vezes o emérito Bernardo Kucinski – acabou
com a identidade de classe do jornalista. Dono do jornal e jornalista
são coleguinhas não porque são amigos, mas porque são “iguais”,
pertencem à mesma “sociedade”. Pelas relações no cotidiano um
trabalhador até pode se tornar amigo do chefe. Há amizade entre as
diferentes classes sociais, mas isso não borra a identidade de um ou
outro.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Esse “apagamento
social do trabalhador” é uma estratégia de adestramento. É uma
cooptação. Isso é alimentado nas salas de aula de jornalismo e
pela visão glamourizada da profissão. Todos querendo riqueza, fama
e poder, tudo à imagem e semelhança de Bonner e Miriam Leitão.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas a realidade é
totalmente outra. O jornalista é um trabalhador. Está precarizado.
Está pejotizado. Não tem autonomia para narrar uma notícia, não
tem autonomia para definir quem serão suas fontes, não tem
autonomia para definir manchetes. Perdeu a autonomia e foi se
adequando. Foi se moldando à tal da linha editorial. Foi perdendo o
direito de ter direito à cláusula de consciência. Foi perdendo a
consciência. Tudo em nome do emprego, na verdade do trabalho, porque
emprego mesmo ele não tem mais há muito tempo: carteira assinada,
férias, 13º salário, licença maternidade, licença paternidade,
fundo de garantia, aposentadoria. Afinal, jornalista não é
trabalhador é empreendedor. É um funcionário dele mesmo. É um
CNPJ de Pessoa Jurídica.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ué, mas isso é o que
querem para todos nós: Reforma da Previdência, Reforma
Trabalhista... É o fim dos direitos conquistados. Os que já sentem
na própria pele o que significa a perda destes direitos deveriam ser
os primeiros a se levantarem contra as reformas. Mas não. Estão
paralisados, estão anesteciados, estão defendendo o interesse dos
coleguinhas, que “somos todos nós jornalistas”, afinal? Ou não?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
É o que alerta a Fenaj
em nota sobre o dia de hoje, “como parte da classe trabalhadora,
os/as jornalistas também serão afetados pelas reformas em curso,
caso sejam implementadas. Essas reformas significam precarização
das relações de trabalho, instabilidade, rebaixamento de salários
e trabalho sem fim. Com elas, perde o país e perdem os trabalhadores
e trabalhadoras”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Cético, Balzac diz que
“a igualdade pode ser um direito, mas não há poder sobre a Terra
capaz de a tornar um fato”. Discordo veementemente. Ilusões são
projeções fictícias da realidade. É fundamental não
alimentá-las.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Luta não é ilusão.
Luta é atitude, é empoderamento. A história da humanidade nos
mostra que a luta organizada da sociedade, dos trabalhadores,
transforma a realidade e garante conquistas.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Por isso, apesar de não
termos muito o que comemorar, temos muito sobre o que discutir, sobre
o que refletir. Sobre a profissão e o profissional. Sobre nossa
identidade de classe. Sobre a urgência de nos colocarmos na luta, ao
lado dos trabalhadores e das trabalhadoras contra as Reformas. Contra
os retrocessos em curso no país.</div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-54924284930785862532016-09-01T09:23:00.001-03:002016-09-01T19:24:30.910-03:00O golpe da mídia e a luta pela democratização da comunicação<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiowXeVbqfEC0-52ihwKeuAsC31j0g9nazSNiTueVqYyLFM_E-n-_ugSKk6WT3TPzN7xhAxTW4wbfpiAK25xNzRswSLwY-xWDzs0QShnWvTQm7qhxC9Ji7fSDZApAjJ-WATESET/s1600/ChmrblxWwAEJa7X.jpg-large.jpeg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiowXeVbqfEC0-52ihwKeuAsC31j0g9nazSNiTueVqYyLFM_E-n-_ugSKk6WT3TPzN7xhAxTW4wbfpiAK25xNzRswSLwY-xWDzs0QShnWvTQm7qhxC9Ji7fSDZApAjJ-WATESET/s320/ChmrblxWwAEJa7X.jpg-large.jpeg" width="182" /></a></div>
<span style="text-align: center;">A doutrinação diária dos meios de comunicação hegemônicos no Brasil, realizada sistematicamente nos últimos 13 anos, reuniu alguns elementos que levaram à consumação do golpe deste dia 31 de agosto. O aprofundamento da criminalização dos movimentos sociais, as denúncias seletivas de corrupção contra o PT e suas lideranças, e a criação de uma nova ameaça comunista na América Latina, representada pelos governos bolivarianos e pelo Foro de São Paulo, resultaram numa mistura explosiva que cindiu a sociedade e fez emergir dos subterrâneos as piores manifestações do fascismo que estavam adormecidas no país.</span><br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Não, não há equivoco no substantivo utilizado para abrir este artigo. Doutrinação. A mídia hegemônica há muitos anos deixou de praticar jornalismo, de perseguir o objetivo de levar às pessoas informações isentas sobre acontecimentos relevantes. Ignorar isso é deixar de perceber a centralidade dos meios de comunicação no golpe. A mídia é o golpe. Sem ela o golpe não teria se consumado.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Isso não significa, claro, que ela deu o golpe sozinha. Não. Contou com o parlamento vendido para os interesses privados que financiam as campanhas eleitorais e com o Poder Judiciário que foi alimentado e alimentou as notícias que gestaram o golpe. Sem a mídia, o Parlamento e o Poder Judiciário provavelmente não teriam conseguido derrubar Dilma.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Este processo histórico só reforça a indispensabilidade da luta pela democratização dos meios de comunicação. É preciso enfrentar o desafio de ampliar a diversidade e a pluralidade da mídia de massas no Brasil, apesar do cenário totalmente adverso. Encontrar brechas e buscar apoios internacionais para impedir ataques à liberdade de expressão e, quem sabe, conquistar pequenos avanços, mesmo no Brasil pós-golpe. Isso não significa ter ilusões de que podemos ter no curto prazo mudanças estruturais – já não as conquistamos nos últimos 13 anos – mas sim reconhecer que não se pode abandonar esta agenda e esperar o golpe passar.<br />
<br />
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU_eHsXqqaU9diK6Gnu9NsUtHJ6li7Yt_MQSUxFVpD1VoKcmwucChc1kLCvl89HnOBvAogFfJip25agbdFV69KtVsA-KJ_5fB6t9c3-mvQb1on8m33IPTGkqzbKxhvWBQSLa8o/s1600/Captura+de+Tela+2016-09-01+a%25CC%2580s+08.48.35.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="116" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU_eHsXqqaU9diK6Gnu9NsUtHJ6li7Yt_MQSUxFVpD1VoKcmwucChc1kLCvl89HnOBvAogFfJip25agbdFV69KtVsA-KJ_5fB6t9c3-mvQb1on8m33IPTGkqzbKxhvWBQSLa8o/s320/Captura+de+Tela+2016-09-01+a%25CC%2580s+08.48.35.png" width="320" /></a>Até porque o golpe está em curso, não se concluiu. Ele começou com os ataques sem trégua ao governo, passou pelo processo de impeachment e continua, agora, com a agenda regressiva que visa retirar direitos sociais e trabalhistas, vender o patrimônio público, acabar com o protagonismo soberano do país nas relações internacionais e submeter, mais uma vez, a nação aos interesses geopolíticos dos Estados Unidos.<br />
<br />
Em 01 de setembro um novo ciclo se abre com o golpe. Nele, não duvidem, vamos ver um comportamento inverso da mídia. Potencializar pautas positivas para o governo e esconder as negativas. Também vamos vivenciar o aumento da repressão policial, a perseguição política e ideológica e o cerceamento à liberdade de expressão, que já davam as caras desde 14 de maio de 2016, quando Michel Temer assumiu interinamente a presidência.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Por isso, defender a comunicação pública, denunciar os ataques à liberdade de expressão, criar uma ampla campanha para garantir a sustentabilidade da mídia alternativa, impedir retrocessos de direitos conquistados no Marco Civil da Internet, denunciar o vigilantismo na rede, estreitar a agenda da democratização da comunicação com a pauta dos movimentos culturais, denunciar as violações de direitos humanos na mídia, e ampliar o debate sobre estes temas com a sociedade são iniciativas que precisam ser vistas como parte da luta contra o próprio golpe. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Se não dá pelas urnas, vamos de golpe</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Apesar da campanha midiática em torno do mensalão, Lula ganhou as eleições em 2006. Em 2010, a prisão de integrantes do governo de Lula e a aliança da mídia com o judiciário para amplificar a repercussão do julgamento da Ação Penal 470 não foram sufientes para impedir a eleição de Dilma Rousseff. Em 2014, a crise em torno da Petrobras e o início da Operação Lava Jato também não garantiram a derrota de Dilma.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O povo deu quatro vitórias eleitorais sucessivas ao PT. O que explica isso? Três fatores foram decisivos para garantir as eleições de Lula e Dilma: as políticas públicas de transferência de renda, geração de emprego e inclusão social que tiraram 40 milhões de brasileiros da miséria; bons resultados da economia nacional; e a ação da mídia alternativa e das redes sociais na construção de uma outra narrativa dos acontecimentos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A complexidade que os tempos de novas tecnologias da informação trazem para a política são enormes. A começar pela constatação de que o poder da mídia não é absoluto, mas ainda é muito grande e capaz de influenciar cultural, social e politicamente a sociedade.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ao longo dos últimos anos, surgiram dezenas, centenas de blogs, sites e veículos de comunicação contra-hegemônicos que desmascararam farsas, que denunciaram a manipulação da mídia, que realizaram uma verdadeira guerrilha informativa para disputar a narrativa dos acontecimentos em curso no país.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Assim, ao perder a quarta eleição consecutiva, a elite conservadora percebeu que investir em mais quatro anos de campanha opocionista sistemática poderia ser muito arriscado. Principalmente depois do fracasso da iniciativa de selar a vitória de Aécio, no dia 23 de outubro de 2014, quando a revista Veja publicou antecipadamente sua edição dominical com a capa que trazia Lula e Dilma e a manchete: Eles sabiam de tudo. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Usada como panfleto para tentar garantir a vitória de Aécio Neves numa disputa bastante apertada, a capa da Veja chegou a ser impressa separadamente do miolo e encartada em jornais. Depois de três derrotas eleitorais consecutivas, a elite econômica e política do país (e seus aliados internacionais) estavam certos que voltariam à conduzir o Brasil.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Se surpreenderam ao ver que não. Na verdade amargaram a quarta derrota seguida.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>As estratégias de propaganda da mídia</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A mídia brasileira é porta-voz dos interesses da elite econômica e política do país desde sempre. Ela nasceu desta elite, é parte dela. Imaginar que estes veículos (Globo, Bandeirantes, SBT, Folha de S.Paulo, Estadão, Veja, Isto É & Cia) olhariam desinteressados, melhor dizendo, noticiariam de forma desinteressada a mudança no governo e na orientação política do país é de uma ingenuidade inominável. Infelizmente, essa ingenuidade foi hegemônica nos governos de Lula e Dilma. Acreditaram, ou quiserem crer, que seria possível implementar um novo projeto político de desenvolvimento nacional, de relações internacionais baseadas na soberania e na integração, de inclusão social e promoção de direitos em aliança com a mídia. Deu no que deu.</div>
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<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Para desconstruir o governo e a esquerda, os meios de comunicação seguiram um roteiro que se encaixa perfeitamente nos princípios da proganda política criada por Joseph Goebbels, ministro da Propaganda de Adolf Hitler: Simplifique não diversifique, escolha um inimigo por vez. Ignore o que os outros fazem concentre-se em um até acabar com ele; Divulgue a capacidade de contágio que este inimigo tem; Transladar todos os males sociais a este inimigo; Exagerar as más noticias até desfigurá-las transformando um delito em mil delitos criando assim um clima de profunda insegurança e temor; Transformar tudo numa coisa torpe e de má índole. As ações do inimigo são vulgares, ordinárias, fáceis de descobrir; Fazer ressonar os boatos até se transformarem em notícias sendo estas replicadas pela “imprensa oficial’; Sempre há que bombardear com novas notícias (sobre o inimigo escolhido) para que o receptor não tenha tempo de pensar, pois está sufocado por elas; Discutir a informação com diversas interpretações de especialistas, mas todas em contra do inimigo escolhido; Ocultar toda a informação que não seja conveniente; Buscar convergência em assuntos de interesse geral apoderando-se do sentimento produzido por estes e colocá-los em contra do inimigo escolhido.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Utilizando-se destes expedientes, a mídia foi alimentando um discurso de ódio contra o PT e contra tudo que se relaciona com ele, levando pessoas a levantarem cartazes desejando o retorno da ditadura militar, ou afirmando que o problema da ditadura foi não ter matado Dilma e todos os comunistas.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O PT é o responsável por toda a corrupção e pela crise econômica. Não um dos, o único. Ignoram-se processos políticos anteriores, crise econômica internacional, problemas ambientais, a culpa de tudo é do PT. Além disso, o PT passou a ser sinônimo de coisas ruins e personificou ameaças e “inimigos” externos. Um espectro ronda a América Latina, o espectro do bolivarianismo. E o representante do bolivarianismo no Brasil é o PT. Ninguém sabe muito bem o que é isso, só sabem que não é bom. A associação da imagem de Lula e Dilma com Chávez, sempre tratado como ditador e autoritário foi explorada inúmeras vezes.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
Apesar de terem perdido a eleição em 26 de outubro, o caminho para o golpe estava pavimentado. Assim, a narrativa do golpe midiático/parlamentar/jurídico que teve seu desfecho neste dia 31 de agosto de 2016 começou a ser construída exatamente no dia 27 de outubro de 2014.</div>
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<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O que se seguiu depois da reeleição de Dilma foi o escancaramento de uma mídia partidária e militando em favor do impeachment de forma calculada. Melhor perder um pouco da credibilidade momentaneamente e interromper o ciclo político iniciado por Lula agora. Depois se vê como cicatrizar as feridas. Algo como: vão-se os aneis mas ficam os dedos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A postura da Rede Globo na convocação dos atos pelo impeachment foi realmente vergonhosa. A família brasileira espontâneamente nas ruas clamando pelo fim da corrupção. Enquanto os atos organizados pelos movimentos sociais não eram compostos do povo, mas de militantes petistas pagos para defender o governo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Cada palavra e imagem eram colocadas e construídas de forma cirúrgica para criminalizar Dilma e o PT. A transmissão ao vivo da sessão do dia 17 de abril da Câmara dos Deputados, pela Rede Globo, tinha um duplo sentido: mobilizar a sociedade contra o PT e a Dilma e mostrar que eles estavam de olho no voto. Contudo, o baixo nível do parlamento brasileiro acabou apenas fazendo com que parte considerável das pessoas que estavam defendendo o impeachment, passassem a ter vergonha deste processo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Na votação do Senado, portanto, já ciente de que a maioria da sociedade estava contra o impeachment e temendo dar um tiro no próprio pé, a Rede Globo decidiu ignorar a sessão de segunda-feira, quando a presidenta foi pessoalmente se defender perante os senadores. Tampouco transmitiu a sessão de terça ou a de quarta-feira. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A mídia mostra o que lhe convém e esconde o que não lhe convém. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
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Agora, empossado de forma definitiva para concluir o mandato de Dilma, Michel Temer já anuncia que não tolerará ser chamado de golpista.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
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O golpe mostra sua face mais torpe, a da mordaça. Cala boca já morreu, e por mais que tentem ressucitar esta página infeliz na nossa história haverá resistência.</div>
<br />
<b>O golpe em imagens e manchetes</b><br />
<b><br /></b>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqqayMVJPRWd2FaWbiqM9Bsqms6o0VYFp41SycTrAjBhYbflxhiUWOxl2o-3_f656Ra8It00eEUL5M6r4TlRNqi7VoxmaorFmFqhXHk10wUiTBFKYCoGpPHalPdb6EuyeFp5ea/s1600/BRA_OG-3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqqayMVJPRWd2FaWbiqM9Bsqms6o0VYFp41SycTrAjBhYbflxhiUWOxl2o-3_f656Ra8It00eEUL5M6r4TlRNqi7VoxmaorFmFqhXHk10wUiTBFKYCoGpPHalPdb6EuyeFp5ea/s320/BRA_OG-3.jpg" width="177" /></a></div>
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm6iI8zPhACMNVoO5PeHxhepa4kmDSupXmb00prFWtURYvVJkrKKFYaPL7DVSZxQcr2-sJ9nDlZVcu8obHjZlqRUfz_W5lf8BZWj834LMZ6H1yF86bxV8tGURpLm7qpEj7sse4/s1600/capa+folha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhm6iI8zPhACMNVoO5PeHxhepa4kmDSupXmb00prFWtURYvVJkrKKFYaPL7DVSZxQcr2-sJ9nDlZVcu8obHjZlqRUfz_W5lf8BZWj834LMZ6H1yF86bxV8tGURpLm7qpEj7sse4/s320/capa+folha.jpg" width="186" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSJwmpKrGlSkmaIGMOvuJdXE2l8S7-ilGSd8NtGObVb80yH-naNPcvySkBiF5DfoEvXgeWBVq2niP-Ss7VHGkQyiZ4TLM1M6wYAg1uJRpiwNFhyphenhyphen7dNg3TzjbE2VraiEcOLyZYH/s1600/Captura+de+Tela+2016-08-31+a%25CC%2580s+23.46.55.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="136" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSJwmpKrGlSkmaIGMOvuJdXE2l8S7-ilGSd8NtGObVb80yH-naNPcvySkBiF5DfoEvXgeWBVq2niP-Ss7VHGkQyiZ4TLM1M6wYAg1uJRpiwNFhyphenhyphen7dNg3TzjbE2VraiEcOLyZYH/s320/Captura+de+Tela+2016-08-31+a%25CC%2580s+23.46.55.png" width="320" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<br />
<div style="-webkit-text-stroke-width: 0px; color: black; font-family: -webkit-standard; font-style: normal; font-variant-caps: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; margin: 0px; orphans: auto; text-align: start; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: auto; word-spacing: 0px;">
<b><br /></b></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-74667153134963182382016-05-23T13:15:00.001-03:002016-05-23T13:15:23.983-03:00Discurso representando o FNDC no ato político de abertura do 5ºBlogProg<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7KutSTFPvQJnkbboNsOdsYn_zigY1SvwQjvPL1AysR2O7yPDWK1_1Vy2AMv25QuGWgVwRb7MgW4jF90Ku2jnPoWBY_svuHmOtS9jWZuLcU3vh1i0ccYWybjLl0tg-S9nkaAgx/s1600/blogprog.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="197" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7KutSTFPvQJnkbboNsOdsYn_zigY1SvwQjvPL1AysR2O7yPDWK1_1Vy2AMv25QuGWgVwRb7MgW4jF90Ku2jnPoWBY_svuHmOtS9jWZuLcU3vh1i0ccYWybjLl0tg-S9nkaAgx/s400/blogprog.jpg" width="400" /></a></div>
<span style="font-size: medium;"><br /></span><span style="font-size: medium;"><i>Muita gente me pediu, então aqui está a minha fala no ato político de abertura do BlogProg. Queria agradecer a todos que me procuraram para elogiar o conteúdo do discurso. Fico muito feliz em ter encontrado o tom e o equilíbrio certo para falar sobre o cenário político num momento tão delicado, denunciando o golpe sem deixar de fazer as críticas necessárias aos erros cometidos pelo setor progressista, principalmente no campo da comunicação. Abaixo na íntegra:</i></span><br />
<span style="font-size: medium;"><br /></span><span style="font-size: medium;">Me coube, nesta noite, a responsabilidade de falar neste ato político que abre o 5º Encontro de Blogueiros e ativistas digitais representando o movimento social que está hoje nas mais variadas frentes de luta defendendo a democracia no nosso país.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Desde que o Senado Federal acolheu a denuncia contra a presidenta Dilma Rousseff e a afastou de sua função, há 8 dias, que se multiplicam os atos, as ocupações, as marchas, as intervenções culturais. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">A resistência democrática tem a cara da diversidade do povo brasileiro: é negra, indígena, branca, mulata, é feminina, é da cidade, da floresta e das águas, é moleca, jovem, madura e cravejada com as marcas do tempo nos rostos de quem não imaginava mais ter que lutar para defender a democracia.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Queria começar homenageando todos estes brasileiros e brasileiras que estão aqui e nas ruas cerrando fileiras para derrotar o golpe e para impedir que o Brasil mergulhe em mais um período de exceção, de ataque aos direitos duramente conquistados nos últimos anos, de subordinação acrítica do país aos interesses do imperialismo norte-americano e das grandes corporações internacionais.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Não nos enganemos quanto aos objetivos do processo político que está em curso no nosso país: Ele quer acabar com a inserção soberana do Brasil no mundo; enfraquecer a construção de um pólo de países que questionam política e economicamente os Estados Unidos e seu poder imperialista. O protagonismo do Brasil na construção dos Bric's é uma ameaça à ordem econômica internacional. O objetivo do golpe é sabotar a integração da América Latina e colocar um ponto final na Unasul e no Banco do Sul. É para desmontar a indústria nacional e a política de conteúdo nacional, para privatizar as empresas públicas que sobreviveram ao desmanche neoliberal dos anos 90, para reduzir o papel do Estado e atacar direitos sociais e trabalhistas.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">A direita conservadora, que teve seu projeto político rejeitado pela soberania do voto nas quatro últimas eleições, não viu outro meio de impor ao país sua agenda antipopular senão o do golpe.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Inconformada com mais uma derrota, a direita iniciou em 26 de outubro de 2014 uma campanha oposicionista inconsequente, que aprofundou a crise econômica, disseminando intolerância e gerando uma grande instabilidade política no país. Assumiram a tática do quanto pior melhor [para eles] para atacar o projeto político que, com todas as suas limitações e apesar de muitos erros cometidos, trouxe mais dignidade e qualidade de vida ao povo brasileiro. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">O processo de impeachment conduzido pelo parlamento contra a presidenta Dilma é baseado em fatos que não configuram crime de responsabilidade. Sem crime de responsabilidade, qualquer tentativa de abreviar um mantado conferido pelo povo é ilegal, é golpe contra a democracia e suas instituições.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">O que define o Estado Democrático de Direito é o respeito às leis vigentes no país, o respeito à Constituição Federal. Quando há violação de direitos e regras estabelecidas a democracia corre risco. E é isto que está em curso no Brasil. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">A palavra golpe tem incomodado muita gente, porque é uma palavra dura, é uma palavra que carrega em cada uma de suas letras uma força simbólica terrível para muitos homens e mulheres de nosso continente. O golpe nos remete à dor física da repressão policial, da tortura, do sequestro da liberdade. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Não aceitam a palavra golpe porque não há tanques nas ruas. Mas talvez este golpe seja ainda mais terrível porque se desenvolve sob a máscara da legalidade. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">No dia 12 de maio de 2016, o Brasil entrou numa máquina do tempo e foi levado de volta para o passado. Voltamos para a época do governo dos homens brancos e ricos. Só dos homens. Eu os tenho chamado de homens de ternos pretos. Sempre impecáveis, elegantes, eles se reúnem como corvos ao redor de uma mesa para repartir as riquezas do país entre si. Esta, presidenta, é a descrição da foto de Michel Temer e seus acéclas ocupando o Palácio do Planalto. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Os homens brancos, ricos e de terno preto prestam continência ao mercado e este já deu sua orientação: rever o tamanho do Sistema Único de Saúde, rescindir contratos do Minha Casa, Minha Vida, autorizar a cobrança de mensalidades nas universidades, reduzir programas como o FIES e o ProUni, iniciar o programa de desestatização para privatizar os bancos públicos, a Petrobras, os Correios. Nenhuma das coisas que eu citei é especulação, elas já estão sendo colocadas em prática nestes dias. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Eles vão varrer o país, mas não é da corrupção. Vão varrer as políticas públicas de reparação das desigualdades sociais, que atavam o racismo, a violência e o preconceito contra as mulheres. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Em governos de orientação neoliberal, o que impera são as políticas de mercado. O Estado é mínimo, como já deu para ver pelo enxugamento do governo. Afinal, o grande vilão do neoliberalimo é o Estado. Quanto menor, melhor [para eles]. Ele só não é extinto para oficializar o tempo da supremacia das corporações, porque as corporações se locupletam com o Estado e este serve ao seu propósito de ser o instrumento de repressão social para reprimir as manifestações por direitos e em defesa da democracia. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">E todo golpe, para ser viabilizado, precisa de um aparato ideológico que o sustente. Que conduza a opinião pública e diga ao povo – às vezes de forma explícita, às vezes velada – o que ele deve pensar. Esta é a função dos meios de comunicação no Brasil, mas não só. A mídia privada brasileira é a própria promotora do golpe, ela está umbilicalmente ligada ao mercado e à direita conservadora. A mídia é o golpe.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Aqui, presidenta Dilma, cometemos um erro histórico. Acreditar que seria possível levar a cabo um projeto soberano de desenvolvimento econômico para o Brasil sem garantir um ambiente de pluralidade e diversidade nos meios de comunicação. A luta pela democratização dos meios de comunicação é estratégica para o avanço de direitos, para a realização das reformas estruturais que o Brasil precisa, para a consolidação da própria democracia. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Nós, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, nós da mídia alternativa, nós blogueiros e blogueiras, ativistas digitais, nós dos movimentos sociais temos repetido exaustivamente que sem uma comunicação democrática não há democracia.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">E lutamos presidenta, lutamos desde o primeiro ano do governo do presidente Lula para tentar construir políticas públicas e normas legais modernas e democráticas para romper com o monopólio privado que domina a comunicação no Brasil. E não conseguimos. Não fomos ouvidos. A falta de compreensão dos governos progressistas sobre o caráter estratégico da pauta da comunicação resultou no não enfrentamento deste tema.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">A mídia privada permaneceu sem regras, abusando do privilégio de serem a única voz a falar de forma massiva para 200 milhões de brasileiros. A mídia foi a principal articuladora da desestabilização política e econômica do país, promovendo ataques cotidianos ao governo, espetacularizando a notícia e criando um clima de ódio e terror diários que levou uma parcela considerável da sociedade a defender a bandeira do seu afastamento. A sociedade brasileira encontra-se à mercê de uma mídia concentrada e golpista. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">A luta pela democratização da comunicação não é para calar ninguém, é para que mais setores sociais possam ter o direito à expressão. Conquistamos a duras penas e com limitações a Empresa Brasil de Comunicação. Com a sua criação, em 2008, o país começou, de forma muito tardia, a cumprir o previsto no artigo 223 da Constituição Federal, que determina que as concessões de radiodifusão observem a complementaridade entre os sistemas público, privado e estatal. A EBC estava aos poucos encontrando o seu caminho, o seu jeito de fazer uma comunicação voltada para o interesse público, construindo cidadania, promovendo diversidade e pluralidade. Isso é democratização da informação, da cultura. Isso faz pensar, mostra que uma televisão pode ser diferente. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">E isso é uma ameaça aos que se sentem donos da informação e da comunicação. O monopólio midiático do país nunca engoliu a criação da Empresa Brasil de Comunicação, tanto é que hoje a nossa experiência de comunicação pública, que ainda estáva na sua primeira infância, está sendo desmontada.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Nestes anos, a luta política de embate ao discurso único dos meios de comunicação privados tem se dado a partir da mídia alternativa, da imprensa do movimento sindical, popular, estudantil, de muitos veículos de comunicação formados por comunicadores populares, dos blogs de opinião, do ativismo realizado nas redes sociais, de coletivos e cooperativas de jornalistas que ousaram trilhar um caminho próprio, longe da redação dos grandes meios de comunicação.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">A mídia alternativa tem dado voz aos setores invisibilisados e criminalizados pela mídia hegemônica e feito o enfrentamento ao golpe, defendendo a democracia e direitos. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">A ação da comunicação alternativa incomoda muito o monopólio, os partidos de direita e a elite conservadora. Para tentar nos calar, eles se utilizam da Justiça, através de ações que impõe multas econômicas desproporcionais aos meios alternativos. Querem nos calar pela intimidação e pela asfixia econômica, porque ousamos fazer uma narrativa contra-hegemônica dos fatos em curso no país. Temos sofrido a violência moral, física e até a morte de comunicadores no Brasil. A censura econômica e privada é hoje o principal obstáculo à liberdade de expressão no país. Mas se eles pensam que vão nos calar, estão muito enganados.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Neste momento estamos ocupados exigindo o retorno do Minc e a manutenção das políticas públicas de cultura, estamos lutando para impedir o fim da comunicação pública através do desmonte da Empresa Brasil de Comunicação. Temos que defender a mídia alternativa dos ataques que já estão se ampliando. Exemplo disso foi a notícia de que o contrato de patrocínio firmado com a Caixa Econômica para a realização deste evento não será honrado. O Estado não pode patrocinar eventos que discutem a democratização dos meios de comunicação, pior até, que constróem diariamente uma comunicação mais democrácia, mas pode patrocinar os encontros do Instituto Millenium, onde são elaboradas as políticas para retirar os direitos sociais e que reúne a nata do golpe para patrocinar e articular o golpe.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">Temos que impedir retrocessos no campo da Internet, tentando barrar projetos de lei que desfigurem uma das poucas conquistas obtidas no campo da comunicação, que foi a aprovação do Marco Civil da Internet. </span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: medium;">E, principalmente, temos o desafio de ao lado dos movimentos sociais defender a democracia e denunciar o golpismo em nosso país. Nossa luta está apenas no começo e saíremos vitoriosos. Venceremos.</span></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-90380227875505528862015-09-01T09:52:00.004-03:002015-09-01T10:22:19.660-03:00Cunha na ONU: Regulação da Comunicação é afronta a democracia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghjUTRnJ8aydNlHZ1VFArV2sl1eIJUiPLAY84_1xquUaEuhxkgE3B7vh3xFgOi0T9_ryVqxOAB8waUd4mEAATUnv3VBhndKSc-eMzamcESqN6N0UkZ4yRaOydOgHAuALUn7wx0/s1600/imgNoticia-1441059237865.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghjUTRnJ8aydNlHZ1VFArV2sl1eIJUiPLAY84_1xquUaEuhxkgE3B7vh3xFgOi0T9_ryVqxOAB8waUd4mEAATUnv3VBhndKSc-eMzamcESqN6N0UkZ4yRaOydOgHAuALUn7wx0/s200/imgNoticia-1441059237865.jpg" width="149" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O presidente da Câmara
dos Deputados, Eduardo Cunha, foi aos Estados Unidos para participar
da 4ª Conferência Mundial de Presidentes de Parlamentos, promovida
pela União Interparlamentar. A UIP é parte do Sistema ONU, que é
formado pelos seis principais órgãos da Organização, bem como por
Agências especializadas, Fundos, Programas, Comissões,
Departamentos e Escritórios.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Cunha foi para a
Conferência em Nova York defender a democracia brasileira.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A democracia brasileira
de Eduardo Cunha não convive com qualquer regulação dos meios de
comunicação. Ele saiu do Brasil para ir aos Estados Unidos com o objetivo de dar explicitamente este recado.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Em seu <a href="http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/ADMINISTRACAO-PUBLICA/495086-INTEGRA-DO-DISCURSO-DO-PRESIDENTE-DA-CAMARA-NA-ONU.html" style="background-color: white;" target="_blank">discurso</a>, ele
ressaltou a existência de uma Constituição Cidadã em nosso país,
que construiu as bases para uma democracia representativa. “As
soluções apresentadas sempre estão no campo da <u><b>democracia
representativa</b></u> – a modalidade de governo que consegue
intermediar melhor as pluralidades tanto culturais quanto
ideológicas.”
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O grifo é meu e
considero importante porque esse enfoque de Cunha é o centro de seu
pensamento político. O povo, que vive na planície, elege seus
representantes que governam do planalto. E nesta relação o povo é
apenas um coadjuvante, uma massa que não possui protagonismo para
além do voto. Não é à toa a ojeriza que Cunha tem a qualquer
forma de participação social e, por isso, proíbe a entrada da plebe
na Casa do Povo e joga spray de pimenta em quem tentar “transgredir
a ordem”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Claro que ele não
disse nada disso na ONU, imagine. Pelo contrário. Ele poetizou que
“democracia sem povo é como jardim sem flores; não tem o que se
regar; o que se manter”.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Para Cunha, a liberdade
de imprensa é a chave da democracia. E ele fez questão de
reproduzir a velha e conveniente confusão conceitual que coloca
liberdade de imprensa e liberdade de expressão em pé de igualdade,
quase sinônimos. Na visão do atual presidente da Câmara dos
Deputados, a garantia da liberdade de imprensa está na ausência de
regulação. Ele afirmou diante dos presidentes de parlamentos de
todo o mundo que “é fundamental para a democracia a manutenção
da liberdade de imprensa - de expressão - e combatermos qualquer
forma de censura ou regulação de mídia de qualquer natureza,
inclusive econômica”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E de certa forma ele
tem razão.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Como??? Sim, porque se
entendermos – como parece que o Cunha entende – que a liberdade
de imprensa é a aquela que permite aos veículos de mídia publicar
o que quiserem, sem qualquer obrigação de fazer reparações a
notícias que violem o direito à intimidade, que violem os direitos
humanos e sem qualquer compromisso com o interesse público, para
esta liberdade de imprensa quanto menos regras melhor. A ausência de
regulação é o ambiente da supremacia dos interesses dos
conglomerados econômicos de mídia.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas para garantir a
liberdade de expressão – que é o direito que todos nós, cidadãos
e cidadãs, temos de nos expressar – é indispensável a existência
de regras. Como consta do Artigo 19 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos de 1948: “Toda pessoa tem direito à liberdade de
opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem
interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir
informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de
fronteiras”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O que talvez Cunha não
saiba, ou sabe mas ignorou, é que a ONU possui uma <a href="http://www.ohchr.org/SP/Issues/FreedomOpinion/Pages/OpinionIndex.aspx" target="_blank">Relatoria para Liberdade de Opinião e Expressão</a> que tem recomendações bastante
abrangentes e consolidadas sobre a necessidade de se construir um rol
de leis e dispositivos institucionais (dentro e fora da estrutura do
Estado) que componham um marco regulatório para as comunicações de
forma a garantir a diversidade e a pluralidade, impedir a formação
de monopólios, proteger as culturas nacionais e regionais, estimular
a produção de conteúdo independente, preservar os direitos humanos
e tantos outros que seriam necessários muitos caracteres para
descrever.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas Cunha foi até a
ONU para dizer que não cabe na democracia a existência de
regras para a atividade de comunicação, nem regulação econômica.
O presidente da Câmara fez questão de sublinhar o aspecto econômico para se opor à ideia, defendida pela presidenta Dilma Rousseff durante as eleições, de
que é preciso se discutir no Brasil uma regulação econômica para
os meios de comunicação que impeça a formação de monopólios.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E isso, nada mais é do
que respeitar as diretrizes já existentes no Art. 220 da
Constituição Cidadã que Eduardo Cunha foi propagandear nos Estados
Unidos. Essa Constituição que cabe ao Congresso Nacional aprovar
leis para regulamentar. Ou seja, Cunha viajou 6.520 km (distância
estimada entre Brasília e Nova York) para dizer que ele se nega a
fazer o serviço para o qual foi eleito – zelar e garantir a
aplicabilidade de todos os artigos da Constituição Federal.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Aqui no Brasil a gente
já sabia de tudo isso. Ele já mostrou seu “apego” à
democracia, já deu declarações bastante enfáticas para dizer que
durante o seu mandato nenhum projeto de regulação da mídia será
pautado “nem por cima do meu cadáver”, a frase é dele.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Em seu discurso em Nova
York ele ressaltou que “os Parlamentos são o foco de resistência
que devem zelar por esse combate, a despeito de governos
autoritários."
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A questão que fica é:
e quem defende o povo de parlamentos autoritários que ignoram e
rasgam a Constituição? Talvez o povo, aquele que fica na planície
ignorada, e que precisa sair às ruas para defender a democracia,
impedir retrocessos civilizatórios que estão em curso no parlamento
brasileiro, como a proposta de redução da maioridade penal, a
institucionalização da corrupção pelo financiamento privado da
política, a terceirização das relações de trabalho e desubstruir
outras como o debate para ampliar a diversidade e pluralidade nos
meios de comunicação. </div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-22786101358898063372015-06-15T17:04:00.004-03:002015-06-15T17:07:06.421-03:00Submissão ou conivência? O lugar da mídia no debate político<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtSIqrdpAwQyr9o63G1rzfHXONejK6z9fgcVEMD1_5kyfB6g_69vWthTXNameWcki2-uh5ZJt8WxysoxE_-oNTT2dPcLDvi9q-aPUZMbgw2rU23UVBT8va1WUGZgw1L5Icmvbl/s1600/o-PROTESTO-570.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgtSIqrdpAwQyr9o63G1rzfHXONejK6z9fgcVEMD1_5kyfB6g_69vWthTXNameWcki2-uh5ZJt8WxysoxE_-oNTT2dPcLDvi9q-aPUZMbgw2rU23UVBT8va1WUGZgw1L5Icmvbl/s320/o-PROTESTO-570.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Nos últimos anos, as
consecutivas vitórias eleitorais de uma coalizão de centro-esquerda
no país levou ao acirramento da disputa política nacional, com a
elevação do tom oposicionista que parcela majoritária da mídia no
Brasil assumiu diante do governo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A cada derrota
eleitoral e diante de uma direita desorganizada partidariamente, sem
um centro político de liderança, a mídia assumiu o papel não de
porta-voz dos setores conservadores e da elite econômica nacional,
mas de organizadora e liderança da direita, pautando os temas em
debate e indo além: editoriais de alguns jornais chegaram, ao longo
deste período, a dar recados e passas-moleques em suas próprias
lideranças.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ao travar e fazer parte da disputa política assumindo a liderança de um campo, a mídia se uniformizou de maneira talvez nunca antes vista no Brasil. Um discurso único, com manchetes iguais para atingirem o mesmo objetivo: derrotar o governo.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A escalada oposicionista foi ganhando outras dimensões e alimentando setores reacionários da sociedade, que saíram do armário e estão na ofensiva política, colocando na ordem do dia temas de restrição de direitos humanos como a redução da maioridade penal, de criminalização do aborto, de maior controle da política pela esfera empresarial privada. Um discurso do ódio tem sido cotidianamente promovido, incentivado e potencializado pela mídia.</div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Pautas que procuram legitimar a homofobia, a xenofobia, o racismo, o machismo e tudo quanto é preconceito ganham cada vez mais espaço. A mídia tem assistido essa escalada como um efeito colateral, que até pode ser incômodo, mas de menor importância diante do seu objetivo central. Ou seja, tem sido conivente com esse discurso.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
A expressão maior dessa agenda conservadora é Eduardo Cunha. Investido do poder de presidente da Câmara dos Deputados, Cunha tem misturado religião e política, rasgando o caráter laico do Estado, tal qual definido pela Constituição Federal de 1988, e vem liderando uma verdadeira cruzada religiosa em prol da família, da igreja e de Deus. Sobre isso, ler o excelente artigo do jornalista Renato Rovai (<a href="http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2015/06/15/nao-em-nome-de-deus-porque-em-nome-dele-vale-tudo/" target="_blank">Não em nome de deus, porque em nome dele vale tudo</a>). Talvez um dos pontos altos desse "parlamentarismo religioso" tenha sido a oração do Pai Nosso no plenário da Câmara dos Deputados. Fico imaginando o que aconteceria se algum parlamentar tentasse, ali, entoar um ponto de candomblé....</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Neste sentido, o editorial do jornal <i><a href="http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/222659-submissao.shtml" target="_blank">Folha de S.Paulo</a></i> deste domingo, 14/06, Submissão, não me surpreende e nem tampouco deve ser lido como uma <i>mea-culpa</i> do jornal.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Isso porque a imagem da <i>Folha</i>, desde a redemocratização, tem sido construída em cima da ideia de um jornal moderno e plural, que abraça os direitos humanos, mas sempre alinhado aos postulados neoliberais na economia, que têm como ícones o PSDB paulista. Ao contrário do<i> Estadão</i>, que tem tradição estritamente liberal, com viés conservador para todas as pautas ligadas aos direitos humanos, refratário à modernidade e defensor do liberalismo econômico clássico.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
No último período, essa “diretriz politicamente correta" da <i>Folha</i> ficou secundarizada diante do vale tudo da disputa política para destruir o governo. O editorial em questão tenta reequilibrar essa equação.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ainda assim, a restrição que a <i>Folha</i> faz ao presidente da Câmara não é pelas suas posições políticas, como fica claro no trecho: “Seria equivocado criticar seu presidente por ter finalmente posto em votação algo que se arrastava há anos nos labirintos da Casa, como a reforma política”. Apesar de criticar a monobra que ele realizou para votar o distritão.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Se Cunha descesse do altar religioso para atuar na Câmara apenas em defesa das posições políticas que contam com o apoio do jornal ele não seria “crucificado”. O perigo está na religião e não na política. Reconhecer isso é muito, mas não basta. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div>
Claro que em um momento delicado da atual situação política é importantíssimo somar forças aos que querem colocar freios à tentativa de corromper o caráter laico do Estado brasileiro, que querem impor à sociedade seus valores religiosos e que não estão em sintonia com o interesse público. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
O editorial da <i>Folha</i> conclui conclamando que não haja uma submissão diante desses valores: “os inquisidores da irmandade evangélica, os demagogos da bala e da tortura avançam sobre a ordem democrática e sobre a cultura liberal do Estado; que, diante deles, não prevaleça a submissão”.</div>
<div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Apesar do posicionamento da <i>Folha</i> ser importante, vale dizer que na verdade, o que não pode prevalecer é a conivência. Porque ao obstruir um debate amplo e plural sobre os vários temas, a mídia na verdade torna-se conivente com a prática que tem sido adotada por Cunha. Mesmo a <i>Folha</i>, para não dar espaço e voz aos movimentos sociais e às lideranças políticas da esquerda que ela luta para enterrar, também torna-se conivente com o retrocesso imposto por Cunha. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Então, o que precisa se combater é exatamente a conivência. Esperamos que a <i>Folha</i>, a partir do seu editorial, além de não se submeter, deixe de ser conivente com este processo.</div>
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<br /></div>
</div>
</div>
<div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
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<br /></div>
<br />
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<br /></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-81153855872040336962015-04-13T13:22:00.000-03:002015-04-13T13:22:18.558-03:00Galeano o escultor de palavras e sonhos<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj26kn8eiClGKF4rFEkL_mdJOOLV8UMfXhd3mv1Wx4I3WrXzUCvDN4OUdxjcu6rhjOFc7-qVopzbSuF4Q-1UrOR243P26tcKkyyZ5P4yS7w6mzKdqomfXrvQlFSZljglXZYWGjX/s1600/Galeano.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj26kn8eiClGKF4rFEkL_mdJOOLV8UMfXhd3mv1Wx4I3WrXzUCvDN4OUdxjcu6rhjOFc7-qVopzbSuF4Q-1UrOR243P26tcKkyyZ5P4yS7w6mzKdqomfXrvQlFSZljglXZYWGjX/s1600/Galeano.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Se fué. E diante da
triste notícia de sua partida as palavras se perdem. Elas que foram
esculpidas precisamente pela sua geniosidade. E eu penso na América
Latina. Sim, ficamos um pouco órfãos hoje, porque você sempre
estava ai para nos lembrar que somos todos irmãos, pertencemos ao
mesmo chão, podemos ter línguas e sotaques diferentes, mas somos
todos latino-americanos. Nossas veias continuam abertas, e neste dia
choram a sua ausência.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Olho para trás, e vejo
você em tantos momentos. Suas palavras andantes, os seus abraços,
os seus espelhos que refletiam a história sob o olhar de quem não
se contenta em ser espectador. Penso nas pessoas, nos ninguéns, os heróis e heroínas
desta grande pátria que foram salvos do esquecimento graças aos
seus livros. As pequenas histórias que retratam a resistência de um
povo para sobreviver. Brava gente!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Queria poder dizer
obrigada! Você foi essencial, indispensável. Sem você não teria
conhecido lendas, tradições, histórias dessa terra, dos nossos
povos originários, a luta pela sobrevivência. Sem você não
saberia que placas pelo mundo proibem as pessoas de cantar e brincar.
O que mostra que ainda tem gente que brinca e canta. É, o mundo está
mesmo ao avesso!</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Tudo está de pernas
para o ar! Mas nosso desassossego é um combustível potente. Assim
como foi o seu. E como nos ensinaste, temos que seguir em direção
ao horizonte, olhos no futuro. As transformações são feitas pelas
nossas andanças. E caminharemos, mesmo que percalços tornem os
caminhos mais longos e ásperos. Porque a nossa utopia é uma
esperança.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Você partiu, mas nos
deixou tanto! E quantos de nós ainda buscarão inspiração nas suas
memórias. Quantos seremos incendiados pela sua chama! De repente,
não estou mais triste. Percebo que seu fogo continua aceso.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Como você mesmo disse:
“Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não
existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras
pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno,
que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de
chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas
outros inceideiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar
para eles sem pestanejar, e quem chega perto pega fogo”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Galeano, mesmo apagado, seu fogo queima forte.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-68809076688814554832014-12-23T12:04:00.002-02:002014-12-23T12:20:08.872-02:00Congresso uruguaio aprova Lei de Meios<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidvxv2VEeYrW2hsE_UEwvT5tpnzrNB0x-pgqgJwEZJY_72LOxHHj2cNAVHea1-HARvuzHI8zezTwySwc-bheGUWmOL76Ybh4r-5cJBOOTSvlc6haOBYgnfadG3CwsQ9AGZwWnv/s1600/tapa__mkh_1250_article_main.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEidvxv2VEeYrW2hsE_UEwvT5tpnzrNB0x-pgqgJwEZJY_72LOxHHj2cNAVHea1-HARvuzHI8zezTwySwc-bheGUWmOL76Ybh4r-5cJBOOTSvlc6haOBYgnfadG3CwsQ9AGZwWnv/s1600/tapa__mkh_1250_article_main.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Bancada da Frente Ampla. Fonte: La Diaria</td></tr>
</tbody></table>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Depois de um ano e meio
de discussões, nesta segunda-feira, (22/12) a Câmara dos Deputados do
Uruguai aprovou a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual. Com
o voto dos representantes da Frente Ampla, a lei será regulamentada
pelo governo do presidente Tabaré Vázquez.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A nova lei prevê,
entre vários outros pontos, a proibição do monopólio na
radiodifusão, definindo que cada empresa pode ter, no máximo, seis
concessões para prestar serviços de televisão. No caso de empresas
que possuam concessões na cidade de Montevideo, este número se
reduz para três. O intuito da Lei é evitar a concentração
econômica e, também, permitir mais pluralidade e diversidade, para
fortalecer a democracia no país.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Sobre o monopólio e as ameaças estrangeiras de controlar a radiodifusão no Uruguai, o presidente Pepe Mujica declarou na última semana "A pior ameaça que podemos ter é a vinda de alguém de fora, ou por baixo, ou por cima, e termine se apropriando... Para ser mais claro: eu não quero o Clarín ou a Globo sejam donas das comunicações no Uruguai".</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A oposição, que representa os interesses dos conglomerados de radiodifusão,
adotam o discurso dos atuais proprietários das concessões atacando
a nova lei. O argumento é o mesmo utilizado em outros países: o de
que a regulação é uma afronta a liberdade de expressão. O debate,
realizado no parlamento Uruguaio foi tenso.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O deputado Carlos
Varela defendeu a regulação e afirmou que com a nova lei, haverá
transparência e participação social na discussão das concessões.
"Neste se outorgavam meio de comunicação sem transparência,
se convocavam jornalistas paa questionar as notícias”, afirmou
Varela referindo-se à prática corrente promovida pela direita
uruguaia. E durante os debates realizados durante a sessão que
aprovou a lei lembrou que todas as convenções internacionais de
direitos humanos colocam a regulação da comunicação como um dos
indicadores de democracia nos países. E disse: “o controle remoto
por si só não da liberdade se do outro lado não houver
pluralidade”</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Outros pontos que estão
previstos na lei são a limitação de publicidade, definição da
faixa horária diária entre 6 e 22 horas para a proteção da
infância e adolescência, cota de 60% de conteúdo nacional a ser
veiculado por todas as emissoras, cria um Conselho de Comunicação
Audiovisual e um sistema de meios públicos para garantir a
pluralidade.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Um aspecto que suscitou
muita polêmica foi a criação do horário eleitoral gratuito,
inexistente no Uruguai. Para veicular propaganda no rádio e na TV é
preciso comprar o horário comercial. Isso, de acordo com os
deputados da Frente Ampla é uma distorção, já que os partidos que
não possuem recursos não têm como levar suas mensagens para a
população.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Leia também:
entrevista com <a href="http://renatamielli.blogspot.com.br/2014/12/uruguai-democratizar-comunicacao-e_2.html" target="_blank">Gabriel Mazzarovich</a>, membro da Frente pela Democratização da Comunicação no Uruguai.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-58936818614450063812014-12-06T14:21:00.002-02:002014-12-06T14:21:51.181-02:00O fantasma da censura e o exército dos zumbis da mídia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7WwLzVGhzFzatLYfDp1fOYdfQcdaH8jz9cxo91JS73G5_rwm6pkCafzd4piFgOXEiefA_4WIfw9d7MOsU0NwX5KnPX4EJfK1TOhrlR4z7ATwakqAIEh1zwPnCGqnyI08ZY7Do/s1600/zumbi-assistindo-tv.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7WwLzVGhzFzatLYfDp1fOYdfQcdaH8jz9cxo91JS73G5_rwm6pkCafzd4piFgOXEiefA_4WIfw9d7MOsU0NwX5KnPX4EJfK1TOhrlR4z7ATwakqAIEh1zwPnCGqnyI08ZY7Do/s1600/zumbi-assistindo-tv.jpg" height="320" width="238" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ressuscitar fantasmas e
transformá-los em zumbis a atazanar a vida das pessoas é um recurso
bastante utilizado em Holywood e tem sido muito adotado, também,
pelos donos dos meios de comunicação privados no Brasil e em outros
países. Neste caso, o fantasma da censura é evocado para criar
pânico na sociedade e colocar todos contra qualquer proposta de
regulação dos meios de comunicação.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Pelo roteiro dos barões
da mídia, a ideia de regulação parte de grupos que querem
controlar os meios de comunicação. Aliás, como se isso já não
fosse prática comum no Brasil, afinal nossos meios de comunicação
são altamente controlados por um número restrito de famílias,
ligadas a poderosos interesses econômicos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A narrativa empregada
pela mídia tenta transformar regulação e censura em sinônimos,
com o explícito objetivo de impedir que se debata o assunto para não
correr riscos de que este monopólio privado – que detém
atualmente o poder de estabelecer o que deve ou não ser cultura,
notícia e entretenimento – seja desfeito ou ameaçado.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Para tentar contornar
esse discurso, alguém teve uma ideia brilhante: vamos acrescentar um
adjetivo para qualificar o tipo de regulação que está se propondo
e, assim, tentar afastar o fantasma da censura. Surgiu, então, a
proposta da regulação econômica dos meios de comunicação. Bravo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Sem dúvida que os
aspectos econômicos talvez estejam entre os mais relevantes a serem
enfrentados no campo da comunicação: combate ao monopólio privado
definindo regras explicitas para a presença das empresas na
prestação dos vários serviços de comunicação, o que implica
limitar o número de concessões por grupo econômico; impedir a
propriedade cruzada, para que um mesmo grupo não domine toda a
comunicação num mesmo local; dividir a ocupação do espectro entre
os setores público, privado e estatal; discutir a distribuição de
recursos públicos para a promoção da diversidade, etc, etc.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Se for isso, todo apoio
à regulação econômica! Mas é preciso ter bastante claro que a
saída adjetivada não vai minimizar o enfrentamento que precisará
ser travado para que esta discussão ocorra. A mídia vai taxar a
regulação econômica de censura de qualquer jeito, mesmo que ela
não trate, diretamente, dos conteúdos veiculados pelos meios de
comunicação.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Porque o que esses
barões midiáticos mais temem, no fundo, é exatamente a regulação
econômica. Temem perder poder econômico, temem perder o domínio do
mercado das ideias, da cultura e da notícia. Temem perder seus
impérios noticiosos e, com isso, reduzir os lucros auferidos com o
cartel da publicidade e com as cifras milionárias de dinheiro
público proveniente da publicidade oficial, que irrigam suas
fortunas. Tudo isso precisa urgentemente ser enfrentado, seja com que
adjetivo for.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas o debate em torno
da comunicação não pode parar ai. A sociedade brasileira não pode
se deixar levar pela falsa ideia de que regular conteúdo é censura.
Isso é grave e é um atentado a democracia, feito em nome de
interesses muito particulares.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Estados Unidos, Canadá,
Inglaterra, Alemanha, Espanha, Portugal, enfim, muitos países que
não podem de maneira nenhuma serem classificados como autoritários
ou onde não haja liberdade de expressão possuem mecanismos de
regulação de conteúdo – para proteger a infância e adolescência
de conteúdos impróprios, para impedir a discriminação e o
discurso do ódio, para evitar abusos econômicos na área da
publicidade, para garantir conteúdos independentes, nacionais e
regionais. Em alguns lugares, há sanções e penalidades previstas
pós veiculação, quando configurado abuso e irregularidade.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Vale ressaltar que na
Constituição brasileira também estão previstos mecanismos de
regulação de conteúdo, nos casos citados e inclusive a indicação
do direito de resposta, dispositivo que protege a sociedade das já
correqueiras calúnias, injúrias e difamações cometidas pela
grande mídia, através de escândalos e sensacionalismos que
destroem reputações sem que haja qualquer possibilidade do ofendido
se defender das acusações feitas, na maior parte das vezes sem
qualquer prova.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZZEHgLeI7e_MHqxCjPF9S53h0lzu7JZGP8IDofsT7uf5KBBI_zYX-dBD3yJ3rBg1q_JCdSKvNiEvNkNm8o3j3BE42pFVvB-SeFkI87Sy6KH3ohh4Ub9bEXsLtNrq4Rb7336n_/s1600/zumbis.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZZEHgLeI7e_MHqxCjPF9S53h0lzu7JZGP8IDofsT7uf5KBBI_zYX-dBD3yJ3rBg1q_JCdSKvNiEvNkNm8o3j3BE42pFVvB-SeFkI87Sy6KH3ohh4Ub9bEXsLtNrq4Rb7336n_/s1600/zumbis.jpg" height="227" width="320" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Lutar para que o Brasil
discuta e estabeleça um marco legal para o setor da comunicação é
mais do que urgente, porque sem isso estamos diante de sérias
ameaças à democracia. Deixemos os fantasmas devidamente enterrados.
Não podemos ser capturados por discursos que nos transformam em
zumbis da mídia e escravos de interesses que nos tiram o senso
crítico e a autonomia.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br />
</div>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Façamos a regulação
econômica dos meios de comunicação, mas não podemos jamais sermos
envolvidos pelo discurso de que regular conteúdo é obstruir a
liberdade de expressão. Esse discurso alimenta ações como a que a
Abert move contra a vinculação horária da classificação
indicativa – mecanismo fundamental de proteção da infância –,
ou as iniciativas para impedir a aprovação do direito de resposta,
ações contra políticas de regulação positiva de conteúdo como a
definição de espaço para a veiculação de produção nacional,
independente e regional. Todos instrumentos que promovem diversidade
e pluralidade, permitindo que mais falem e que assim possam ser
ouvidos e vistos.</div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-18730035723360255122014-12-02T17:23:00.001-02:002014-12-02T17:38:21.803-02:00Uruguai: Democratizar a comunicação é estratégia de poder<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQP4eZsO_MoXQSGloBMHMtqKdPQffnnZqwzHoeMTpJ_pGpMOdf9rJ6z6ZgtLJr5tyyCmn9sUVwWCAbUcbP7gI7rkQgao-41W8g9qTpkGDAbJuAwlKpr91ndiv9U9yuYU7C_caa/s1600/uruguay-comunica.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjQP4eZsO_MoXQSGloBMHMtqKdPQffnnZqwzHoeMTpJ_pGpMOdf9rJ6z6ZgtLJr5tyyCmn9sUVwWCAbUcbP7gI7rkQgao-41W8g9qTpkGDAbJuAwlKpr91ndiv9U9yuYU7C_caa/s1600/uruguay-comunica.jpg" height="160" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lei de Serviços Audiovisuais é o primeiro desafio de Tabaré</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
Aprovar a lei de serviços audiovisuais ainda em 2014 é um
compromisso da Frente Ampla, que tem o apoio de Tabaré Vázquez, eleito para
presidir o país até 2020. Para Gabriel Mazzarovich, um dos integrantes da
Coalizão por uma Comunicação Democrática, é preciso mobilizar a sociedade para
garantir a aprovação da lei.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<i>Por Renata Mielli, para o ComunicaSul</i></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No dia 30 de novembro, a Frente Ampla elegeu Tabaré Vázquez
para comandar o Uruguai até 2020. O resultado das urnas mostrou que as
políticas de desenvolvimento local e de ampliação de direitos trabalhistas e
sociais desenvolvidas nos últimos 10 anos (primeiro com Tabaré e depois com
Pepe Mujica) foram aprovadas pelos uruguaios. E a agenda política que saiu
vitoriosa das urnas sinaliza para a ampliação de direitos e adoção de políticas
para aprofundar ainda mais a democracia. Nesse contexto, uma das primeiras e
mais polêmicas agendas a serem enfrentadas, ainda neste ano, é a discussão no
Senado da Lei de Serviços Audiovisuais. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pouco antes do primeiro turno da eleição, estive no Uruguai
e entrevistei o jornalista Gabriel Mazzarovich sobre as dificuldades em se
fazer avançar a agenda da democratização da comunicação no Uruguai. As
similaridades com os problemas que enfrentamos no Brasil são muitas. Inclusive
no discurso blocado dos “barões da mídia uruguaia”, que como nos disse
Mazzarovich é a de que “a melhor lei de meios é a que não existe”. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por isso, assim
que perceberam a franca maioria da Frente Ampla no parlamento e o favoritismo
de Vázquez, os empresários dos meios de comunicação no Uruguai rapidamente se
mobilizaram para manifestar seu repúdio ao projeto de lei construído pela
Frente Ampla com apoio das entidades que participam da Coalização por uma
Comunicação Democrática. <a href="http://www.elpais.com.uy/informacion/ley-medios-primera-polemica.html" target="_blank">O Diário El País estampou manchete nesta segunda-feira(01/12)</a> destacando a posição da Associação Nacional dos Radiodifusores
Uruguaios que taxa a proposta em tramitação no Senado de autoritária. “Em
regimes autoritários da história do homem, como os fascistas, os mussolinistas
e os stalinistas, ou em Cuba que não há liberdade para nada, ou na Venezuela
onde estão fechando os veículos, há leis desse tipo”, afirmou o presidente da Andebu,
Pedro Abuchalja. A reação é claramente uma tentativa de obstruir o debate, que
contou com o apoio explícito do presidente eleito.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se há uma clara semelhança entre a postura dos donos da
mídia lá e aqui no Brasil, uma diferença entre a situação brasileira e a
uruguaia nesta pauta é gritante e nos coloca, brasileiros, em grande
desvantagem: no Uruguai <a href="http://www.comunicacion.edu.uy/sites/default/files/ley_SCA_aprobado_Diputados_diciembre2013.pdf" target="_blank">há um projeto de lei tramitando no Congresso</a>, já
aprovado pelos deputados e aguardando votação no Senado, onde a Frente Ampla
tem maioria para aprovar a proposta que conta com o apoio do atual presidente e
do presidente eleito. <a href="http://www.elpais.com.uy/informacion/fa-entiende-que-ley-medios.html" target="_blank">Leia mais sobre o apoio de Vásquez ao projeto aqui.</a></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas, apesar do compromisso em votar o projeto ainda este
ano, a luta política em torno da democratização da comunicação no Uruguai ainda
tem um vasto caminho que passa, necessariamente, como alertou Gabriel
Mazzarovich pela mobilização da sociedade em torno desta pauta, que é estratégica
para qualquer projeto de poder. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>ComunicaSul: Como está atualmente o debate sobre a comunicação
no Uruguai?</b></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: right; margin-left: 1em; text-align: right;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihTheeuqdpIapN8DfR3P-kXhaqqRI7iQWD-V-7jI_BvDXH-n7C5jdLa1JBOa-ZfJJEnUfGJvF7Aci6YkRb5KlXDYCgxnf8-PlywD1OrGqCHvmhCaWZhPd6staQqMSUH4TccNhR/s1600/gabrielMazz1.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEihTheeuqdpIapN8DfR3P-kXhaqqRI7iQWD-V-7jI_BvDXH-n7C5jdLa1JBOa-ZfJJEnUfGJvF7Aci6YkRb5KlXDYCgxnf8-PlywD1OrGqCHvmhCaWZhPd6staQqMSUH4TccNhR/s1600/gabrielMazz1.jpg" height="213" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Gabriel Mazzarovich</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<b>Gabriel Mazzarovich:</b> No Uruguai, assim como no mundo inteiro, o tema dos meios de
comunicação para a esquerda e para o movimento popular é um tema que apenas
recentemente vem sendo tratado como um problema estratégico. Muitos dos nossos
companheiros dizem que há governos que governam bem, mas que têm problemas de
comunicação. Nós dizermos que se a esquerda tem problema de comunicação, então
governa mal. Comunicar é parte de governar e é parte de fazer política, sempre
foi, mas nesta sociedade é muito mais. A democratização da sociedade é
estratégia de poder e para fazer o debate da democratização da comunicação é
preciso discutir poder. Há setores da esquerda e do movimento popular uruguaio
que sequer o reivindicam, que a sua perspectiva estratégica é um programa de
governo de cinco anos. Mas a nossa perspectiva estratégica é a revolução,
portanto é uma perspectiva estratégica histórica e que necessita da
democratização dos meios de comunicação, porque eles são um ponto central do
poder. Não há democratização da sociedade possível e nem qualquer projeto de
esquerda que implique na ampliação dos direitos sem a democratização dos meios
de comunicação.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>ComunicaSul: E como este debate está organizado na sociedade uruguaia?</b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Gabriel Mazzarovich: </b>Temos no Uruguai a Coalização por uma Comunicação Democrática,
um espaço muito amplo que integra o movimento sindical, as faculdades de
comunicação, sindicatos de jornalistas, mas que tem tratado do assunto como um
tema de lobby, realizando grandes seminários. Isso é muito importantes, mas nós
estamos convencidos de que se não colocarmos milhares de pessoas nas ruas para
lutar por esta pauta não teremos êxito. Porque os grandes meios de comunicação
são os reis do lobby, eles o inventaram. Por isso temos que ter milhares de
pessoas nas ruas.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>ComunicaSul: E nos dez anos de governo da FA não houve avanços na pauta
da Comunicação?</b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Gabriel Mazzarovich: </b>O que mudou nos últimos anos. Nós, no Uruguai, temos um
sistema de meios de comunicação parecido com o de outros países da América
Latina, e que pode ser definido por quatro palavras: privado, comercial,
concentrado e estrangeirizado. É uma merda. Um desserviço para a democracia
uruguaia. No Uruguai vivemos num país capitalista, a propriedade capitalista
está garantida pela Constituição, e existe propriedade capitalista em todos os
setores da economia, menos na Comunicação. Na Comunicação a propriedade é
feudal. As concessões de radiodifusão existentes foram outorgadas sem nenhum
tipo de concurso e não têm fim, não têm prazo para acabar; 60% das concessões de
rádio que existem no Uruguai foram outorgadas pela ditadura e ainda seguem
vigentes. A direita segue sempre com o mesmo discurso que a melhor lei de meios
é a que não existe. É mentira. No Uruguai existe uma lei de meios, é o único
setor do Uruguai que continua sendo orientado por uma lei da ditadura. Mesmo com a recuperação democrática e 10 anos
de governo de esquerda não conseguimos revogá-la. Não conseguimos mudar essa
maldita lei da ditadura. Mas ainda assim, no governo da FA foram feitas várias
coisas. A primeira foi a lei das
radiocomunitárias, que é um avanço histórico para o Uruguai no qual o Estado
deixou de ser repressivo e passou a ser um Estado com ambição de inclusão. A
lei estabelece pela primeira vez nas leis uruguaias três espaços para os meios
de comunicação: o espaço privado, o espaço comunitário e o espaço público e
estabelece que estes espaços devam ser equivalentes. Isso foi fundamental
porque aqui se criou o antecedente para todo o resto. Hoje, 95% das rádios são
privadas e 80% dos canais também. Todas as novas frequências estão sendo alocadas
para as rádios comunitárias e para aumentar a presença das rádios públicas.
Falta muito, mas efetivamente criamos este espaço. O governo da Frente Ampla
estabeleceu por decreto presidencial -- por isso é tão importante a lei de
serviços audiovisuais, já que decreto pode ser mudado por outro presidente –
que é obrigatório haver licitação e audiências públicas para destinar as novas
frequências e ainda proíbe a entrega de frequências radioelétricas um ano antes
das eleições e seis meses depois de assumir o mandato. Porque é neste período
que elas são repartidas para favorecer a cobertura da campanha e para dar os
serviços aos candidatos e a FA é a única força política que não fez isso. Outro
tema principal é o decreto da TV Digital, que definiu a distribuição das novas
frequências da TV Digital a partir de um concurso público, que teve os seus
problemas, mas que foi um concurso público, com audiência pública, os
pleiteantes tiveram que apresentar um projeto de comunicação, foram julgados, e
as concessões têm prazo para terminar (25 anos). Além disso, a cada 5 anos as
emissoras serão submetidas a uma avaliação e se não cumpriram com seus planos
de investimento e programação podem ter suas outorgas canceladas. Mas, mesmo
com essas medidas, nós reiteramos que precisamos de uma nova lei de serviços
audiovisuais porque ela é um instrumento legal e tem um peso que não têm os
decretos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>ComunicaSul: E o que propõe a Lei de Serviços Audiovisuais?</b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimkRaIFivlkVos9SbF7ENRbtcK1_r95eorBezIiAh0SXGvpimmK7ZBsKbBQ4iGUCrsor1vxjSoGjBZLVGAcl9aGr2rC9aYs9HuY_Cyuviep9R0QCubTIBlfOfDrnj1JsqDOwVV/s1600/uruguay+tv+++producci%C3%B3n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimkRaIFivlkVos9SbF7ENRbtcK1_r95eorBezIiAh0SXGvpimmK7ZBsKbBQ4iGUCrsor1vxjSoGjBZLVGAcl9aGr2rC9aYs9HuY_Cyuviep9R0QCubTIBlfOfDrnj1JsqDOwVV/s1600/uruguay+tv+++producci%C3%B3n.jpg" height="180" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Gabriel Mazzarovich: </b>A lei de serviços audiovisuais é muito mais ampla. Ela outorga
pela primeira vez direitos à audiência, cria-se a figura do defensor da
audiência, estabelece a participação dos trabalhadores no acompanhamento da
lei, estabelece que as emissoras devam respeitar os direitos trabalhistas e a
liberdade sindical. Pela lei fica obrigada a reserva de uma porcentagem da
programação para exibição de conteúdo nacional, estabelece critérios de como se
devem dar as notícias de violência para proteger os direitos das crianças e
adolescentes, estabelece prazos para a vigência das outorgas e estabeleces a
divisão do espectro em terços: 1/3 privado; 1/3 comunitária e 1/3 pública. E
mais, se não for possível ocupar o espectro reservado para o campo comunitário
e público, porque não existiram propostas, esses espaços não podem ser oferecidos
aos meios privados, eles se mantêm em reserva até que se tenha uma proposta
comunitária e pública. O privado fica limitado a 1/3 do espectro. Este é o
projeto de lei que o parlamento está discutindo, que já tem a aprovação dos
deputados e agora resta ser aprovado pelo Senado. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>ComunicaSul: E como é o cenário das Telecomunicações? O serviço no
Uruguai é público certo?</b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Gabriel Mazzarovich: </b>Sim. Nós temos uma coisa distintiva no Uruguai. Ainda
durante a ditadura se criou Antel como ente das telecomunicações. Porque os milicos
já tinham claríssimo, eles sim tinham estratégia de poder. Nós mantemos com
vocês (privados) os meios de comunicação e cuidamos das telecomunicações, que
são o futuro. E é lindo nós termos uma
empresa de telecomunicação estatal, estratégica, e que é central para qualquer
projeto de desenvolvimento. Por isso, nós temos que defendê-la. A Argentina não
tem, está inventando. Todas as empresas de telecomunicações na Argentina são
privadas, todas. Inclusive a plataforma pela qual vai circular a muito boa lei
de meios que eles têm é toda privada. Eles não têm nada público. Aqui é o contrário,
tudo é público, e o setor privado terá a obrigação de pagar para as empresas
públicas para utilizar a plataforma digital. E na nossa proposta de lei
agregamos uma coisa que é única no mundo, que se chama proibição cruzada. A lei
tem um artigo que estabelece que as empresas que sejam concessionárias de ondas
de televisão são proibidas de terem empresas telefônicas, e as empresas
telefônicas são proibidas de terem concessão de radiodifusão. Por exemplo, no
caso do Peru, a Movistar e Claro são donas de todas as televisões peruanas.
Isso é o que se está passando no mundo. Por isso, o Uruguai enfrenta processos
da Organização Mundial do Comércio e de outras cortes internacionais por violar
a liberdade comercial, os tratados comerciais. Esse é o centro da disputa hoje,
porque eles querem destroçar a Antel e dar mais poder a esta tropa. Então, essa
é a lei pesada que estamos discutindo no parlamento hoje, mas que os deputados
conseguiram aprová-la depois de um debate de dois anos. Foram feitas inúmeras
modificações no projeto original de lei, algumas inclusive impulsionadas por
nós, para aperfeiçoá-lo. Por exemplo, introduzimos a proposta de se criar um
conselho independente que ficará encarregado de fazer a gestão de todos os
temas relacionados ao assunto. No projeto original da FA não havia esse
conselho. (<a href="http://www.comunicacion.edu.uy/noticias/mejoras-al-proyecto-de-ley-sca" target="_blank">Veja mais sobre as alterações aqui</a>)</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>ComunicaSul: E qual a sua perspectiva para a aprovação do projeto de lei
dos serviços audiovisuais?</b></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Gabriel Mazzarovich: </b>O compromisso de Mujica e Tabaré é de votar depois das
eleições. Queríamos votar antes de outubro. Apresentamos o projeto dois anos
antes das eleições para que fosse votado antes. Mas não conseguimos colocar a
massa lutando por ele. Se conseguirmos aprová-lo será um passo histórico para o
uruguaio. O debate sobre o conteúdo da lei de serviços audiovisuais avançou
muito no governo da FA. Mas veja, tivemos experiências fundamentais neste
último período. Aprovamos no Uruguai a lei de responsabilidade penal
empresarial, que é uma lei pesada, dura, uma das mais importantes que foram votadas
no Uruguai. Também a lei de negociação coletiva e a lei que anula a lei da
impunidade. Estas talvez tenham sido as três leis mais pesadas votadas no
Uruguai. Elas representam um passo contra-hegemônico dos trabalhadores e da
esquerda e por isso sofreram tanta resistência dos empresários, como se fossem
uma revolução. Porque foram aprovadas? Porque houve uma pressão gigantesca para
serem aprovadas. A bancada da esquerda mudou cinco vezes o seu voto. Começamos
perdendo de 15 a 1 e terminamos ganhando de 12 a 5. Saiu porque tivemos 350 mil
assinaturas, porque tivemos mais de 35 mil trabalhadores nas ruas e mais de mil
assembleias de trabalhadores. Outras leis importantes que podemos usar de
exemplo são a lei do matrimônio igualitário e da regulação da maconha. Elas
representaram uma ampliação de direitos enorme, em uma sociedade hipócrita como
essa, com toda a Igreja Católica e Evangélica lutando contra as duas, com a esquerda
na dúvida se apoiava ou não. Porque saiu? Porque existiu um movimento popular
pujante e novo que foi às ruas com mais de 30 mil pessoas defendendo essas
bandeiras. O que aconteceu com a lei de serviços audiovisuais. Teve um debate
programático na Frente Ampla, tem fundamentos de sobra, todos os debates que
fizemos nós ganhamos, todos. Então, porque os donos dos meios de comunicação
conseguiram trancar essa discussão? Porque neste processo não conseguimos
mobilizar nem 10 pessoas para defender essa lei aqui no Uruguai. O dia em que
se discutiu esse tema no Congresso éramos 20 pessoas nas galerias. Então, o
tema da correlação de forças e da base social que é necessária para essa lei se
tornar realidade é central. Este é o problema que nós estamos enfrentando
agora, criar uma base social que dê respaldo para a lei, criar uma onda para todo
movimento popular uruguaio tomar isso como bandeira central.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-14054030038501189282014-10-28T16:23:00.002-02:002014-10-28T16:26:22.486-02:00Mídia e democracia, aliadas ou adversárias?<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVKGOnQTMVStQQStT-Bw_5SkDUdxgnOXLx3hjYmEGDaEVtW7nidr2iri_BoIMUHyvqHBMKrKVSC0z_M159epwFwcuNPNcF5ZNA2LlvKKp6iG7Cei8l3M6CkYgvqMML8gYrPsPa/s1600/midanaomecale1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVKGOnQTMVStQQStT-Bw_5SkDUdxgnOXLx3hjYmEGDaEVtW7nidr2iri_BoIMUHyvqHBMKrKVSC0z_M159epwFwcuNPNcF5ZNA2LlvKKp6iG7Cei8l3M6CkYgvqMML8gYrPsPa/s1600/midanaomecale1.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
As narrativas que cada momento histórico produz, envolvem as
palavras de significados que muitas vezes superam o próprio conceito mesmo da
palavra ou de alguns termos. Algumas são dotadas de um “fetichismo”, um valor
simbólico que pode ser negativo ou positivo, e como tal são sacralizadas ou
demonizadas.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Democracia certamente é uma delas. É no mínimo politicamente
incorreto se autodefinir como uma pessoa que discorde da Democracia. Nos tempos
atuais, isso é quase uma sentença de morte política. Então, todo mundo é
democrata ou pelo menos diz que é. O problema é que como quase tudo nesta vida –
principalmente no campo simbólico – são poucos os valores de fato universais.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se sairmos às ruas do país, todos ou uma ampla maioria hão
de concordar que vivemos numa democracia. Mas como explicar, então, que nesta
sociedade democrática que estamos construindo existam temas, assuntos de
interesse público que não podem ser discutidos amplamente? Como justificar a
existências dos temas proibidos, como se a própria discussão deles fosse um atentado
à democracia? Não seria mais correto dizer que antidemocrático é haver assuntos
obstruídos por grupos econômicos, religiosos e políticos que, por discordarem ou
verem seus interesses sendo atacados por determinados debates, impõem à sociedade
a censura destes temas?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
É exatamente isso que se passa com a discussão sobre o papel
da mídia hoje. Na sociedade da informação, como alguns estudiosos classificam
os tempos atuais, o debate público de todos os temas são, necessariamente,
mediados pelos meios de comunicação. Os jornais, revistas, a televisão, o
rádio, a internet são instrumentos indispensáveis para o debate de qualquer
assunto.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Neste sentido, os meios de comunicação PODERIAM dar uma
contribuição inestimável para o aprofundamento da Democracia. Poderiam ser aliados
fundamentais para a discussão saudável sobre assuntos polêmicos, dando espaço
para a expressão de vários pontos de vista sobre um mesmo assunto, estabelecendo
o contraditório e, permitindo às pessoas enriquecerem seus repertórios e terem
condições de ter uma visão crítica e, com isso, tomar decisões de forma
consciente.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ocorre que particularmente os meios “tradicionais” de comunicação são dominados exatamente por grupos privados (monopólios) que têm interesses que, na maior parte das vezes, não são os mesmos dos da grande maioria da sociedade. Reconhecer isso é fundamental para que superemos um discurso, no mínimo inocente, que coloca estes meios como “isentos”, “independentes” e “imparciais”
</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por estar vinculada a interesses econômicos, políticos e
religiosos, a grande mídia no Brasil tem se colocado como adversária da
Democracia, justamente por obstruir a discussão dos temas ou, o que é pior,
abordá-los sempre a partir de um determinado ponto de vista, sem ouvir visões distintas,
adotando um discurso único que se coloca para todos como verdade e que se
ampara na falsa visão de que estão praticando jornalismo isento, independente e
imparcial. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para evitar que suas posturas sejam discutidas, evocam o
direito à liberdade de imprensa e à liberdade de expressão para se protegerem.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Omitem, no entanto, que mesmo a imprensa livre precisa atuar
sob parâmetros rigorosos de ética e responsabilidade jornalísticas (que a maioria
destes veículos não pratica). Manipulam a opinião pública dizendo que todo e
qualquer mecanismo de proteção individual e coletiva – como o direito de
resposta – é censura. Constroem falsos “consensos” afirmando que, em nome da
liberdade de expressão e de imprensa, não pode haver regulação para a atividade
da comunicação.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ao fazerem isso, atacam toda e qualquer iniciativa de
discutir o papel da mídia nos dias de hoje, se contrapõem frontalmente ao
debate da regulação dos meios de comunicação e usam o seu poder para
criminalizar e acusar de censores os que querem fazer essa discussão.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estas eleições deram, infelizmente, exemplos muito concretos
de tudo isso, ou seja, de como a mídia tentou conduzir a opinião pública para
garantir os seus interesses eleitorais, como cometeram verdadeiros crimes
contra a democracia. O ápice deste triste capítulo da nossa história foi a
edição da Revista Veja que circulou na véspera da eleição.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os últimos meses mostraram que não é possível mais adiar um
amplo debate nacional sobre a regulação da mídia no Brasil. Regulação esta que
tem, claro, diferentes dimensões quando se trata de veículos que são
concessionários de canais de rádio e televisão – e que nesta condição têm
responsabilidades e obrigações muito mais explícitas a serem cumpridas – e quando
se trata de jornais e revistas que são uma atividade privada.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ambas, como atividade econômica e de comunicação precisam
estar sujeitas ao que preconiza a Constituição e pautadas pelo respeito
público. Não é mais possível que não haja um arcabouço legal atualizado para
orientar estas atividades, garantindo de fato a liberdade de expressão para
todos e todas, com espaços para a diversidade cultural e regional e pluralidade
de ideias. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por isso, é preciso reunir convicções e mobilizar os mais
variados espectros políticos e sociais do País para discutir a regulação
democrática dos meios de comunicação. Apesar de ter se comprometido com o tema,
a presidente Dilma Rousseff só abrirá essa discussão se houver grande pressão
social.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A hora é agora. Vamos impulsionar a coleta de assinatura
para o <a href="http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/index.php/2013-04-30-15-58-11" target="_blank">Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) da Mídia Democrática</a> e
realizar um grande movimento nacional para avançar neste tema fundamental para
a democracia brasileira.</div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-87946843965808530972014-10-26T10:47:00.002-02:002014-10-26T10:47:39.126-02:00Um voto pela democracia<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyRm6XIC-xLRSG0P5roYoBz-giWlTFzxutn-Y_YVS1JZ1An2E37qIQYqf42Jv-lMfk5EZKJ_R_xJG-2VLsCz1eH-whpbrknwECGvl_AkYEyaKfBQZW7vkPvD1nOOFv6Ia82jnJ/s1600/democracia1.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiyRm6XIC-xLRSG0P5roYoBz-giWlTFzxutn-Y_YVS1JZ1An2E37qIQYqf42Jv-lMfk5EZKJ_R_xJG-2VLsCz1eH-whpbrknwECGvl_AkYEyaKfBQZW7vkPvD1nOOFv6Ia82jnJ/s1600/democracia1.jpg" /></a></div>
Eu votei pela primeira vez para presidente do meu País em 1989. Votei Lula, votei sem medo de ser feliz. Votei pela liberdade e pela democracia. Nasci em 1971, portanto a minha perspectiva da ditadura foi pelo olhar de uma criança. Os discos proibidos que minha mãe ouvia baixinho na sala com amigos, me faziam ir chorar no quarto e pedir para o papai do céu não deixar que ela fosse presa. Eu nem imaginava o que de fato acontecia nos porões da ditadura.<br />
<br />
Desde adolescente, decidi que ia lutar pela democracia. E tem sido assim.<br />
<br />
Democracia é muito mais do que o fim da repressão. Democracia é garantir condições dignas de vida para TODOS E TODAS. É acabar com o preconceito, é dar oportunidades de acesso à educação pública de qualidade, saúde, moradia. Democracia é incluir toda a sociedade nos processos políticos do país. E isso vai muito além do dia da eleição. É criar espaços amplos de discussão de políticas públicas, é criar mecanismos de consulta popular sobre decisões fundamentais para o país, como os plebiscitos. É pôr um fim na violência policial. Democracia é garantir o direito a manifestação e permitir que todos possam ter liberdade de expressão. Democracia é reduzir a miséria e as desigualdades no Brasil e fora dele, promovendo uma política externa soberana e altiva, que integre a América Latina e rompa com o colonialismo que predominou no Brasil e no mundo por centenas de anos.<br />
<br />
A luta pela democracia ganha vários contornos a depender do momento histórico em que se vive. Sim, amigos e amigas, em 2014 nós ainda estamos lutando pela Democracia. Ela nos foi conquistada com a vida de muitos, mas é como uma planta, precisa ser regada para crescer e se firmar.<br />
<br />
Nestas eleições, eu acredito que a maioria do povo brasileiro está indo às urnas pela democracia. Os que votam em Dilma e muitos que votam no Aécio. Mas não podemos ignorar, nem os que como eu escolheram votar 13, nem os que escolheram votar 45, que cresce em muitos grupos econômicos e sociais o sentimento do golpismo.<br />
<br />
Nesta campanha, vimos muitas pessoas defenderem o regime militar, vimos no último ano partidos políticos rejeitando veementemente políticas para ampliar a participação social, a nossa participação. Vimos crescer a intolerância e discursos de ódio. Durante a campanha busquei fazer o debate de ideias e propostas. Não ataquei Aécio, porque acho que o que está em jogo são projetos políticos e não pessoas. E o projeto de Dilma se aproxima muito mais do que eu defendi por toda a minha vida.<br />
<br />
Desejo a todos e todas um bom voto, um voto sem ódio. Amanhã será outro dia, com um governo novo. Independente de quem ganhar, temos que nos unir para fazer o Brasil avançar e não retroceder.<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-47700106801375197942014-10-23T19:15:00.000-02:002014-10-23T20:17:05.976-02:00Sou de direita com muito orgulho**<div class="MsoNormal">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijDKCp80VB1QfXIYKPQyHFjHKU31rE7IA7cD-pLhEGeakkVy7aZWgCWfrzm1vY58CWOaEdLSZuKSGF2EwtAGHIdLrrNr_a2TQg4MGiyLebf_SwwBUmcE-0j77Z5xDxcr0AuFcS/s1600/volta+ditadura.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijDKCp80VB1QfXIYKPQyHFjHKU31rE7IA7cD-pLhEGeakkVy7aZWgCWfrzm1vY58CWOaEdLSZuKSGF2EwtAGHIdLrrNr_a2TQg4MGiyLebf_SwwBUmcE-0j77Z5xDxcr0AuFcS/s1600/volta+ditadura.jpg" height="150" width="200" /></a></div>
Há alguns anos atrás, a afirmação acima poderia soar
estranha. Mas hoje não mais.<br />
<br />
No final da década de 80 e nos anos 90, o regime
militar que governou o Brasil por 25 anos não era apenas uma memória do
passado. Era algo muito presente. Defender a ditadura ou se dizer de direita era uma coisa que
se aproximava do politicamente incorreto, dava vergonha, certo medo de como os
outros iriam me julgar. Era como remar contra a maré da democracia. Isso não
significa que estufar o peito e se dizer de esquerda era algo mais em voga.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Na verdade, o momento simbólico que marca definitivamente o
fim do regime militar no Brasil, a promulgação da Constituição de 1988, ocorreu
no contexto do fim da chamada Guerra Fria, que teve o seu final simbólico com a
derrubada do Muro de Berlim, em 1989. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Este foi um momento em que surgiram com força os ideólogos
do “fim da história”, ou seja, de que não havia mais luta de classes, tentando
inclusive acabar com essa coisa de esquerda e direita. É tudo a mesma coisa, há
diferença de gestão, de posição aqui e ali, mas a sociedade havia superado os
conflitos de classe, pregavam.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Teorias a parte, a verdade é que os conflitos nunca deixaram
de existir (há quem diga que nunca deixarão, uma vez que são conflitos
inconciliáveis) e, no Brasil, a esquerda e a direita continuaram ativas. A
esquerda mais organizada, protagonista e militante; e a direita mais
desorganizada e por um longo período um tanto quanto envergonhada de se
assumir.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Com a vitória de Lula e Dilma que deram outros rumos para a
economia, para as relações internacionais, para projetos sociais etc, muito
diferentes dos que tinham sido historicamente adotados no Brasil até 2002, nós
da direita começamos a nos incomodar muito.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Passa ano, entra ano, três eleições presidenciais depois e o
que poderia ser um incômodo passou a ser algo muito mais perigoso: a
possibilidade de consolidação de um projeto político que colide de forma muito
forte com os nossos interesses, da direita. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Somado a isso, passaram-se muitos anos da ditadura, e ela
hoje é uma lembrança para uma minoria na sociedade e um tópico nos livros de
história para tantos outros. A ditadura não assusta mais.</div>
<div class="MsoNormal">
Pronto, estão dadas as condições históricas e conjunturais
para eu sacudir a poeira e tirar o velho paletó do armário e assumir, com
orgulho, minha posição política: sou de direita.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Bom, tudo bem, mas não é só isso. Sou de ultradireita.
Porque eu não defendo apenas o retorno das políticas neoliberais e mudanças de
rumo na economia, nas relações internacionais e nas políticas sociais. Não,
isso é pouco. Eu sou contra esse papo de direitos humanos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aonde já se viu homem ir parar na cadeia porque agride a
mulher! Basta! Vamos acabar com isso. Se a mulher apanhou é porque mereceu e
ponto.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E esse negócio de direitos para os homossexuais. Pelo amor
de Deus, isso é um desvio, uma doença. No mínimo tem que tratar o coitado ou a
coitada. Eu defendo a FAMÍLIA.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E o que é isso de descriminalizar o aborto, mulher que
aborta tem que ser presa, assassina.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E essa juventude negra, favelada, agora se achando cheia de
impunidade. Esses trombadinhas têm que ir para a cadeia, por isso eu defendo a
redução da maioridade penal e outra coisa, presídio não tem que ser público.
Vamos privatizar tudo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Há, tem também que acabar com essa Comissão da Verdade e parar
de fuçar no que aconteceu durante a década de 60 e 70 no Brasil. Para com essa
história de querer punir torturadores. Não houve tortura, aliás, nem ditadura
houve. A Revolução de 64 foi um mal necessário. Foi o Estado brasileiro caçando
os terroristas, bandidos, comunistas que queriam transformar o Brasil em Cuba, ou União Soviética e
pior, que estão soltos ai até hoje, agora, querendo fazer aqui no Brasil o
bolivarianismo (mesmo que eu não saiba direito o que isso significa, mas se a mídia diz que é ruim, então tá dito),</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Fora tudo isso tem essa ascensão social, a gente tem que
conviver com cada gente que agora viaja de avião, frequenta restaurantes,
cinemas, shoppings. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Nossa, estou me sentindo muito à vontade. Fazia muito tempo
que eu tinha todas essas – e muitas outras – opiniões presas na garganta e não
podia falar. Mas agora tudo mudou. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E foi lindo poder participar da manifestação contra os
comunistas no Largo da Batata, ontem. Mandei a presidente ir tomar no cu, como
fiz na abertura da Copa; gritei Viva a Política Militar, esse órgão fundamental
dos paulistas para manter a ordem e impedir a baderna desses desocupados
(estudantes, sindicalistas, sem-terra, sem-teto). Adorei a musiquinha que o
pessoal inventou lá na hora “Ei, ebola, leva a Dilma embora”. Finalmente tive
um espaço para destilar todo o meu ódio contra essa gente.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Durante o ato, me perguntaram se eu sabia alguma proposta do
Aécio, o meu candidato para a presidência. Tinha até esquecido que estava lá
para por causa dele. Proposta? Que importa? Eu quero é tirar esse PT daí.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
**Sim, leitor, leitora, essa pessoa que eu criei, não é
ficção, ela foi inspirada em dezenas de milhares que estão pipocando nestas
eleições. Elas existem e são de carne e osso. E não será com ódio no coração, e
nem com o fígado, que vamos impedir que este pensamento de direita cresça no
Brasil. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Vamos ter que fazer o debate de ideias, a empoeirada disputa
ideológica. Esperemos que com respeito às diferenças, por mais que isso possa
parecer, neste momento, difícil. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Domingo, um round desta luta termina. Na segunda, que o novo
round seja disputado com lealdade e firmeza de posições, mas com muito amor no
coração.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Domingo eu sou Dilma! Para o Brasil não abrir retroceder e
abrir o caminho para que estes pensamentos se disseminem ainda mais.<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 10pt; line-height: 115%;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Se tiver curiosidade, leia a matéria do <a href="http://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/10/22/em-ato-pro-aecio-militantes-xingam-dilma-e-gritam-viva-a-pm.htm" target="_blank">UOL sobre a cobertura do ato do dia 22 aqui</a></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-55260719489517222532014-10-08T15:27:00.003-03:002014-10-08T15:28:38.664-03:00Proposta de Aécio para a economia do Brasil<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYv2YSFqGfxpiNqiM2fivbJActHQRSSwdnGlD_33u3oqX9UfH8xB7uMhbNGwCbJHQ2cqS4v92MSJIYoBV0U7QYd4gEIyV2ceTent9JlGQhALu9Fms1UWcf1p4Iqwk7KTQwxaiQ/s1600/aecio_economia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYv2YSFqGfxpiNqiM2fivbJActHQRSSwdnGlD_33u3oqX9UfH8xB7uMhbNGwCbJHQ2cqS4v92MSJIYoBV0U7QYd4gEIyV2ceTent9JlGQhALu9Fms1UWcf1p4Iqwk7KTQwxaiQ/s1600/aecio_economia.jpg" height="180" width="400" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Neste 2º turno, a
polarização eleitoral vai aumentar. O país tem 20 dias para
escolher que caminho vai seguir nos próximos anos. Acho que é
preciso qualificar a discussão, o que significa sair da simples retórica do ser contra por ser contra e ponto final.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Nos últimos meses,
cresceu um discurso de ódio contra a presidenta Dilma Rousseff. Não
odeio Aécio Neves, nem tampouco amo Dilma Rousseff. E precisa? A
discussão que temos que fazer é política. Nossa escolha não é
entre Dilma e Aécio, mas sim entre os projetos que cada um
representa para o país. Precisamos olhar o Brasil que tínhamos, o que
temos e o país que queremos ter. O que cada um fez, faz e fará por
ele. Minha escolha, pelo projeto representado por Dilma Rousseff se
apoia nesta reflexão.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Propostas econômicas,
Aécio defende Alca e menos investimentos públicos</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O programa de Aécio
Neves é bastante explícito no resgate das principais orientações
do modelo econômico neoliberal, que se baseia na redução do papel
do Estado como indutor da economia e garantidor dos serviços
públicos. <i><b>Este é um dos motivos pelos quais eu não voto em Aécio
Neves</b>.
</i></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A política do Estado
Mínimo foi desastrosa, na década de 90, no Brasil e em toda a
América Latina. Gerou miséria, concentração de renda e desmonte
de direitos sociais e trabalhistas. Nos países em que se manteve
essa orientação, não houve crescimento econômico e a desigualdade
só se aprofundou. Basta olhar, por exemplo, a situação do México. A lógica neoliberal – que privilegia o capital
financeiro em detrimento do capital produtivo – resultou em uma das
maiores crises econômicas da história, iniciada em 2008, com
consequências terríveis nos Estados Unidos, na Europa e em outros
países.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Em seu programa, Aécio
Neves afirma explicitamente seu compromisso com a redução do papel
do Estado. Ele coloca como principal meta econômica a geração de
superátiv primário para conter a inflação. Mas ele oculta a
informação para a sociedade de que no governo FHC, a inflação
média anual era de 9,1%, enquanto nos governos Lula e Dilma é de
5,8%.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Para fazer este
superávit, Aécio vai apertar o cinto e “limitar a taxa de
crescimento dos gastos públicos”. Pretende reduzir o papel dos
bancos públicos na oferta dos créditos, dizendo claramente que vai
“definir critérios mais rigorosos
para a concessão de créditos
subsidiados” e que pode, inclusive, descontinuar tais políticas. A redução dos gastos públicos precisa ser feita, segundo o programa tucano, para conter a dívida pública. Mas eles ignoram o fato de que durante o governo de FHC a dívida líquida do setor público representava 60% do PIB, hoje representa 34%.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Aécio já anunciou o seu ministro da Fazenda, o ex-presidente do
Banco Central dos anos FHC, Armínio Fraga, homem que defende
abertamente o arrocho salarial, a redução de direitos trabalhistas
que “elevam o custo Brasil” e grande defensor do capital
financeiro. Atrás da retórica de que é preciso reduzir os juros,
mais uma vez nega a informação de que em 2002 a taxa Selic era de
18.9%, enquanto em 2012 era de 8,5%. (aspas extraídas do programa de governo de Aécio que consta do seu site de campanha).</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ou seja, foi essa
orientação econômica que, apenas em certa medida, foi alterada
pelos governos Lula e Dilma. Digo isso porque o rompimento com a
política macroeconômica ortodoxa deveria, na avaliação de muitos
economistas, ter sido maior. Para alavancar o desenvolvimento
econômico com base na produção e na geração de emprego e renda é
indispensável que o Estado tenha papel destacado na indução deste
projeto.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A diferença entre os dois projetos fica
clara ao se comparar o desempenho da economia durante o governo de
FHC e os últimos 12 anos. O PIB brasileiro era de R$
1,48 trilhões em 2002 e saltou para R$ 4,84 trilhões em 2013 – mesmo com o
cenário internacional desfavorável em razão da crise. Houve crescimento econômico no Brasil graças à
política de investimento público, de enfrentamento dos problemas de
infra-estrutura, com a realização de obras de grande porte, que geraram emprego com
carteira assinada e renda no país. Em razão disso, o PIB per capita
subiu de R$ 7,6 mil reais em 2002 para R$ 24,1mil em 2013. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Indústria nacional e comércio exterior</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O programa de Aécio
Neves também não esconde a sua discordância com as várias
políticas de valorização da indústria nacional e do mercado
interno. Respeitando a lógica neoliberal de reforçar o papel do
mercado e colocar a "competitividade" como chave mestra para o
desenvolvimento da economia, diz que o Brasil precisa se integrar ao
mundo, o que impõe reforçar as relações comerciais com Estados
Unidos e Europa. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A ideia é um contraponto à política externa de
valorização das relações comerciais que privilegiam o eixo
Sul-Sul e a integração com a América Latina. Seu programa critica abertamente o
Mercosul e retoma a bandeira da Área de Livre Comércio das
Américas. Se o Brasil tivesse ingressado na Alca, hoje o tsunami que
devastou a economia norte-americana, em 2008, teria colocado o nosso
país em uma situação gravíssima. Imagine como seria a história
se o Brasil fosse, ainda, credor do Fundo Monetário Internacional
nos marcos desta crise? Se não fosse a diversificação do comércio
exterior – que nos anos FHC eram praticamente apenas com EUA e
Europa – o Brasil teria literalmente quebrado.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O que nos permitiu
resistir à crise foi justamente as políticas de fortalecimento do
mercado interno e da indústria nacional e as novas parcerias
comerciais. E o que Aécio propõe é retroceder à submissão
econômica aos EUA e Europa, abandonar as políticas regionais de
integração e ampliar a “competitividade” dos produtos nacionais
com os estrangeiros, reduzindo as cargas tributárias sobre as
exportações. <i><b>Por isso eu não voto em Aécio Neves de jeito nenhum.</b></i></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Eu defendo o
fortalecimento do mercado interno, da indústria nacional, um
posicionamento mais soberano do Brasil no mundo. Isso só foi viável
porque os governos de Lula e Dilma investiram nos BRIC's, estimularam o
Mercosul e participaram de outras iniciativas de integração
econômica na América Latina.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Veja mais alguns dados
econômicos* que comparam o desempenho do país a partir de 2002:</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Posição entre as
Economias do Mundo</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2002 - 13ª</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2014 - 7ª</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Reservas Internacionais
(Fonte: Banco Central)</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2002 – 37 bilhões de
dólares</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2013 – 375,8 bilhões
de dólares</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Investimento
Estrangeiro Direto (Fonte: Unctad-ONU)</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2002 – 16,6 bilhões
de dólares</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2013 – 64 bilhões de
dólares</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Exportações (Fonte:
Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio)</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2002 – 60,3 bilhões
de dólares</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2013 – 242 bilhões
de dólares</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Produção de veículos
(Fonte: Anfavea)</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2002 – 1,7 milhões</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2013 – 3,7 milhões</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Safra Agrícola (Fonte:
IBGE)</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2002 – 97 milhões de
toneladas</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2013 – 188 milhões
de toneladas</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Índice Bovespa (Fonte:
Bovespa)
</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2002 – 11.268 pontos</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2013 – 51.507 pontos</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Valor de Mercado da
Petrobras (Fonte: Petrobras)
</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2002 – R$ 15,5
bilhões</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
2014 – R$ 104,9
bilhões</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Lucro médio da
Petrobras (Fonte: Petrobras)</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Governo FHC – R$ 4,2
bilhões/ano</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Governos Lula e Dilma –
R$ 25,6 bilhões/ano</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Falências Requeridas
em Média/ano (Fonte: Serasa)</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Governo FHC – 25.587</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Governos Lula e Dilma –
5.795</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
* Parte destes dados já
foram divulgados em outros sites, blogs e portais. Antes de
reproduzi-los aqui eu chequei um a um e, ao lado, acrescentei a fonte
que estou utilizando.</div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-51157712851606961142014-10-03T14:59:00.004-03:002014-10-03T15:13:39.856-03:00O trabalho não pode estar associado à morte<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ySTyoVnlCJ-jY8XoCffLbbWalOwxHayEt_1_0sGDOkkXvLs3BEM0Tdk-VXslbkUaFBfkXceQY3cJZ098DIcnhYJmTNrNaINJRVygVjQiRL41XyuXM61IdaQsn569Pfh4VSCu/s1600/lei_penal.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9ySTyoVnlCJ-jY8XoCffLbbWalOwxHayEt_1_0sGDOkkXvLs3BEM0Tdk-VXslbkUaFBfkXceQY3cJZ098DIcnhYJmTNrNaINJRVygVjQiRL41XyuXM61IdaQsn569Pfh4VSCu/s1600/lei_penal.jpg" height="320" width="234" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
“Não pode ser que o
trabalho esteja associado à morte. Nossa luta é muito maior do que
apenas uma luta por melhores salários, claro dinheiro é importante,
mas temos que defender a vida e a dignidade do trabalhador”, afirma
Javier Diaz, dirigente nacional do Sindicato Unificado Nacional da
Construção e Anexos – Sunca.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Depois de muita
discussão, o Sunca conseguiu garantir a aprovação de uma Lei no
parlamento uruguaio que penaliza os empregadores que coloquem em
perigo a integridade física dos trabalhadores pelo não cumprimento
das normas de segurança e higiene.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Por exemplo, se o
trabalhador estiver em um lugar úmido, escorregadio, e não tiver um
calçado apropriado isso é considerado um delito, porque mesmo que
ele não se acidentar, corre o risco de, e isso já é considerado
uma penalidade.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A Lei de
Responsabilidade Penal, que está em vigor desde 14/03/2014, foi uma
proposta do Sunca e se inspirou em leis de Saúde do Trabalho da
Espanha e Peru. Foi polêmica na esquerda, inclusive houve
parlamentares do campo popular que se posicionaram contra a lei, mas
votaram a favor para não quebrar a disciplina partidária.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Existem quatro demandas
judiciais contra a lei na Suprema Corte do Uruguai e o assunto
tornou-se um dos principais temas desta campanha eleitoral no país.
Os candidatos da direita no Uruguai, em particular Lacalle Pou tem
afirmado que, se eleito, vai revogar a Lei. De outro lado, os
trabalhadores prometem realizar grandes mobilizações nacionais em
defesa desta conquista.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Iván Hafliger, da
executiva do Sunca, destaca a importância desta lei para os
trabalhadores. “Em 2012, entre 1º de janeiro e 1º de julho
tivemos 7 mortes no trabalho na construção civil. Em 2013, neste
mesmo período, tivemos 6 mortes. No mesmo período de 2014, ou seja,
desde a aprovação da Lei, tivemos apenas 3 mortes. Esses três
trabalhadores que não morreram já valem a lei. Ademais, o que
disseram que iam acontecer, de que empresários seriam presos, não
aconteceu. Não houve prisões. O que ocorreu é que os empresários
precisaram respeitar as normativas e, ao fazer isso, evitaram que
houvessem acidentes fatais”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Outras conquistas</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E as vitórias dos
trabalhadores não se limitam a esta lei. Os trabalhadores da
construção também conseguiram depois de muita luta aprovar uma lei
que reduz o peso dos sacos de cimento, de 50 kg para 25 kg. “Carregar
um peso de 50 kg nas costas traz importantes consequências para a
nossa saúde, resultando em problemas de coluna, incapacidade e
tantos outros. Agora, mudamos essa situação. Mesmo o cimento que é
importado, precisa vir adequado à nova norma uruguaia”, explica
Faustino Rodrigues, presidente do Sunca.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Também conquistaram a
redução da jornada de trabalho de 48 horas semanais para 44 horas
semanais, a garantia de pagamentos de 70% do valor da hora de
trabalho para os dias parados por condições climáticas com a
criação de um bolsão de horas.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Os trabalhadores do
Uruguai de outros ramos da economia também têm obtido importantes
conquistas. Aprovaram uma Lei para os trabalhadores domésticos, que
não tinham nenhum direito consagrado, nem mesmo a cobertura
previdenciária e piso salarial. Para os trabalhadores rurais, foi
fixada uma jornada diária máxima de trabalho de 8 horas, com a
obrigação de pagamento de horas extras para o tempo trabalhado,
entre outras conquistas que vão compondo um elenco de direitos
trabalhistas e sociais fundamental para garantir a dignidade e a
valorização do trabalho.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
“Temos que estar
sempre em luta. Empresas são empresas e se comportam do mesmo jeito
em todos os lugares. Por isso, as conquistas dependem da organização
dos trabalhadores”, disse Javier Diaz, da direção do Sunca.<br />
<br />
E as importantes conquistas alcançadas pelos trabalhadores na construção civil no Uruguai é uma demonstração de que politizar o debate sindical e investir na organização dos trabalhadores por local de trabalho continua sendo o caminho mais efetivo para fortalecer a unidade e alcançar vitórias.</div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-82384241722342399822014-10-03T10:30:00.000-03:002014-10-03T15:01:29.485-03:00Uruguai: Fábrica de cerâmica é recuperada por cooperativa de trabalhadores<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4XxG-gUcN8X0y_ELkJmp6wlS8Peb7tvj4BE4YFfAvvWGDKzoMD4p0wRJgvuSYdJYw4CE6WJ9rNZLLoIO869GSZtMw4NTBglwNH5rl1Fw7vtX1R-B9fhv40nikDsQBbCTmaMe9/s1600/olmos1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj4XxG-gUcN8X0y_ELkJmp6wlS8Peb7tvj4BE4YFfAvvWGDKzoMD4p0wRJgvuSYdJYw4CE6WJ9rNZLLoIO869GSZtMw4NTBglwNH5rl1Fw7vtX1R-B9fhv40nikDsQBbCTmaMe9/s1600/olmos1.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
Em 2009, a falência da
Cerâmica Olmos, no Uruguai, deixou 753 trabalhadores desempregados.
A única indústria de pisos, azulejos e louças sanitárias do país
foi fechada depois de 75 anos de funcionamento, em função de
dívidas astronômicas contraídas por seus proprietários. Há um
ano a fábrica foi recuperada e reinaugurada depois de todo um
processo de luta dos trabalhadores que durou 4 anos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Já sabendo da grave
situação financeira pela qual a empresa passava e cientes da
possibilidade do seu fechamento, os trabalhadores se organizaram e se
pr<span style="text-align: center;">epararam para resistir. Gerações inteiras da mesma família
trabalhavam na empresa, que empregava principalmente os moradores do
bairro de Empalme Olmos, que fica no departamento de Canellones, na
grande Montevideo. “O fechamento da cerâmica seria a morte de todo
o resto que vive ao seu entorno, os pequenos comércios e até o
transporte aqui na região, gira em torno dessa empresa”, disse
Luis Gonzáles, vice-presidente da Cooperativa dos Trabalhadores
Cerâmicos – CTC, que hoje é responsável pela gestão da empresa
recuperada.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
“Nós permanecemos
aqui, acampados, e não deixamos que a empresa fosse fechada.
Fazíamos rondas externas 24 horas, e contamos com o apoio e
solidariedade importante de outros sindicatos para nos manter no
interior da fábrica”, conta Jorge Gonzáles, presidente da
Cooperativa CTC. Em 1º de Julho de 2013, luta dos trabalhadores da
antiga Metzen y Sena conquistou a sua maior vitória com a reabertura
da empresa.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWB0RIbdE_IWQBcG7FiFnfjwY2vVyurEx3OxMdCEgyaXHVQrTpYEsJeRCi-b1dVth2RrjCXSv1D8BlaDoMbZrIbdko71BBMyuZkqSiLLrpkt_62yahQxIHDyVznQnRkQr-X9_7/s1600/jorge.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjWB0RIbdE_IWQBcG7FiFnfjwY2vVyurEx3OxMdCEgyaXHVQrTpYEsJeRCi-b1dVth2RrjCXSv1D8BlaDoMbZrIbdko71BBMyuZkqSiLLrpkt_62yahQxIHDyVznQnRkQr-X9_7/s1600/jorge.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Jorge Gonzáles começou
a trabalhar na cooperativa em 1987, com 19 anos. Veio para a Zona de
Empalme Olmos com a família, em busca de trabalho. Para ele, que
hoje preside a cooperativa, o sentimento diante das conquistas
obtidas é de muito orgulho. “Entrei com a minha família, era um
trabalho e aos poucos passamos a tomar um carinho por este lugar,
fomos nos comprometendo com as pessoas e participando da luta para
defender os trabalhadores. Eu era o presidente da Comissão de
Trabalhadores quando a fábrica quebrou. Aqui comigo trabalham meus
três irmãos, muitos vizinhos, familiares, amigos de toda uma vida
que iam perder seus empregos. E lutamos para impedir isso com toda a
nossa força. Toda essa história nos dá um sentimento de
pertencimento. Para mim é muito gratificante, me dá muito orgulho.
Hoje eu não sou o Jorge, sou o representante de 358 trabalhadores.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Organização, lutas e
conquistas</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Foram vários os passos
trilhados desde a ocupação da fábrica até a sua reabertura.
Primeiro se fundou, em 2010, a cooperativa dos trabalhadores, como
explica Jorge, mas só no final de 2012, o juiz lhes concedeu o uso
das instalações. “E foi muito difícil porque alguns de nós
foram capazes de suportar esse tempo. Conquistamos a extensão
especial do seguro-desemprego, mas muitos tiveram que encontrar outra
saída. Em Empalme Olmos não existem outras alternativas de
trabalho. Se esta fábrica fosse em Montevidéu, as pessoas iriam
procurar outros empregos e não haveria a necessidade de retomar a
atividade da fábrica. Pior, seria quase inviável retomá-la, porque
sem o conhecimento ou as habilidades dos que já trabalhavam aqui
teria sido impossível”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O segundo passo foi
obter os recursos necessários para reativar a fábrica. A luta,
neste caso, foi para alterar a carta orgânica do Banco da República
do Uruguai e com isso permitir que a instituição pudesse financiar
projetos autogestionados por trabalhadores. “Conquistamos, então,
o decreto presidencial que alterou a lei orgânica do Banco e definiu
que 30% dos seus excedentes comporiam um fundo para financiar
projetos cooperativistas: o Fundo para o Desenvolvimento (Fondes).
Então, fizemos um projeto apoiado pelo Ministério do Trabalho e
Indústria e lutamos para conseguir um crédito do Fondes, no valor
12 milhões de dólares, para renovar as instalações, comprar
peças, e ter capital. Este valor deve ser pago em 15 anos (com
carência nos dois primeiros anos) com um juro de 4% ao ano”,
explica Jorge Gonzáles.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>A todo vapor</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTvZx2Q7r90_bm7LDtvYZDas3A8Bb2L-1UUoPuDROkljeAkQZP6e6E3F7lA0dG2TfRZOD_9svJQQ5tQKbcn60p8As44gv-8FCpyMamc8K_IOSUuI16W9HR2PqTYfp2NNTpeU4o/s1600/linha_azul.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTvZx2Q7r90_bm7LDtvYZDas3A8Bb2L-1UUoPuDROkljeAkQZP6e6E3F7lA0dG2TfRZOD_9svJQQ5tQKbcn60p8As44gv-8FCpyMamc8K_IOSUuI16W9HR2PqTYfp2NNTpeU4o/s1600/linha_azul.jpg" height="320" width="240" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A Olmos funciona 24
horas com três turnos de trabalho e mantém as 3 linhas de produtos
já existentes (linha de cerâmicas de mesa, linha sanitária e a
linha de revestimentos) e ainda agregou uma quarta linha de produtos,
com a produção de tijolos para a construção civil.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Atualmente está
produzindo aproximadamente 100 mil metros de revestimento por mês.
Sua produção abastece o mercado interno e também já começa a
retomar os contatos internacionais para a exportação, com clientes
na Bolívia, Chile, Argentina e Estados Unidos.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A produção de tijolos
– agregada a partir de uma iniciativa dos próprios trabalhadores,
que construíram as máquinas e aproveitaram um forno que estava
subutilizado – é de aproximadamente 100 mil/unidades por mês. “A
matéria-prima estava aqui, à disposição – é o barro. As
máquinas fizemos nós mesmos e, com isso, incrementamos nossa
produção”, explica Jorge. Agora, a cooperativa aguarda a chegada
de um forno que virá do Brasil e que quando entrar em operação vai
triplicar a capacidade de produção de tijolos.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
“Estamos mostrando
que uma cooperativa de trabalhadores pode gerir uma empresa com
produtos inclusive de qualidade superior aos de um empreendimento
comercial privado. Neste primeiro ano de funcionamento, a empresa
faturou cerca de 1 milhão e 100 mil dólares. Espera-se que no
próximo ano esse valor dobre.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOrpkYrkXmU6U0EJU5R8R2wxSZt0mJqR0cFFizLkSR1reaZpxcuA4b1H1ZUWF9N_nBs9NgmWHtzLx0o-0fSx3Jc-Vb2TQPJllHXMD-vOveiO1JnfXglH4uFcmRyRy2OFk7mGHM/s1600/sanitarios_olmos_2.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOrpkYrkXmU6U0EJU5R8R2wxSZt0mJqR0cFFizLkSR1reaZpxcuA4b1H1ZUWF9N_nBs9NgmWHtzLx0o-0fSx3Jc-Vb2TQPJllHXMD-vOveiO1JnfXglH4uFcmRyRy2OFk7mGHM/s1600/sanitarios_olmos_2.jpg" height="200" width="150" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Outra preocupação dos
trabalhadores, que agora são também os responsáveis pelo
empreendimento e pelo seu sucesso, é manter seus produtos sempre em
sintonia com o que há de mais moderno no mercado, desde o design até
as questões ambientais. “Por isso, por exemplo, desenvolvemos um
sistema de descarga de água para vasos sanitários que consomem 4,5l
ou 2,5l de água apenas”, conta Luis Gonzáles, vice-presidente da
CTC.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Reduzir desigualdades</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Uma marca importante
dos empreendimentos cooperativos é tentar reduzir as diferenças
salariais e de condições de trabalho entre as diferentes frentes de
atuação dentro da empresa. Neste sentido, a Cooperativa dos
Trabalhadores Cerâmicos de Empalme Olmos também dá um exemplo
importante. “Procuramos discutir as questões mais importantes nas
Assembleias. E este foi um dos temas principais no início. Havia
quem defendesse que todos os salários fossem iguais. Mas nós não
concordamos com isso. Era preciso ter remunerações minimamente
diferentes para tarefas e responsabilidades distintas. Senão,
inclusive, o interesse em crescer e aprender se perderia, afinal,
todos estariam no mesmo patamar, não haveria para onde ir mais”,
explicou Jorge Gonzáles.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwyrTihJTH_pAozmHc5cwakCZGyDgWXSza4mP2jFATwouK_tnI9As1JqsogpXdT4vwaSkl13KCBNlKF_Fe-OlC8NCzkiIXq1kTTXO0gz7UHXvfdrrfX4XkGs497s8ARXQ9wU86/s1600/CTC_caixa.jpg" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwyrTihJTH_pAozmHc5cwakCZGyDgWXSza4mP2jFATwouK_tnI9As1JqsogpXdT4vwaSkl13KCBNlKF_Fe-OlC8NCzkiIXq1kTTXO0gz7UHXvfdrrfX4XkGs497s8ARXQ9wU86/s1600/CTC_caixa.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O que decidiram foi
criar 6 categorias de trabalho na fábrica. O nível 1 seria o menor,
onde se enquadram os aprendizes e iniciantes da fábrica. Estes
ganham 98 pesos uruguaios por hora de trabalho (aproximadamente 9,8
reais). Já a faixa 6, que é a maior, na qual estão os diretores da
fábrica e coordenadores, tem um salário correspondente ao valor de
180 pesos uruguaios por hora, (18 reais). Ou seja, a diferença entre
o menor e o maior salário não chega a ser o dobro. A maioria dos
trabalhadores, que estão nas faixas 2 e 3 (e que são os que
trabalham diretamente na produção), tem salários de 113 pesos
uruguaios e 128 pesos uruguaios por hora de trabalho respectivamente.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Além dos trabalhadores
cooperativados, há um pequeno número de profissionais que foram
contratados. “Alguns técnicos especializados, engenheiros, funções
que ainda não temos como ocupar, mas que estamos trabalhando para
formar, investindo muito na capacitação dos nossos cooperativados,
para que tenhamos cada vez menos dependência de outros
profissionais”, explica o vice-presidente da CTC.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A Olmos é a única
fábrica de produtos cerâmicos do Uruguai. Ficou 4 anos parada
exatamente num momento em que houve um crescimento da economia do
país, que impulsionou a construção civil e consequentemente
aumentou a demanda por cerâmicas sanitárias e revestimentos. Então,
o que ocorreu é que para atender a esta demanda o mercado se inundou
de produtos importados. E a indústria nacional perdeu, neste
período, uma importante oportunidade de crescimento.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Por isso, a próxima
luta dos trabalhadores é aprovar uma lei para que uma parte das
compras públicas seja feita obrigatoriamente com produtos de
indústrias nacionais. No caso da Olmos isso seria um incremento
importante para o seu crescimento.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Imprensa ocultou a
conquista
</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKxKiTwNQQYEwbzJB5LQfIhOkWN-DyorPG7md1Oq2bH13YvyJ-WXAfGjF_9LDo3JByJE1xbuwxWm5rArfN6RJJjBvPZwy1bjU0eU9-hb6WiiJVonIVxEYaDu4fhBySURaerfZ1/s1600/apoio_olmos.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjKxKiTwNQQYEwbzJB5LQfIhOkWN-DyorPG7md1Oq2bH13YvyJ-WXAfGjF_9LDo3JByJE1xbuwxWm5rArfN6RJJjBvPZwy1bjU0eU9-hb6WiiJVonIVxEYaDu4fhBySURaerfZ1/s1600/apoio_olmos.jpg" height="320" width="239" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Para se chegar a esta
importante vitória, que é dos trabalhadores mas também é da
sociedade uruguaia, já que se recuperou uma importante indústria
nacional, foi necessário o apoio e a solidariedade de vários
sindicatos e da Central dos Trabalhadores (PIT-CNT). Um dos
sindicatos que estiveram em todo este processo foi o Sunca –
Sindicato Únicos Nacional da Construção e Anexos.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Infelizmente, essa
conquista foi ignorada pelos meios de comunicação do Uruguai, que
não noticiaram a reabertura da fábrica para não precisar dizer que
isso foi uma conquista dos trabalhadores organizados na cooperativa.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
“Nossa conquista não
repercutiu em nenhum meio de comunicação. Nós do Sunca e de outros
sindicatos estivemos aqui lado a lado com os trabalhadores para
manter a fábrica, para garantir o acampamento e impedir que se
fechasse a fábrica, porque se fechasse seria muito difícil para
recuperar. Por isso, quando em julho agora se completou um ano da
reabertura da fábrica, nós mandamos confeccionar 40 mil canecas de
chopp aqui na Olmos e presenteamos os 40 mil trabalhadores do Sunca
com essas canecas, para que cada trabalhador que apoiou esta luta
tivesse um pedacinho da Olmos em suas casas”, diz Javier Diaz, da
direção nacional do Sunca.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<i>**Nota da autora</i> –
Conhecer essa experiência foi realmente muito emocionante e renova
as esperanças de que é possível construir um mundo melhor. Para
não me esquecer nunca disso, eu também trouxe um pouquinho de Olmos
comigo, na memória e na mala.</div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-71515397130166377242014-09-12T16:57:00.002-03:002014-09-12T17:23:06.798-03:00MA: Clã Sarney/Lobão apela para anticomunismo e antijornalismo<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJCg37MMoZlFSYfpDPeqGYYSBsQG5DZ2MY30hiEcYXbMqxHqZBCFA8pqn1bggYTgaYwIbxa3C2cwQNKKqTc8eh8d281uuHDFSskxg6a9Hwn9V7g6Is-0now7j7r_ASR4doI1Jv/s1600/Acorda-Maranha%CC%83o.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJCg37MMoZlFSYfpDPeqGYYSBsQG5DZ2MY30hiEcYXbMqxHqZBCFA8pqn1bggYTgaYwIbxa3C2cwQNKKqTc8eh8d281uuHDFSskxg6a9Hwn9V7g6Is-0now7j7r_ASR4doI1Jv/s1600/Acorda-Maranha%CC%83o.jpg" height="213" width="320" /></a></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A
grande mídia brasileira está cada vez mais despudorada na sua
cruzada para derrotar as forças políticas que assumiram o governo
do país desde 2003. Ficção e jornalismo flertam cada vez mais, ao ponto de ser difícil distinguir um do outro. Seja
no papel, no rádio, televisão e até na internet, os grupos
econômicos que dominam a comunicação no Brasil estão empenhados
em derrubar o governo federal e também garantir seus interesses
locais. Em alguns lugares, ainda há um cuidado mínimo no tratamento
das informações, pelo menos uma tentativa de dar uma roupagem mais
crível ao que é veiculado. Mas em outros, como no Maranhão....</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Vendo
que o candidato do Clã Sarney, Lobão Filho (PMDB), vai perder a eleição
para Flávio Dino (PCdoB), a maior parte da mídia maranhense está
apelando para o anticomunismo, num discurso que beira a insensatez.
Já circulou bastante na internet, a entrevista que Flávio Dino
concedeu ao jornal da TV Mirante (de propriedade da família Sarney),
na qual o âncora do jornal pergunta se, caso eleito, Dino pretende
implantar o comunismo no Maranhão. Mas isso foi fichinha.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Até
para quem pensa imaginar do que a mídia é capaz, o que está sendo
feito pela TV Difusora de Imperatriz (afiliada da SBT no Maranhão de
propriedade da família Lobão) é escandaloso, de deixar qualquer um
pasmo, pela desfaçatez e cara de pau.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A
Difusora de Imperatriz veiculou no final de agosto uma série de
cinco reportagens sobre o comunismo, (<a href="https://www.youtube.com/watch?v=m8EYT0Mju68" target="_blank">assista aqui a quarta</a>) para
tentar disseminar o medo e impedir a vitória de Dino, resgatando a
guerra fria e o discurso que em 1989 a direita usou para derrotar
Lula.
</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Mas
se a série pode ser considerada uma abordagem “indireta”, a
reportagem que foi veiculada na semana passada não é nem um pouco.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Numa
peça de “jornalismo-ficcional” ou quem sabe realismo fantástico,
o jornal da Difusora noticia uma agressão feita contra um grupo de
evangélicos por extremistas de esquerda. Usa um trecho da série
sobre o comunismo para ressaltar o perigo do fundamentalismo político
e sustentar a denúncia, feita por uma fonte preservada, que diz
ter sido atacada e, como introduz o jornalista “ela narra os
momentos de horror e medo”.</span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">A
“vítima” relata a agressão e em seguida entra um repórter que vai
narrando o ocorrido em um off, coberto por imagens de um carro aberto e depois da
praia, local do atentado. As imagens não mostram nada, mas o texto do narrador vai induzindo o
telespectador dizendo que na praia ainda há sinais de que crianças e adultos saíram as pressas e, que o que era para ser uma noite de busca espiritual se tornou uma noite de fuga. Os autores da noite de terror não roubaram
nada “usaram uma das principais características do comunismo, a
coação”. Na praia, os “sinais” de que os evangélicos saíram
correndo são uma garrafa de água e camisetas na areia. Depois, a matéria relaciona o ataque aos evangélicos à depredação da faixada do comitê de campanha
de Lobão Filho, mostrando no chão cartazes rasgados. Para sustentar a
denúncia, diz que as câmeras de uma lanchonete flagaram o agressor,
mas a imagem que a reportagem mostra é de um homem comendo e não de
vandalismo. O repórter encerra a peça de ficç... opa, reportagem,
dizendo que a destruição dos cartazes é “uma demonstração de
ódio e fúria, típicas de regimes antidemocráticos.
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/rCDzcPaORko" width="420"></iframe>
</span><br />
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br />
Este é apenas um exemplo de como a mídia maranhense tem feito a
cobertura eleitoral e mostra como é necessário uma
denúncia veemente dessa manipulação, que fere os mais variados
direitos sociais e humanos. O que a TV Difusora está praticando não
é jornalismo, é crime.
</span><br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Diante
do desespero de perder a eleição, a família Sarney/Lobão usa
todos os recursos. Além de controlar a mídia, controla também
aparatos administrativos do estado e, como foi divulgado
recentemente, até a empresa responsável pela distribuição das
urnas e transmissão dos dados de votação é de Luiz Carlos
Cantanhede Fernandes, aliado dos Sarney e amigo do candidato Lobão
Filho.</span></div>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><br /></span>
<span style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;">Na
última quarta-feira, um ato por eleições limpas no Maranhão
reuniu representantes da OAB nacional, o presidente da OAB-MA,
Associação dos Magistrados do Maranhão, UNE, centrais sindicais,
Barão de Itararé e outras entidades do movimentos social para
conclamar a sociedade a fiscalizar o processo eleitoral e impedir
qualquer tipo de alteração na vontade popular sobre os rumos do
Maranhão.</span><div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-4343170284547953812014-09-11T10:41:00.001-03:002014-09-11T11:00:02.764-03:00Universalizar a Banda Larga será prioridade para Dilma Rousseff<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNgBEsqSFIin_50sSgfJH3BrXstNA8snK_mFggrgvHEb0ruXsrCOcrH-rcslOdBiMk7gKqYc_6m3W3pNu9d6jg8uq30RDn-SF1FKjF6mKIfPlBlaMFcgNxmbZx-CTBjnNCRCem/s1600/BL.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNgBEsqSFIin_50sSgfJH3BrXstNA8snK_mFggrgvHEb0ruXsrCOcrH-rcslOdBiMk7gKqYc_6m3W3pNu9d6jg8uq30RDn-SF1FKjF6mKIfPlBlaMFcgNxmbZx-CTBjnNCRCem/s1600/BL.jpg" height="133" width="320" /></a></div>
<i><br /></i>
<i>Compromisso com
universalização da Banda Larga, afirmado por Dilma Rousseff, pode
criar novo ambiente para debate sobre o futuro das telecomunicações
no país.</i></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O evento Diálogos
Conectados realizado pela Campanha Banda Larga é um Direito Seu com
a candidata à reeleição Dilma Rousseff foi uma importante
oportunidade para conhecer um pouco melhor os problemas envolvendo as
políticas de telecomunicações no Brasil e as propostas para
enfrentá-las.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A presidente da
República foi taxativa durante o evento ao dizer que é preciso
levar Banda Larga para todos, com qualidade e não só para os que
podem pagar. Ela afirmou que construir uma grande malha de
infraestrutura de telecomunicações no país é, ao seu ver, o
desafio mais importante para o Brasil no próximo período. Que este
é o gargalo para um projeto de desenvolvimento nacional mais robusto
e será, no seu próximo mandato, prioridade. Por isso, sua meta é
universalizar a Banda Larga, recuperando o papel da Telebras e
garantindo investimentos massivos, com recursos públicos e privados,
para ampliar a infraestrutura de fibra ótica em todo o país. Para
isso, Dilma propôs uma Lei de Universalização da Banda Larga para
enquadrar a prestação deste serviço no regime público e privado e, assim, fazer com que em 4 anos mais de 90% do país tenha acesso à
internet Banda Larga.<br />
<br />
Se compreendermos Banda Larga como uma infraestrutura que da suporte à transmissão de dados, sons, imagens e voz e, portanto, algo que é muito mais do que apenas acesso à World Wide Web; e se considerarmos o cenário de declínio da telefonia fixa, então o debate de uma Lei de Universalização da Banda Larga pode conter elementos que regulem a oferta de todos os serviços que estão utilizando essa infraestrutura. Estaríamos falando de uma possível regulação convergente? </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Voltando um pouco na
história</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Em 1997, o governo
Fernando Henrique Cardoso vendeu a preço de banana a Telebras,
privatizando um setor estratégico para o desenvolvimento econômico
e social e para a defesa da soberania do país. Na privatização da
telefonia – porque até aquele momento os serviços de
telecomunicação praticamente se resumiam ao Serviço Telefônico
Fixo Comutado (STFC) – bilhões de reais em redes de transporte e
imóveis foram repassados ao setor privado, através de contratos de
concessão, para a prestação do serviço que deveria obedecer metas
de universalização. A privatização da Telebras se constitui em um
dos maiores danos ao patrimônio brasileiro. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Com a proliferação da
telefonia celular e o surgimento da internet Banda Larga, o cenário
das telecomunicações tem passado por importantes modificações, e
o papel das novas tecnologias ganhado uma centralidade política e
econômica cada vez maior.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Desde 2009, entidades
do movimento social têm insistido que o Brasil precisa reconhecer a
Banda Larga como um serviço essencial, de interesse coletivo e que,
portanto, precisa ter o seu acesso garantido pelo Estado para todos
os brasileiros, em todos os cantos do país, com boa qualidade e a
preços acessíveis.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Esta bandeira, vai
muito além da simples readequação de um regime jurídico para a
prestação de um serviço público, ela tem um sentido contrário ao
movimento privatista de cunho neoliberal realizado por FHC. Sem ser
estatizante, a luta pela universalização do acesso à Banda Larga
pressupõe um novo protagonismo do Estado brasileiro como agente
indutor da economia, e inclusive competindo com o setor privado onde
esta disputa se faça necessária para atender ao interesse público.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Em 2010, o governo Lula
lançou o Plano Nacional de Banda Larga – PNBL – que fazia um
diagnóstico bastante crítico da situação da banda larga no
Brasil. Afirmava que era um serviço caro, de pouca qualidade e para
poucos e responsabilizava o setor privado por aquele cenário. Entre
as propostas para enfrentar os problemas e a insuficiência na
infraestrutura estava a reativação da Telebras e o seu
fortalecimento para cumprir funções tanto de gestora do Plano, como
para atuar no mercado do atacado, a partir da recuperação da redes
públicas existentes e, onde não houvesse interesse significativo de
mercado, atuar no varejo, oferecendo conexão na última milha para
garantir o acesso à Banda Larga. Outro aspecto positivo do PNBL era
a criação de um instrumento de debate e acompanhamento da política
que contaria com a presença de representantes do movimento social,
das empresas de Telecom e do governo, o Fórum Brasil Conectado
(FBC).</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas o PNBL era, apesar
disso, demasiadamente tímido, já que em nenhum momento falava de
universalização do acesso à Banda Larga, mas apenas de
massificação do acesso. Também, num primeiro momento, considerava
como Banda Larga conexões de 512 kbps. Outro aspecto problemático
na proposta era apostar demasiadamente na força do mercado para
realizar essa massificação e, principalmente, mantendo a oferta
deste serviço em regime privado.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
As entidades criticaram
fortemente estes aspectos do PNBL e tentaram disputar, na construção
dessa política, estes pontos, apresentando propostas para que o
plano pudesse efetivamente dar consequência prática para resolver
os problemas tão bem analisados no diagnóstico.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Principalmente a
necessidade de o governo deixar de falar em massificação e assumir
que é preciso universalizar a Banda Larga. Mas o Fórum Brasil
Conectado foi desativado, os espaços de diálogo com o governo
interditados e o programa foi sendo esvaziado, até praticamente ser
abandonado.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Voltando aos dias de
hoje</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Por tudo isso, o
compromisso de universalização apresentado por Dilma é algo
importante no atual contexto. Universalizar pressupõe iniciativas do
Estado brasileiro para garantir a oferta do serviço, mesmo que ele
se dê com forte participação do setor privado. E impõe às
empresas de telecomunicações uma série de obrigações para que o
serviço seja prestado. E ela se comprometeu com isso.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas, para colocar este
projeto em prática, Dilma apresentou a proposta de criar um Lei de
Universalização da Banda Larga. E foi este, sem dúvida, o elemento
surpresa na discussão e um caminho bem diferente do proposto pela
Campanha Banda Larga, que é o de colocar a Banda Larga em regime
público (ou seja, com as empresas precisando cumprir metas de
universalização, modicidade tarifária e continuidade do serviço)
por decreto presidencial.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Na visão da campanha,
para que o governo defina a Banda Larga como um serviço que precisa
ser universalizado, enquadrando as empresas nas obrigações
previstas no regime público, basta um decreto presidencial definindo
a Banda Larga como serviço de interesse coletivo, nos termos do
artigo 18 da LGT. Isso, porque o Marco Civil da Internet, já definiu
que o acesso à internet deve ser um direito de todos e que ele é
essencial ao exercício da cidadania (artigos 4º e 7º).</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Bom, não é este o
caminho apontada por Dilma Rousseff, que considera o decreto um
instrumento frágil e passível de judicialização por parte das
empresas e que, neste caso, o melhor seria fazer um Lei para a
Universalização da Banda Larga.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Dilma tem razão ao
dizer que o decreto tem menos força política que a Lei, e a
campanha tem razão ao dizer que o decreto é legal e seria o caminho
mais curto para enfrentar o problema. Então, qual caminho é o
melhor?
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Difícil dizer,
principalmente em função do forte poder político e econômico das empresas de Telecomunicações. Mas, este não é o ponto.<br />
<br />
A
questão que fica da proposta feita pela Dilma, e em torno da qual
vale mais reflexão é: partir da presidenta da República e da
candidata a reeleição a proposta de se criar uma nova Lei de
Universalização da Banda Larga não pode ser um instrumento
político para enfrentar outros gargalos no debate das
telecomunicações, decorrentes da privatização feita por FHC cuja
expressão jurídica é a LGT?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Partir do pressuposto
que o debate de uma Lei seria de cara uma derrota para as propostas
que visam garantir o interesse público, fortalecendo o Estado para
universalizar o acesso à Banda Larga não é razoável.
Principalmente se olharmos que duas importantes leis dentro deste
campo foram aprovadas no Congresso Nacional, me refiro ao Marco Civil
da Internet e à Lei do SeAc – Serviço de Acesso Condicionado (TV
por assinatura).</div>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
É verdade que a
presidenta não detalhou o que seria esta Lei e sua abrangência, mas
ficou bastante claro que ela domina o tema, e que sua meta é
universalizar. Ela disse com todas as letras que a universalização
não será feita só pelo setor privado e também disse que o Estado
não tem condições de fazê-lo sozinho. Portanto ela foi clara ao
dizer que o caminho é mesclar Estado e iniciativa privada. Falou em
regime público e em regime privado. Disse com todas as letras que o
STFC caminha para a extinção. Então o espaço que fica entre o que
foi dito e o que não foi detalhado, pode sim ser preenchido com
propostas mais avançadas de fortalecimento do Estado e garantia do
interesse público. E para isso, é preciso disputar politicamente e
continuar cavando espaços importantes como este debate realizado na
terça-feira (09/09) no Sindicato dos Engenheiros em São Paulo. </div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-21523890704121046372014-08-08T16:31:00.000-03:002014-08-08T16:31:27.159-03:00Publicidade: Mídia vende tudo<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXu9R_cErLnjIosaP7wnGZpE7SLsqVE9ZeBJKMjPLamJhYMbJfttiT3taP7jQ97Ai-QIfhFhQGpTKF6ykqPRZr1KW9RS2pBIfDWYeBKscx-Z_DJchlC8yPksE-a6_ak2xOS2vY/s1600/mafalda.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXu9R_cErLnjIosaP7wnGZpE7SLsqVE9ZeBJKMjPLamJhYMbJfttiT3taP7jQ97Ai-QIfhFhQGpTKF6ykqPRZr1KW9RS2pBIfDWYeBKscx-Z_DJchlC8yPksE-a6_ak2xOS2vY/s1600/mafalda.jpg" height="160" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal">
Comprar é o verbo que sustenta o sistema capitalista. Até
mais do que vender. Nascemos, crescemos e morremos voltados para o consumo. Não
compramos apenas o que é necessário, a estratégia de consumo foca na produção
de necessidades, tarefa que cabe à publicidade, particularmente a que é
veiculada nos meios de comunicação de massa. Discutir regras para esta
atividade estritamente comercial é fundamental para evitar desvios na própria
função que deveriam ter a televisão e o rádio.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
“A publicidade tem um
impacto profundo na formação da subjetividade, da cultura, e na formação dos
desejos, por isso precisa ser regulada. Você compra por causa da promessa de
felicidade ou de identidade que aquele produto traz, porque determinada marca
agrega um valor. Todo produto com impacto social deveria ter responsabilidade
social, e este é o caso da publicidade”, avalia a psicóloga e pesquisadora de
mídia Rachel Moreno, que, ao lado de outros profissionais, participou da
organização TVer e da Campanha quem Financia a Baixaria é Contra a Cidadania.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O professor de jornalismo da Escola de Comunicação e Artes
da USP, Laurindo Lalo Leal Filho, lembra que no Brasill “a radiodifusão se
constituiu como um grande negócio comercial. Ela é parte de um dos elementos
estruturais do capitalismo: a comercialização de produtos e serviços. Por isso,
restringir a publicidade no rádio e na TV é atacar um dos pilares de
sustentação do sistema capitalista, já que radiodifusão é o meio mais eficiente
para se construir necessidades de consumo. Daí a resistência dos setores
econômicos em torno desta regulação”. Mas, alerta Lalo, “se não forem
estabelecidas regras para a veiculação de publicidade nestes meios, com limites
legais de tempo de exibição, corre-se o risco de se transformar um serviço
público num simples instrumentos de vendas de bens e serviços. Ou seja, se não
houver regulação de publicidade pode haver uma distorção do sentido de
existência destes serviços, que estão definidos na Constituição como de
finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Gôndola eletrônica</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Limitar o tempo de exposição de publicidade na radiodifusão
em 25% do total da grade de programação é uma determinação legal desde 1962
(Artigo 124 da Lei n 4.117/62). Porém, basta uma zapeada pelos canais de TV ou
uma caminhada no dial do rádio para perceber que esta é uma regra completamente
ignorada pelos concessionários dos serviços de radiodifusão. A publicidade está
no intervalo comercial, na chamada do telejornal, no interior da programação
como patrocínio ou merchandising, prática, inclusive, proibida pelo Código de
Defesa do Consumidor. “A publicidade deve ser facilmente identificada como tal
e o merchandising entra de maneira quase imperceptível, sutil. Por isso é
proibido”, explica Lalo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Há, também, as emissoras que são completamente ocupadas pela
comercialização de produtos e serviços, vendendo utilidades domésticas,
medicamentos, joias, gado... cada canal ou horário uma especialidade em vendas,
ao gosto do “cliente”. Neste caso, além de superar o tempo máximo para exibição
de publicidade, existe outra irregularidade nestes canais: estes “infomerciais”
são geralmente resultado ou da sublocação de horários da programação da
emissora, ou são concessões transferidas irregularmente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXYgVoTzMIpvRmM_inKRHA-11JbFr1SmDXPaVYEMWJPDf6psn6Z_OVisU3wUWi6z-LyISB8DMCiobO4lEh1-g5zN5kuHRVd6O_ywrulkoY6UnDJppIyIHBCUCv1syq4871BoV/s1600/18-shoptime.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwXYgVoTzMIpvRmM_inKRHA-11JbFr1SmDXPaVYEMWJPDf6psn6Z_OVisU3wUWi6z-LyISB8DMCiobO4lEh1-g5zN5kuHRVd6O_ywrulkoY6UnDJppIyIHBCUCv1syq4871BoV/s1600/18-shoptime.jpg" height="152" width="200" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtQbLSWO0mbFDr1sGJqjb6_QXHAO-1lDXG3WXQRwGzTFpq0nuDVWNSdWtmOJHv_n4MH-9LR8IKwjuPs1Se5H5CHdixjTb3vvtSkHOapHaEHhmGLaG-TlfQfv6MJgDIVD5x23uV/s1600/canaldoboi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhtQbLSWO0mbFDr1sGJqjb6_QXHAO-1lDXG3WXQRwGzTFpq0nuDVWNSdWtmOJHv_n4MH-9LR8IKwjuPs1Se5H5CHdixjTb3vvtSkHOapHaEHhmGLaG-TlfQfv6MJgDIVD5x23uV/s1600/canaldoboi.jpg" height="146" width="200" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXSINZ23verPUdfFQZxY69LNdK0g0wIiE2D95OAMyO5rB3HsH6E7uXWsGqRhjuHBolYJoyZIOlol2g5IJNeea7bZAhABqMM2sVzDtjfDCIx7gJAZEnm7IIwwhxnB3NEeonkoI/s1600/canaljoia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgMXSINZ23verPUdfFQZxY69LNdK0g0wIiE2D95OAMyO5rB3HsH6E7uXWsGqRhjuHBolYJoyZIOlol2g5IJNeea7bZAhABqMM2sVzDtjfDCIx7gJAZEnm7IIwwhxnB3NEeonkoI/s1600/canaljoia.jpg" height="112" width="200" /></a></div>
<br />
Caso recente envolvendo a concessão da Abril Radiodifusão
ilustra bem esse tipo de irregularidade. O canal de televisão que transmitia a
MTV Brasil (32 UHF em São Paulo) foi vendido pela Editora Abril em dezembro de
2013 para o Grupo Spring, do empresário José Roberto Maluf (ex-executivo do SBT
e da Rede Bandeirantes), por R$ 290 milhões. Mas no canal, atualmente, quem
domina a programação é o Bispo Valdemiro, da Igreja Mundial, e leilões de gado.<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em março deste ano, uma decisão importante para enfrentar o
descumprimento das regras de veiculação de publicidade na radiodifusão foi
tomada pela Justiça Federal de São Paulo. Juiz da 7ª Vara Cível julgou
procedente ação proposta, em 2007, pelo Coletivo Intervozes contra Shop Tour,
Mix TV e outros canais por “transmitem conteúdo exclusivamente ou
majoritariamente comercial, conduta que contrasta com a finalidade educativa e
cultural dos serviços de radiodifusão”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Segundo o despacho, “a simples análise das informações
constantes na página da SHOPTOUR TV na internet evidencia que sua atividade é
focada integralmente na promoção de marcas, produtos e serviços, com a
finalidade de facilitar as relações de compra e venda com os consumidores, sem
qualquer compromisso educativo, cultural ou informativo”. E conclui que “a
prestação dos serviços desrespeitou princípios expressos que regem a
radiodifusão, com evidente prejuízo à coletividade, que teve prejudicado
durante anos o direito de acesso à informação”. Em face disso, determinou-se
uma multa pecuniária contra as emissoras e determinação de que a grade de
programação fosse alterada para se adequar à legislação em no máximo 60 dias,
sob pena de as empresas terem a concessão do serviço de radiodifusão cassada. Sessenta
dias já se passaram, as empresas entraram com recurso e o processo continua em
andamento.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Fábrica de desejos e desigualdades</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Fiscalizar o tempo destinado à publicidade é importante, mas
ficar de olhos bem abertos para o conteúdo também é papel do Estado e,
principalmente, da sociedade, no sentido de evitar abusos e ilegalidades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
A Constituição Federal, por exemplo, prevê restrições para a
publicidade de tabaco, agrotóxicos, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias
e outros produtos e práticas que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
O Código de Defesa do Consumidor proíbe expressamente toda publicidade enganosa
e abusiva.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para o advogado do Instituto Alana, Pedro Hartung, a
publicidade é uma prática comercial “que se utiliza dos meios de comunicação
para ser efetivada e, por isso, deve ser regulada”. Ao seu ver, o argumento de
que regular o conteúdo publicitário é censura ou cerceamento da liberdade de
expressão não faz sentido. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
“Há uma distinção importante que tira um pouco o
foco desse debate de censura e liberdade de expressão. Publicidade não é a
mesma coisa que a manifestação de um pensamento, de uma ideia, de uma posição
política, religiosa. Publicidade é um ato comercial e, como tal, pode ser
regulado. Então esse debate da censura é equivocado para falar de publicidade”,
avalia.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essa é uma posição partilha pelo professor Lalo.
“Publicidade é intrínseca à mercadoria, ao produto. É um análogo ao rótulo, à
caixa, à embalagem. A publicidade é um desdobramento do rótulo. O único
objetivo da publicidade é estabelecer uma relação de compra e venda, não
existindo alternativa, contraditório, como por exemplo na informação. Por isso,
não se pode comparar a publicidade e a informação jornalística, pois não há
paridade entra elas. A publicidade é para persuadir o cidadão a comprar, é
parte do produto e como tal pode sofrer restrições que de maneira nenhuma
implicam em censura ou cerceamento à liberdade de expressão”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Não mexam com o meu bolso</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ação do movimento negro proibiu propaganda preconceituosaAção
do movimento negro proibiu propaganda preconceituosa“No Brasil temos o termo
liberdade de expressão comercial, uma coisa meio esquisita”, ironiza Rachel
Moreno ao citar um dos pilares da argumentação dos setores econômicos que se
colocam contrários ao debate da regulação da publicidade: anunciantes, agências
de publicidade e meios de comunicação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A publicidade, no Brasil, é uma atividade que utiliza o
modelo da autorregulamentação, ou seja, os próprios pares são os responsáveis
pela regulação do setor, que cabe ao Conselho Nacional de Autoregulamentação
Publicitária, o Conar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Além de argumentarem que regulação de publicidade por parte
do Estado é censura, e que o Conar é suficiente para resolver eventuais
problemas, os publicitários tentam desqualificar as críticas mais comuns ao
conteúdo de publicidades, principalmente as que exploram a imagem da mulher de
forma sexista, as que reforçam preconceitos e, inclusive, as direcionadas ao
publico infantil. Isso fica claro na última campanha institucional do órgão,
ironizando as restrições à publicidade infantil no vídeo “<a href="https://www.youtube.com/watch?v=9HCEir8pv8o" target="_blank">Palhaço</a>” ou a luta
contra a discriminação de negros e mulheres, no vídeo “<a href="https://www.youtube.com/watch?v=WQaSZ9hJpYo" target="_blank">Feijoada</a>”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Regulação é garantir direitos</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ao longo dos últimos 20 anos, a iniciativa de organizações e
movimentos sociais em torno de temas ligados aos direitos humanos, da criança e
adolescente, da democratização da comunicação, dentre outras, têm conseguido
pautar o debate público sobre a necessidade de o Estado assumir maior
responsabilidade na discussão da regulamentação da publicidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Isso ocorre com a publicidade de medicamentos, tabaco e
bebidas alcoólicas, em que há alertas para os problemas de saúde decorrentes de
seus usos ou restrição horária para a sua veiculação. Mas Rachel Moreno
questiona: “Será que é suficiente dizer ao final do comercial de uma bebida
alcoólica 'beba com moderação'? Vemos que as pessoas estão consumindo bebidas
alcoólicas cada vez mais jovens”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas talvez o mais importante debate sobre regulação de
publicidade envolva a discussão dos direitos das crianças e do adolescentes.
Além de a Constituição prever a proteção da infância, a aprovação do Estatuto
da Criança e do Adolescente (ECA) e outras legislações incorporaram elementos
fundamentais de regulação da publicidade dirigida à infância.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A partir de estudos acadêmicos no campo da Psicologia,
Sociologia, Economia e várias outras áreas e com a ação de várias organizações,
“que envolve a maioria dos estudiosos do desenvolvimento infantil, do direito
infantil, do direito da criança e do consumidor foi se construindo um consenso
de que dirigir publicidade ao público infantil é abusivo e, no mínimo,
anti-ético”, explicou Hartung.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="//www.youtube.com/embed/TWzOdmlEHeU" width="420"></iframe>
<div class="MsoNormal">
<br />
Pedro Hartung, que atua no Instituto Alana, conta que a
entidade criou, em 2005, o Projeto Criança e Consumo, para discutir as relações
da criança com o universo do consumo e o tema da publicidade infantil, “que
surgem como vetores de problemas e de violação de direitos”, diz.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
“A publicidade dirigida ao público infantil se utiliza da
vulnerabilidade da criança para a venda de determinado produto ou serviço. Isso
tem como consequência o agravamento de problemas sociais como a obesidade
infantil, a erotização precoce, diminuição das brincadeiras criativas.
Obviamente a publicidade não é a única variável, mas ela está associada às
outras variáveis, afirma o advogado do Alana. Para mostrar como a publicidade
influencia negativamente a criança, vale assistir ao documentário <a href="https://www.youtube.com/watch?v=ur9lIf4RaZ4" target="_blank">Criança, a alma do negócio</a>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Outro fator de preocupação para a proteção das crianças e
adolescentes é a influência da publicidade de alimentos com altos teores de
sais, açúcares e gorduras para o aumento das taxas de obesidade. "Temos
15% da população infantil obesa e 30% com sobrepeso”, exemplifica Hartung. O
tema é tratado em outro documentário produzido pelo Alana,<a href="https://www.youtube.com/watch?v=8UGe5GiHCT4" target="_blank"> Muito Além do Peso</a>.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Rachel Moreno conta uma dentre as muitas histórias que ela
teve contato, de um guarda municipal que flagrou uma criança roubando um Toddynho.
“Ele a levou para uma destas casas, financiadas pelo Criança Esperança, para
não levar o menino preso. Ele conta que disse para a criança –você ia preso só
por causa de um Toddynho, veja o que vc está fazendo menino? Ao que o menino
respondeu: – Eu só queria saber que gosto tinha”. Para a psicóloga,
principalmente as crianças devem ser merecedoras de cuidado e respeito. “Uma
criança demora a descobrir o que é real e o que é fantasia. Você pode mostrar
um super homem no comercial, mas tem que deixar claro que ele não voa. Também
existe a erotização precoce, a obesidade infantil, ou de outro lado a bulimia e
anorexia, porque as meninas querem ser magras como as modelos nos comerciais”,
salienta a psicóloga Rachel Moreno.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para tentar barrar este tipo de publicidade, em março deste
ano, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – Conanda –
editou a<a href="http://www.mpba.mp.br/atuacao/infancia/publicidadeeconsumo/conanda/resolucao_163_conanda.pdf" target="_blank"> resolução 163</a>, que proíbe a publicidade dirigida ao público infantil.
A medida despertou a crítica de anunciantes e publicitários, sendo tachada de
censura e afirmando que o Conanda não têm competência jurídica para dispor
sobre o tema.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Pedro Hartung, que representa o Alana no Conanda, explica
que o Conselho “foi criado por uma lei para cuidar da diretriz constitucional
de controle do sistema de garantias e de proteção para as crianças e
adolescentes. Ele tem a competência de editar normas gerais e fiscalizar a
aplicação do ECA, logo ele tem a competência de editar resoluções para que o
sistema de garantias funcione. Antes da resolução 163 houve outras cento e
sessenta e duas ligadas a outros temas. Esta resolução apenas consolida o que
já está na legislação.Há tanto uma legitimidade social quanto uma legitimidade
normativa da competência do Conanda”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A resolução, no entanto, não proíbe a publicidade de nenhum
produto ou serviço, como esclarece Hartung. “A questão é o direcionamento da
publicidade. O produto vai continuar tendo sua publicidade realizada, mas de
outra forma, direcionada para o público adulto, para os pais, que são os
responsáveis por fazer a mediação dessa complexa relação de consumo, que mexe
com itens abstratos como o valor, o dinheiro, a persuasão. Os pais tem um papel
indispensável nisso. Mas o Estado, por também ser um zelador dos direitos das
crianças e dos adolescentes, tem o seu dever de equilibrar esse jogo de poder,
que é desigual, entre a família e o anunciante. São altos os investimentos para
conseguir uma publicidade ideal, capaz de persuadir a criança para o desejo de
consumo direto ou para que ela seja uma verdadeira promotora de vendas dentro
da sua família. Hoje já se sabe que mais de 80% de todo o consumo de uma
família é influenciado pela criança. Comida, carro, o vestido da mãe, a criança
tem esse poder de influência e as empresas as transformam em promotoras de
vendas”.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>Quem financia a baixaria....</b><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A regulamentação de publicidade nos meios de comunicação é
outro tema obstruído por agentes econômicos, pela mídia e que não figura nos
embates políticos, particularmente nos eleitorais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
“Os meios de comunicação não abrem espaço para este tipo de
debate porque eles são mantidos pela publicidade e não há interesse em entrar
em atrito com aqueles que os matem. Inclusive, porque alguma empresas de
comunicação têm interesses diretos em atividades comerciais. Não há isenção
para tratar destes assuntos. Temos o exemplo da Bandeirantes. A família Saad
possui um concessão de televisão, mas eles atuam fortemente no ramo do
agronegócio e da pecuária. Eles tem até o canal do Boi. E inclusive acabam
usando a sua concessão de televisão para atacar os setores sociais que discutem
esses temas, como por exemplo o MST. Ou seja, são pecuaristas e também atuam na
atividade da comunicação”, denuncia Laurindo Lalo Leal Filho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ele lembra, ainda, que este tema não habita o debate
eleitoral “porque a mesma relação de interesse que existe entre as emissoras e
a publicidade, também existe entre os candidatos e partidos, empresas e mídia.
Não interessa entrar em choque com grupos econômicos (grandes anunciantes).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Rachel Moreno relaciona a ausência deste debate a outra tema
crucial para a democratização da sociedade: a Reforma Política. “Nós estamos
nas ruas com uma campanha por uma Reforma Política que defende o financiamento
público das campanhas eleitorais. Hoje o financiamento é privado, feito majoritariamente
por empresas. E, quem se eleger, se sente devedor, ou seja, na obrigação de
defender os interesses da empresa que financiou sua campanha, isso inibe os
políticos que ficam reféns desse sistema”.<o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por isso, Lalo insiste que o importante “é não perder a
visão de conjunto, que é a necessidade de se discutir um novo marco regulatório
das comunicações. Vivemos uma situação na qual os governos são quase que reféns
da mídia. Há um desconhecimento de como funcionam essas empresas, falta de
clareza que acaba virando uma subordinação, mesclada com um certo
deslumbramento, com o glamour de aparecer na TV”, lamenta.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<a href="http://baraodeitarare.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=580:barao-de-itarare-lanca-serie-de-reportagens-especiais-sobre-midia-e-eleicoes&catid=12:noticias&Itemid=185" target="_blank">A reportagem é parte da série Mídia e Eleições do CE. Barão de Itararé.</a></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-76619493230900886422014-08-06T10:28:00.002-03:002014-08-06T10:30:39.610-03:00Como abrir uma cidade para todos<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg40uX3BDNy47Qs1orCUaNaba6pEnD26r6xJ7RZdeIWU5wolssKMp2pz_aPy3uJ01jjBdSbAEm-EHkpolsRdat0uk69INn4U6IUtVe9qZenvhHeap-8MG9sucX1gDjfYQgKiO8U/s1600/foto.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg40uX3BDNy47Qs1orCUaNaba6pEnD26r6xJ7RZdeIWU5wolssKMp2pz_aPy3uJ01jjBdSbAEm-EHkpolsRdat0uk69INn4U6IUtVe9qZenvhHeap-8MG9sucX1gDjfYQgKiO8U/s1600/foto.JPG" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="font-size: xx-small;">Secretário de Cultura, Juca Ferreira, em entrevista do São Paulo Aberta</span></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<i>Projeto da prefeitura
visa integrar ações na cidade de São Paulo. Na área da Cultura, o
secretário Juca Ferreira falou a blogueiros das iniciativas em
andamento.</i></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Pode parecer maluquice,
mas as cidades estão cheias de portas, muitas delas fechadas por
sete chaves e muitos reais. Principalmente as grandes, megalópoles
como São Paulo, que tem uma área de 1530 km<sup>2</sup> e mais de
18 milhões de habitantes que vivem em um território marcado por
profundas diferenças econômicas, sociais e geográficas que acabam
determinando quem pode ir, fazer o que e como.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Por isso, faz sim muito
sentido a iniciativa da prefeitura em lançar o projeto <a href="http://saopauloaberta.prefeitura.sp.gov.br/" target="_blank">São Paulo Aberta</a> para articular, integrar e fomentar as ações na cidade com
participação social. E uma das premissas para a população poder
participar, opinar e fiscalizar qualquer iniciativa de um governo é
a transparência e o diálogo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Este foi um dentro os
vários temas tratados na entrevista promovida pelo São Paulo Aberta
com o Secretário Municipal de Cultura, Juca Ferreira, a blogueiros
nesta segunda-feira, 04 de agosto. Participaram os blogs da Cidadania, SpressoSP, Blog do Miro, e o Janela.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Cultura para uns</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ao chegar em São Paulo
para assumir a secretaria, Juca Ferreira disse que se espantou com
as poucas iniciativas públicas para a Cultura numa cidade do tamanho
de São Paulo. “O público é precário para que o privado atue”,
disse Ferreira. A frase resume bem como o poder econômico foi
moldando uma cidade que, em suas palavras,“foi feita para o
trabalho”. Questionado sobre como ele percebia o paulistano,
respondeu que “não existe um paulistano médio”, porque o que há
aqui é uma grande diversidade de nacionalidades e regionalidades. Mas
um traço marcante no comportamento do paulistano o incomodou:
“assusta o conservadorismo sistêmico, que dificulta a pessoa de
estar próxima da alegria”. Para exemplificar, ele falou das
inúmeras cartas e reclamações de cidadãos com queixas sobre
festas, atividades culturais de rua, eventos.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A classe média
paulistana prefere os espetáculos privativos, em casas de shows
hermeticamente fechadas, não é à toa que os espaços públicos, as
ruas, foram se esvaziando e deixadas ao abandono. “São Paulo teve
a ilusão de que cabia num shopping”, disparou o secretário de
Cultura.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas essa sensação foi
um engano, que ficou mais evidente a partir da inclusão econômica e
social promovida pelo país nos últimos anos. Reflexo disso, é que
crescem as demandas de políticas, principalmente as voltadas para as
camadas sociais mais baixas. “A periferia quer tudo o que nunca
teve e que tem direito a ter”, disse. "Há uma demanda
reprimida e São Paulo tem muito pouco a oferecer”, avaliou.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Iniciativas se
multiplicam para aumentar o acesso e produção</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Um vetor importante
para as políticas da prefeitura é o da reocupação do espaço
público. Daí a importante iniciativa de reabrir cinemas e teatros
de rua, iniciativa que pode ser bem ilustrada pela reinauguração do
Cine Belas Artes. E um dos entraves para ações como esta é a
especulação imobiliária. “Temos atualmente 12 teatros com
ameaça de serem expulsos pela especulação imobiliária. A
atividade cultural valoriza e revitaliza uma área”, destacou. Mas
lamentou que a prefeitura sozinha não tem como enfrentar essa
questão e disse que é preciso recuperar a vocação cultural do
centro de São Paulo.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ainda como parte desta
estratégia de reocupação do espaço, Juca Ferreira se referiu à
Virada Cultural. Quando assumiu a secretaria, foi se informar sobre o
projeto e avaliar se deveria ou não dar continuidade. Mas ele
percebeu que a avaliação positiva da Virada não era principalmente
pelos shows e atividades culturais que ela oferece, mas sim pela
possibilidade de convivência entre as pessoas e de recuperação do
espaço da cidade como centro de vivência.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Nesse sentido, vieram a
descriminalização do Hip Hop e do Funk, que estavam proibidos na
cidade, e também a legalizou das manifestações carnavalescas.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Juca Ferreira deu um
panorama do que está sendo construído no âmbito da Secretaria de
Cultura para que se possa enfrentar este déficit de políticas
culturais para a cidade. Referiu-se a equipamentos culturais que já
são consagrados e que referências, como o Centro Cultural São
Paulo – local em que ocorreu a entrevista – e o teatro municipal.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O primeiro, na
avaliação de Juca talvez seja o equipamento cultural mais bem
sucedido de São Paulo. “Quando eu cheguei já havia uma boa
programação e ocupação deste espaço. A sociedade se sente
proprietária deste espaço”, e por isso, ele manteve a equipe e a
vocação do Centro Cultural.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Com relação ao Teatro
Municipal, houve uma ampliação das apresentações próprias e se
expandiu a estrutura de formação para outros pontos da cidade, com
o objetivo de facilitar o acesso às camadas mais populares para a
formação artística.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Na periferia há
programas para ampliar o acesso à recursos e estrutura para a
produção cultural local, um deles é o Cidadania Cultural. Também informou que está em discussão o retorno das Casas de Cultura para a gestão da secretaria, e que sua intenção é dar maior dinamismo à ocupação destes equipamentos de forma criativa com o que já é produzido pela cidade.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Outra iniciativa
importante da Secretaria de Cultura, lançada algumas horas
depois da entrevista, é o projeto Mapas Culturais/SP Cultura, uma
plataforma colaborativa e georeferenciada para reunir informações
sobre projetos culturais na cidade.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Com tanto a mostrar,
então porque a administração do prefeito Fernando Haddad apresenta
índices baixos de avaliação? A esta pergunta, Juca Ferreira
referiu-se ao papel da mídia, que teme que o prefeito se firme como
uma liderança na cidade e tenha projeção nacional, e também faz
uma avaliação crítica da própria postura da gestão. “Acho que
a gente errou na comunicação, a gente comunica muito pouco o que
faz. É preciso reconstituir o diálogo com a população. É ilusão
pensar que é suficiente sermos bons na gestão, nós temos que ter a
capacidade de dialogar mais com a cidade. A transparência fortalece
as políticas públicas que devem ser construídas com a participação
social”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Assista à íntegra da entrevista</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
</div>
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<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-77192526118596082832014-07-23T13:18:00.000-03:002014-07-23T13:20:47.701-03:00Eleições 2014: Quem vê cara, não vê proposta<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjbagQmmcMnDirwYOu9hmQ13jBIMAPEcmo-6YpXeGJzpUDMXRevHLvl2Kpf4A36AEg5vEWQzMGttAWi_dHh_t4lzHQdhU9uYCcrExvtzYXKwkTidIrirgX5A4Xs8D3TIsevEaS/s1600/elei%C3%A7%C3%B5es_quem+v%C3%AA.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjjbagQmmcMnDirwYOu9hmQ13jBIMAPEcmo-6YpXeGJzpUDMXRevHLvl2Kpf4A36AEg5vEWQzMGttAWi_dHh_t4lzHQdhU9uYCcrExvtzYXKwkTidIrirgX5A4Xs8D3TIsevEaS/s1600/elei%C3%A7%C3%B5es_quem+v%C3%AA.jpg" height="212" width="320" /></a></div>
<h3 style="text-align: center;">
Como a cobertura da mídia esvazia o debate político</h3>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No modelo de democracia representativa que vivemos no Brasil
é assim: a cada dois anos, durante aproximadamente 90 dias, a campanha
eleitoral ocupa uma parcela considerável do debate na sociedade. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas o que se discute mesmo? Toda generalização é o que é,
uma generalização, portanto, há exceções. Mas, no geral e infelizmente não
se discute nada de produtivo. E a
cobertura que a grande mídia faz das eleições é a grande responsável pela
despolitização e esvaziamento do que deveria ser o foco principal do debate:
propostas e projetos para o país.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A ênfase da cobertura é majoritariamente a dos bastidores
dos candidatos, reforçando ainda mais a cultura da política pessoalizada. A
espetacularização da notícia não é atributo apenas da cobertura policial. A
notícia espetáculo, na cobertura política, também é trunfo do pseudo-jornalismo
praticado por uma mídia que se comporta como partido, que tem interesses
econômicos e políticos que precisam ser preservados e, portanto, devem estar
acomodados nos corredores palacianos Brasil afora.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sob a cortina de fumaça de estar cumprindo a “missão” do
jornalismo de ser um fiscal do povo, essa mídia hegemônica atua como 4º poder
produzindo manchetes-denúncia. Sob o pretexto de informar, vasculham a vida
privada das pessoas, publicam manchetes explosivas, sejam elas comprovadas ou
não. Dizem eles em seu favor: Quem se importa? Afinal, estamos cumprindo nosso
papel. Os que se sentirem lesados que se defendam depois e provem o contrário. Muito conveniente.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A prática inverteu a lógica do Direito que diz que todos são
inocentes até que se prove o contrário. A nossa mídia inaugurou uma nova regra,
válida para qualquer um: “todos são culpados até que se prove o contrário”.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essa tônica da cobertura aumenta muito em dimensão durante o
período eleitoral. Primeiro e principalmente porque não há interesse da mídia
de discutir projetos e propostas, segundo porque não sobra espaço –
literalmente porque este é limitado na comunicação, exceto na internet – para outro
tipo de abordagem na cobertura.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ah, claro, há os debates com os candidatos, as sabatinas nos
jornais, entrevistas. Tá certo. Mas eles representam que porcentagem da
cobertura?? A audiência dos debates é cada vez menor, até porque eles também se
adaptaram a lógica do ataque e da defesa, da denúncia, e pouco ou quase nada de
proposta é de fato discutido nestes espaços.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mostrar com isenção o que avançou no Brasil, fazer
comparativos e contextualizar as políticas adotadas, oferecendo à sociedade
informação para que cada um possa construir uma visão crítica de país e, a
partir da realidade olhar as propostas de cada candidato e avaliar quais as
adequadas para se avançar mais, é algo que lamentavelmente não se pode esperar
da grande mídia. O que torna ainda mais
relevante uma discussão ampla sobre a comunicação que temos e a que gostaríamos
e poderíamos ter para avançar na democracia brasileira. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas isso, que deveria ser um tema estratégico, <a href="http://www.fndc.org.br/noticias/eleicoes-candidatos-ignoram-democratizacao-dos-meios-de-comunicacao-924432/" target="_blank">praticamente não consta da proposta de nenhum candidato</a>, então, nem há o que noticiar, já
que a comunicação continua sendo um não tema, uma não notícia.</div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-30573926762836734342014-07-15T10:37:00.003-03:002014-07-15T13:55:49.784-03:00Os 7 pecados de Franklin Martins<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
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<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Começou a campanha e a cobertura dos bastidores e ti-ti-tis
das candidaturas já tem seu lugar de honra na mídia. E, neste quesito, os
holofotes estão todos direcionados para o que acontece no comando da
candidatura que a mídia quer, a tudo custo, derrotar: a de Dilma Rousseff.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A afirmação pode soar estranha aos que teimam em acreditar
que a imprensa é neutra e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>busca apenas
noticiar os fatos com imparcialidade. Então vamos lá: sim a mídia tem candidato
e tem adversário. Na sua cobertura, busca explorar os lados positivos do
primeiro e desestabilizar no que for possível o segundo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Entre muitos, um dos aspectos que fazem a mídia odiar Dilma
Rousseff é o fato de o seu partido e setores de esquerda defenderem a
necessidade de haver mecanismos democráticos e republicanos de regulação dos
meios de comunicação, mesmo que a candidata não abrace esta bandeira. Ainda
assim, é melhor enfraquecer e isolar os que defendem esta proposta dentro da campanha. Daí as
notícias nos últimos dias dando conta de rusgas no comando envolvendo o
ex-ministro da Secom do governo Lula, Franklin Martins, por causa de um post nas redes sociais da campanha criticando a CBF. Será que é isso mesmo, ou será que a mídia quer criar uma crise para isolar o jornalista por outros "pecados cometidos". Aposto na segunda hipótese.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>1º pecado capital – deixou de defender a “corporação”</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O jornalista Franklin Martins deixou a algum tempo de ser
chamado como “coleguinha” nos círculos de sua categoria profissional. Afinal,
ele cometeu um pecado capital, imperdoável: mudou de lado, ou pelo menos os
ex-colegas e principalmente os patrões de seus ex-colegas pensam assim. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Quando foi convidado para fazer parte do governo do
ex-presidente Lula, Franklin Martins era um jornalista com larga passagem pelos
principais veículos de comunicação do Brasil (Globo, Band, Revista Época). No
início, seus colegas pensaram que a indicação fazia parte do “acordo tácito”
com o governo de não mexer na pauta da Comunicação e manter os privilégios
milionários dos veículos privados no recebimento das verbas publicitárias do
governo.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O problema é que, em certa altura do campeonato, parte do
governo percebeu que era preciso avançar no debate sobre a Comunicação. E um
aliado fundamental neste sentido foi exatamente o ministro Franklin Martins. O
jornalista cruzava uma linha que o colocaria como inimigo número 1 das
corporações privadas de mídia no Brasil.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>2º pecado capital – criar a TV Brasil</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Reinando única e faceira no país, a comunicação privada
constituiu um monopólio sem paralelos internacionais na produção e difusão da
notícia. No Brasil não há campo público de comunicação expressivo. Por décadas, ele se resumiu às emissoras educativas nos estados, via de regra sob o comando
político do governo de plantão.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tal cenário é claramente uma distorção e um atentado contra
as diretrizes constitucionais que determinam a existência, na radiodifusão, de
espaços para a comunicação pública, privada e estatal. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Assim, Franklin Martins foi um dos pivôs da criação da
Empresa Brasil de Comunicação – EBC, que seria a gestora de um campo público de
comunicação que reuniria rádios públicas e uma TV pública de alcance nacional:
a TV Brasil. Nem precisa dizer o quanto isso desagradou os empresários de
mídia, que abominam qualquer possibilidade de “concorrência” econômica (mesmo
que neste caso seja mínima) e principalmente de quebra do monopólio da
informação, receosos de terem, enfim, alguém que faça o contraponto àquilo que
eles dizem.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>3º pecado capital – ampliar a distribuição de verbas
publicitárias</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não chegou a ser uma revolução as mudanças feitas para
ampliar o número de veículos que teriam acesso aos recursos das verbas
publicitárias do governo, mas mesmo assim ela doeu fundo no bolso das grandes
corporações de mídia.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Imagina que de 2003 a 2010 a Secom aumentou em 1.522% o número de
órgãos de imprensa que recebiam receita publicitária do governo federal. Eram
499 em 2003 e, no final do mandato de Lula, ou seja, sob a gestão de Franklin
Martins, já eram mais de 8.000. Isso sem que tenha se elevado substancialmente
o montante de recursos destinados para este fim. O tamanho do bolo era quase o
mesmo, mas o número de fatias cresceu, diminuindo o pedaço que os grandes abocanhavam.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>4º pecado capital – realizar a 1ª Confecom</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Imperdoável. A ojeriza da mídia – porta voz e bastião da
elite econômica e conservadora – aos mecanismos de participação social na
gestão pública, mesmo que estes sejam de escuta de demandas, foi elevada à
décima potência quando se teve a notícia de que o governo iria mesmo realizar
uma conferência nacional para discutir o que, na visão deles, deve ser
indiscutível: Comunicação.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mesmo tendo sido convidados para participar desde o início,
inclusive como organizadores com presença decisiva em posição de definir
critérios e rumos da Confecom, eles resolveram boicotar a iniciativa
“bolchevique” e que representava um perigo para a “liberdade de imprensa e de
expressão”, como assinalaram diversas vezes.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>5º pecado capital – defender um novo marco regulatório para
as comunicações</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Depois da Confecom, Franklin Martins passou a defender com
maior veemência a necessidade de o país discutir um novo marco legal para as
comunicações, para modernizar a legislação existente e torná-la compatível com
um cenário de convergência tecnológica. O então ministro da Secom montou um
grupo para estudar e elaborar, a partir das resoluções da Confecom, um
anteprojeto de novo marco regulatório. Foi bombardeado pela mídia e taxado de tentativa
desesperada do governo para censurar a imprensa.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>6º pecado capital – abrir espaço para a mídia alternativa e
blogs</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Todas as iniciativas anteriores, de certa forma, indicavam
um postura da Secretaria de Comunicação da Presidência da República mais aberta
ao relacionamento com pequenos jornais e revistas - classificados como
alternativos -, seja por não estarem no mesmo espectro político dos grandes
meios, ou simplesmente por serem pequenos, o que irritava profundamente os
grandes, claro.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas pecado imperdoável mesmo foi o Palácio do Planalto
passar a reconhecer como interlocutores da comunicação os blogs. Essa foi a
gota que transbordou o copo. O presidente Lula participou do Encontro de Blogueiros
Progressistas e pior, recebeu os “sujinhos” para uma entrevista coletiva exclusiva,
o que despertou a ira dos veículos que então detinham essa exclusividade.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<b>7º pecado capital – Franklin continua vivo e influenciando o
governo</b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Depois de muito bombardeio, o governo Dilma, quando assumiu, afastou Franklin
do seu staff de ministros. A medida foi uma sinalização para a mídia, uma forma
de dizer: - olha, eu não vou mexer nisso aqui não. Mas eis que o fantasma da
regulação e de Franklin Martins continuou rondando Brasília e se materializou
definitivamente no gabinete da presidenta durante a crise das Jornadas de Junho.
Ele foi um dos autores daquele discurso de Dilma em cadeia nacional, que
retomou uma postura mais ofensiva, deixando de estar na retaguarda para assumir
a iniciativa política. Não à toa, desde então, Franklin Martins ocupa um espaço importante
no comando da campanha para a reeleição. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Recentemente, Dilma Rousseff anunciou que iria incorporar no seu
programa de governo itens referentes à regulação econômica dos meios de
comunicação. Alvoroço nas hordas inimigas. Mesmo que a mídia esteja apostando
todas as suas fichas na derrota da candidata à reeleição, é melhor não abrir
brecha e tirar isso daí desde já. Afinal, vai que....</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
E a pressão resultou, mais uma vez, vitoriosa. Aos 45
minutos do segundo tempo, a campanha retirou o tema do programa que foi
registrado. Agora, é preciso isolar e neutralizar aquele que representa a
possibilidade de esta proposta retornar e evitar que Franklin Martins possa
cometer o oitavo e derradeiro pecado capital: voltar com força num próximo
governo para enfrentar esta agenda fundamental para o país, mas terrível para
os que querem manter tudo como está: democratizar os meios de comunicação.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-57418691623647701392014-06-12T10:44:00.003-03:002014-06-12T10:44:43.356-03:00Pendurar uma bandeira na Janela <br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Op2v-lLMwE4zhWLBpovT3HOEqcaWDOKVsx1GlOMPZ4gHRyU_w6-QUoWA6qwlxwHF5dSayUf3Wudj6nV1JJJcpVB2aOW5BMOX4fVOkapo-RDNXXz0yAkgx-0ML16-rmvByyli/s1600/10458338_10152459625664518_3710633803885631492_n.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi9Op2v-lLMwE4zhWLBpovT3HOEqcaWDOKVsx1GlOMPZ4gHRyU_w6-QUoWA6qwlxwHF5dSayUf3Wudj6nV1JJJcpVB2aOW5BMOX4fVOkapo-RDNXXz0yAkgx-0ML16-rmvByyli/s1600/10458338_10152459625664518_3710633803885631492_n.jpg" height="200" width="200" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Bom dia!!!! brasileiros
e brasileiras. Hoje é um grande dia para o Brasil. É um dia em que,
como sempre tem sido em 20 Mundiais, o coração da pátria está na
ponta das chuteiras de 11 representantes do país.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O futebol é muitas
coisas. É celebração, é uma forma de manifestar o orgulho que
temos da nossa bandeira verde - amarela - azul e branco. Torcemos
pelos nossos times, somos São Paulinos, Colorados, Palmeirenses,
Flamenguistas, Atleticanos, Corinthianos. Mas é na seleção que nos
unimos num só coração. É futebol sim, mas é muito mais, é o
Brasil.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Por isso, não se
engane. Os que estão de cara amarrada -- dizendo que não vão
torcer para o Brasil, porque o futebol virou um negócio, porque
houve problemas na conclusão das obras etc etc -- são uma imensa
minoria, que tenta ser transformada em maioria pela atuação
interesseiras dos grandes meios de comunicação, que querem sabotar
o sentimento de brasilidade do povo, e manipular insatisfações - as
vezes justas, diga-se de passagem - para fazer valer sua posição
política conservadora e anti-povo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Nunca vi nenhum
torcedor deixar de ir ao estádio ver o seu time, ou vestir a camisa
do seu clube porque a CBF virou um balcão de negócios. Em termos de
máfia, a CBF não deixa nada a dever para a Fifa. Então, vamos
boicotar o Brasileirão, vamos esconder os escudos e dizer que o
Brasil deixou de ser o país do futebol. Vamos nos libertar do ópio
do povo. Quero ver os que insistem em ostentar a bandeira do <i>Não vai
ter Copa</i> ou Copa para Quem levantarem a bandeira do <i>Não vai ter
Futebol</i>.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Eu luto, todos os dias,
para construir um Brasil mais democrático e justo para todos. Minhas
convicções, contudo, não me impedem de amar o meu time e o meu
país, por maiores que sejam os problemas de um e de outro.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Hoje é um grande dia
para o Brasil. Porque vamos sim mostrar para o mundo que vivemos numa
democracia que pulsa. Que estamos passando com garra pela maior crise
econômica mundial e ainda temos os níveis de desemprego mais baixos
do mundo. Que nos últimos 12 anos incluímos milhões de pessoas na
economia. Qual o país do mundo que reduziu, em meio à crise, a
miséria? Que conseguiu finalmente valorizar o salário mínimo? Que
mais que dobrou o número de instituições universitárias? Este
Brasil tem contradições e problemas a serem superados. Nossas
cidades carecem de planos para garantir uma vida digna para todos e
todas. Principalmente os trabalhadores que dependem do transporte
público. Precisamos de mais segurança, mais saúde. Mas nada disso
está em contradição com recebermos um dos maiores eventos do
mundo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Eu tenho um orgulho
imenso do meu país, com seus erros e acertos. E ninguém vai tirar
isso de mim. Eu fico com a torcida positiva do Nelson Rodrigues:</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>PENDURAR UMA BANDEIRA
NA JANELA</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Estão tentando cavar
entre o torcedor e o futebol um abismo irreversível.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A hora é de simpatia,
de apoio, de estímulo, de solidariedade. Será que nosso time só
pode ser amado em outros idiomas?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ao invés disso cada um
de nós, cada um dos milhões de brasileiros temos que ser um Pedro
Álvares Cabral e encontrar o melhor do Brasil.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Na verdade, eu vou
dizer o momento exato em que se inaugurará o verdadeiro Brasil: após
o hino nacional brasileiro.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Poderão dizer que se
trata de futebol, apenas o futebol. Não é só o futebol.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
É, sobretudo, o
brasileiro.</div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-32957088085090181672014-06-02T08:55:00.002-03:002014-06-02T09:05:10.087-03:00Berzoini: Vivemos impasses políticos que inviabilizam avanços<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSa3byRfc_naVnV5KxMs9IKBHKdnepyfhnafsiaRwTQwQT4442AC7KxsaMOu8aC0DZnl19ZuEJZl7TB2msZ8-FowmsOjHsd96BGY-I_5xRYHWULuPVyKeJEiwsHzzjp89UJeyu/s1600/Berzoini.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSa3byRfc_naVnV5KxMs9IKBHKdnepyfhnafsiaRwTQwQT4442AC7KxsaMOu8aC0DZnl19ZuEJZl7TB2msZ8-FowmsOjHsd96BGY-I_5xRYHWULuPVyKeJEiwsHzzjp89UJeyu/s1600/Berzoini.jpg" height="240" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Ministro Ricardo Berzoini</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Noite de sexta-feira em São Paulo. Um friozinho outonal e um bom bate-papo. Foi neste
clima que aconteceu a entrevista com o Ministro das Relações
Institucionais, Ricardo Berzoini, a um grupo de blogueiros. A
entrevista, divulgada na agenda oficial do ministro, movimentou parte
da mídia privada, que queria a todo custo participar também. Não foram convidados e ponto. Aliás, não me lembro destes jornalões nos convidarem para confraternizar nos almoços e nas entrevistas promovidas por eles. </div>
<div>
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Aqui vale um parênteses antes de entrarmos no tema da entrevista. A mídia comercial privada tem dado fortes demonstrações de que não consegue conviver com a pluralidade e com o surgimento de novas fontes de informação. Isso tem ficado explícito na postura de jornais e revistas contra sites e blogs que não seguem a mesma cartilha editorial deles. Os ataques vêm na forma de tentativas de desqualificação, acusações sem provas (são especialistas nisso) e constragimento de anunciantes. </div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Voltando à entrevista. Berzoini assumiu há
dois meses o Ministério das Relações Institucionais, abrindo mão
de sua candidatura à Câmara dos Deputados. É calouro no ministério
de Dilma, mas tem larga experiência no governo federal. Ele ocupou
dois ministérios importantes no governo do ex-presidente Lula:
Previdência Social e Emprego e Trabalho.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Impasse e defensiva</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Conversando sobre a
situação do Brasil, Berzoini não vacilou em defender o legado de 12
anos de um governo comprometido com as questões sociais. Lista uma
série de avanços desde 2003: Luz para Todos, ProUni, Bolsa Família,
geração de emprego, distribuição de renda entre tantos outros.
Mas ao ser questionado sobre o porque de o governo não enfrentar a
disputa política ideológica na sociedade e apresentar as conquistas
obtidas ele reconheceu: “Por razões que eu não sei explicar, nós
entramos numa defensiva inexplicável, mesmo tendo muito para
mostrar”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Sobre os motivos para o
Brasil não ter conseguido dar passos mais largos em algumas agendas
de caráter democrático, como a Reforma Política, a Democratização
dos Meios de Comunicação e a Reforma Tributária ele disse que
“vivemos impasses políticos que inviabilizam avanços mais
profundos no Brasil” e, quase como um militante, reivindica que é
preciso haver mais pressão social para ajudar o governo a enfrentar
determinadas pautas.<br />
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Responsável pela
relação do Governo Federal com o Congresso Nacional e com governos
estaduais e municipais, Berzoini fez questão de sublinhar, em vários
momentos da entrevista, que o governo de Dilma Rousseff, “é um
governo de coalizão, que precisa compor um conjunto de forças para
assegurar uma maioria parlamentar”. Esta situação, avalia, exige
“afinar a sintonia entre o movimento social e o Executivo para
buscar uma estratégia de como se fazer a contraposição e a luta
política”.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
“Temos que organizar
a sociedade para que ela possa compreender o que está em jogo.
Acompanho o debate da reforma política desde 2002 e ela não terá
viabilidade a partir de um movimento de governo e de partidos apenas.
Ou mudamos a forma de enfrentar isso, a partir da sociedade, ou não
teremos avanço”, avaliou o Ministro.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
O mesmo se aplica, ao
seu ver, na questão da comunicação. “A pauta democrática da
regulação dos meios de comunicação e de acesso democrático da
sociedade aos meio de comunicação precisa partir de uma pressão
externa da sociedade”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Mas e a força do
governo, Ministro Berzoini?</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Se de um lado o
ministro clama por mais pressão social, de outro o movimento social
reclama do fechamento de canais de diálogo com o governo e, também,
da falta de iniciativa do Executivo para impulsionar determinados
debates públicos. “O governo tem muita força Ministro, quando ele
decide enfrentar uma pauta, isso faz diferença”, lembrou um dos
blogueiros presentes.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Essa foi a ênfase de
várias das questões formuladas ao Ministro. “Mas, ministro, você
acha importante fazer a regulação dos meios de comunicação? Este
tema estará presente na campanha de Dilma à reeleição?</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Berzoini respondeu que
sim, que esta é uma pauta fundamental para destravar avanços
democráticos no país. “Qual é o papel social da comunicação,
qual é o papel econômico e como a sociedade pode se proteger dos
abusos e ter acesso?”, perguntou o Ministro indicando algumas das
linhas que o governo poderia seguir para discutir amplamente o
assunto. E reiterou que é urgente discutir “o papel social de um
sistema [comunicação] que é gerador de muita receita e lucro, que
no Brasil em função da situação histórica é concentrador de
renda e poder e que não tem nada haver com a coisa pública no
modelo que está hoje... É uma questão de indústria, é de
democracia sim, mas indústria também. Quando você discute os
modelos que existem no mundo é interessante para desmistificar isso.
Garantir que o cidadão tenha direito a ter acesso a informação e
cultural”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
A respeito do papel
político que os meios de comunicação têm cumprido na disputa
eleitoral e de projetos para o Brasil ele foi direto “Eu como
cidadão e agente político entendo que a grande mídia tem lado. ela
é historicamente contra as conquistas dos trabalhadores. Foi contra
o salário mínimo, e está contra os que estão buscando avanços
para o país”.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Se o tema estará
presente na campanha ele não respondeu: “Tem que perguntar isso para
a Dilma”. Mas afirmou que “quando alguns candidatos dizem que são
contra, isso parece cantadas para os meios de comunicação”. </div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-30632070882119854072014-05-18T11:03:00.001-03:002014-05-18T11:04:39.603-03:00"Babaquíce" da Folha é jornalismo de 5ª categoria<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfhg7cz8OmWioMXTCkFgiyD1ukL0JiD-3NXb-Biq_lpNlxjR2EZwAl8jq1Tkvrs5FVv_-k8adwih8BqXnebf90FwRVcFYYyXt76LS6kk7_dL3dLCTng4dmswTkRgZSfoc7xvuo/s1600/Captura+de+Tela+2014-05-17+a%CC%80s+17.38.17.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhfhg7cz8OmWioMXTCkFgiyD1ukL0JiD-3NXb-Biq_lpNlxjR2EZwAl8jq1Tkvrs5FVv_-k8adwih8BqXnebf90FwRVcFYYyXt76LS6kk7_dL3dLCTng4dmswTkRgZSfoc7xvuo/s1600/Captura+de+Tela+2014-05-17+a%CC%80s+17.38.17.png" height="256" width="320" /></a></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Nesta sexta-feira, o
ex-presidente Lula participou do 4º Encontro de Blogueiros e
Ativistas Digitais, em São Paulo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Uma leva de jornalistas
dos mais variados meios de comunicação compareceram para “fazer a
cobertura jornalística da participação do ex-presidente no
Encontro de Blogueiros”.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Pela reação virulenta
que a maior parte dos veículos tiveram na ocasião da entrevista que
o Lula deu para a blogosfera, já dava para imaginar que a
predisposição dos profissionais que foram enviados ao encontro era
marcada pela má vontade, para dizer o mínimo. Ou seja, já
esperávamos uma cobertura em tom de ataque ao Lula e aos Blogueiros.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas, o que veio na
manhã de sábado na manchete principal da <i>Folha de S.Paulo</i> e em
chamada de capa do <i>Estadão</i> e de <i>O Globo</i> foi muito pior. Foi jornalismo de 5ª
categoria. Pior, a chamada da matéria - idêntica nos três jornais - foi combinada nos corredores do encontro. Como disse o jornalista Igor Fuser, isso não é jornalismo, é campanha. Sinceramente, como jornalista fiquei com vergonha.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Temos que nos
incomodar!</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Entre as várias
análises que Lula fez sobre o cenário da comunicação e o papel
que a mídia tem exercido na disputa política nacional, o presidente
disse que não se incomodava mais com o tratamento que a imprensa
dispensava a ele.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Ok. Ele pode não se
incomodar, mas eu me incomodo <b>DEMAIS</b> e, sinceramente, acho que todos
deveriam se incomodar.
</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Explico: A questão não
é concordar ou discordar do presidente. Você pode até odiar o
Lula. Mas o veículo de comunicação, mesmo que assuma uma linha
editorial de confronto com a política que o Lula representa, deveria
fazer um jornalismo de melhor qualidade e fazer a contraposição ao
Lula e ao governo de maneira mais qualificada e inteligente.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Reduzir a longa análise
que Lula fez em mais de uma hora à frase “Para Lula, cobrar metrô
em estádio é “babaquíce”', é tudo, menos informação ou
notícia – é o antijornalismo. Qualquer escola de comunicação,
em uma aula sobre os critérios de seleção da notícia, poderia
utilizar essa manchete para mostrar o que não deve ser feito.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas, por outro lado, é
um exemplo explícito de tudo o que temos dito (movimentos sociais,
de blogueiros) sobre o papel de oposição política que a mídia
hegemônica privada brasileira tem assumido nos últimos anos e o
péssimo jornalismo que tem sido praticado no Brasil.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<b>Jornalismo de qualidade, por favor.</b></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
E sobre isso, toda a
sociedade deveria se posicionar, exigindo um jornalismo de qualidade.
Porque a mesma cobertura de 5ª categoria que a mídia (em razão de
interesses políticos) fez da participação do Lula no Encontro dos
Blogueiros, ela faz também em outras áreas (saúde, educação,
moradia, economia) por interesses comerciais e financeiros. O que é
preocupante e perigoso não só para a democracia, mas para a
integridade da sociedade.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Por isso, todos nós
temos que nos incomodar e denunciar quando vemos um flagrante do mau
jornalismo.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Para o 399
participantes inscritos vindos de 25 estados brasileiros, Lula falou
por mais de uma hora. Inspirado e bem-humorado, ele falou sobre a
necessidade de o Brasil discutir um novo marco regulatório das
comunicações, sobre a conjuntura política nacional e estadual,
sobre o seu governo, sobre a Copa, sobre economia e vários outros
assuntos. A frase que virou manchete, foi dita em forma de
brincadeira e para mostrar que a paixão do brasileiro do futebol é
tão grande que ele não se importa de andar.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
Mas, para não correr o
risco de acharem que eu também posso estar puxando a sardinha para o
meu lado, convido a todos e todas para assistirem ao vídeo do Lula
no encontro e tirarem suas próprias conclusões. Pode discordar de tudo o
que o Lula disse. Isso é legítimo e democrático. Agora, duvido que
você concorde com a cobertura e, a partir daí, estou certa que você
vai olhar de maneira mais crítica tudo o que aparece nos meios de
comunicação.</div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<iframe allowfullscreen='allowfullscreen' webkitallowfullscreen='webkitallowfullscreen' mozallowfullscreen='mozallowfullscreen' width='320' height='266' src='https://www.youtube.com/embed/ABtf0A3OFY8?feature=player_embedded' frameborder='0'></iframe></div>
<div class="western" style="margin-bottom: 0cm;">
<br /></div>
<div class="blogger-post-footer">http://renatamielli/renatamielli.blogspot.com/atom.php</div>Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-21879574.post-4610505357064308222014-04-30T14:23:00.002-03:002014-04-30T14:42:56.687-03:00FNDC: Democratizar a democracia! É preciso sim senhor!<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJt9IysGiJyYYx32w7FYQmOsHc2gcgnLu1aVYM5ix-hPA_Sb4iNuDxwIweD4PrUv21luUpuqtOtVgB_qphKW2M6VOjWn3HDzLziAsFi3BiWlmX0Xs0Z1VffdDVpUKfVJ0tCGl2/s1600/90_max.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJt9IysGiJyYYx32w7FYQmOsHc2gcgnLu1aVYM5ix-hPA_Sb4iNuDxwIweD4PrUv21luUpuqtOtVgB_qphKW2M6VOjWn3HDzLziAsFi3BiWlmX0Xs0Z1VffdDVpUKfVJ0tCGl2/s1600/90_max.jpg" height="240" width="320" /></a></div>
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<br /></div>
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A plenária do Fórum
Nacional pela Democratização da Comunicação – FNDC – que
aconteceu entre 25 e 27 de abril, apontou que é preciso unidade,
mobilização social e muita pressão sobre o governo para
democratizar a comunicação.</div>
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<br /></div>
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O tema escolhido para a
plenária foi Democratizar a democracia. Mas será que esta “palavra
de ordem” faz sentido? E o que a comunicação tem a ver com
isso? Vamos um pouco à história:</div>
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<b>Um país chamado Brasil</b></div>
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Era uma vez um país
chamado Brasil. Sua certidão de nascimento data de 22 de abril de
1500, mas é difícil precisar ao certo sua idade. Destes 514 anos, o
Brasil foi durante 322 uma colônia da monarquia portuguesa.
Democracia não havia por aqui, não senhor, muito menos imprensa
livre e liberdade de expressão. </div>
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<br /></div>
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Quando a família real precisou
fugir de Portugal, em 1808, e ancorou em terras brasileiras, o rei
resolveu autorizar a criação de universidades e também do primeiro
jornal.</div>
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<br /></div>
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Catorze anos depois, em
07 de abril de 1822, o filho do rei declarou a independência do
Brasil. De colônia a Império, o imperador não era mais o rei de
Portugal, mas o filho do rei de Portugal. E assim foi por longos 67
anos. Democracia não tinha não senhor, mas apesar das restrições
existentes a imprensa começou a crescer com jornais e panfletos se
espalhando pelo Brasil.</div>
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<br /></div>
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Daí, em 1889, um certo
Marechal Deodoro da Fonseca proclamou a República. Em 1891, este mesmo Marechal foi eleito o primeiro presidente
do Brasil, ainda de forma indireta, com 234 votos. Eleição direta
só em 1894, mas apenas homens ricos e alfabetizados podiam votar. Em
1932 a mulher conquistou o voto. E só com a Constituição de 1988
os analfabetos tiveram esse direito reconhecido.</div>
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<br /></div>
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Em 2014 completamos 125
anos de República, que foi governada por 34 presidentes, dos quais
10 foram militares. Foram duas ditaduras (reconhecidas como tal). A
que vai de 1930 a 1945 e depois entre 1964 e 1985. Como se pode ver,
democracia no Brasil é coisa breve, rara e também muito frágil.
</div>
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<br /></div>
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Isso porque o Estado
ainda deve à sociedade o enfrentamento de várias agendas
fundamentais para aprofundar a democracia. Estas podem ser resumidas
em 5 reformas democráticas e essenciais: a Reforma Política, a
Reforma Urbana, a Reforma do Judiciário, a Reforma Agrária e a
Democratização dos Meios de Comunicação. Além destas reformas,
garantir direitos básicos como Educação e Saúde para todos os
brasileiros é determinante para que possamos estufar o peito e
dizer, sim, <i>habemus </i>democracia. É neste ponto da história que estamos nós.</div>
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<br /></div>
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<b>De volta à comunicação</b></div>
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<br /></div>
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No caso dos meios de
comunicação, é preciso enfrentar de uma vez por todas os entraves
que impedem a garantia da pluralidade e diversidade. Nossa
Constituição determina que o Brasil é um país que se guia pela
liberdade de expressão. No entanto, ao longo do zig-zag histórico
que alterna democracias e ditaduras, a censura e o monopólio gozaram
de guarida em praticamente todos os períodos. Em alguns de forma
mais disfarçada, em outros de forma mais escancarada.</div>
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<br /></div>
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E, como o Brasil vive
em um Estado Democrático de Direito, o movimento social criou grande
expectativa em torno desta agenda quando Lula assumiu a presidência.
Isso porque pela primeira vez em 500 anos o país passava a ser
governado por forças políticas oriundas do movimento popular e com
compromisso democrático.</div>
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<br /></div>
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Mas, para nossa
decepção, a história não foi bem essa. E como vimos antes, mudam
as pessoas, mudam os grupos políticos, mas os interesses privados
que orientam a elite econômica brasileira e internacional não
permitiram avanços mais profundos.</div>
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<br /></div>
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Principalmente numa conjuntura na qual o governo abdicou de construir uma narrativa do contexto político, econômico, social e cultural diferente da que fazem os meios de comunicação hegemônicos. Com isso, o governo se omitiu de fazer a disputa de ideias na sociedade e criar um polo de forças mais progressista na sociedade. </div>
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<br /></div>
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E aí a história se
desenrola: primeiro um romance entre governo e grandes meios de
comunicação, depois uma pequena separação – que permitiu a
realização da 1ª Confecom e em seguida de iniciativas internas do
governo Lula para elaborar uma proposta de marco regulatório. Só
que o governo de Lula acabou, e veio a nova presidenta, Dilma
Rousseff. Governo novo, namoro novo. O romance com a mídia foi
reatado e a proposta de marco regulatório foi trancada dentro de
uma gaveta a sete chaves. Ficou o discurso do controle remoto e da regulação como censura.</div>
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<b>Em 2014 vamos mudar o
rumo dessa história</b></div>
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Então, diante da
inanição do governo, o movimento social se organizou para elaborar o
<a href="http://www.paraexpressaraliberdade.org.br/index.php/2013-04-30-15-58-11" target="_blank">Projeto de Lei de Iniciativa Popular para uma comunicação democrática</a>. Colocou o bloco na rua e iniciou a coleta de assinaturas.</div>
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<br /></div>
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Os movimentos que lutam
pela democratização da comunicação intensificaram a mobilização e
a pressão para que esta pauta aparecesse com prioridade – seja nos
movimentos sociais, seja no governo. E em ano eleitoral, o tom da
pressão precisa e vai subir.</div>
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<br /></div>
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Esta foi a decisão da
Plenária do FNDC, que aconteceu em Guararema. Vamos potencializar o
trabalho com o PLIP e conseguir 1 milhão e 300 mil assinaturas para
garantir, pelas mãos da sociedade, que esta discussão aconteça no
Congresso Nacional. E, de outro lado, caminhando junto com esta
iniciativa, vamos pressionar o governo para que o Estado brasileiro
avance e assuma a sua responsabilidade em realizar este debate de
forma pública.</div>
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<br /></div>
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Entre as decisões da
plenária, uma resolução importante selou a unidade das várias
organizações presentes e definiu que o FNDC “<span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">vai
entregar aos candidatos à presidência da República, ao Senado
Federal e à Câmara dos Deputados um documento que apresente a luta
por um novo marco regulatório da comunicação e resgate os vários
momentos de debate e elaboração de propostas e plataformas, como a
1ª Confecom - Conferência Nacional de Comunicação, que elaborou mais de 670 propostas de políticas para a
comunicação, e os 20 pontos para uma comunicação democrática,
que resultaram no Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP). Este
documento também fará referência às iniciativas internacionais de
regulação da comunicação. A este documento serão anexados o
Projeto de Lei de Iniciativa Popular para a Comunicação Social e os
20 pontos para uma comunicação democrática”.</span></div>
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<br /></div>
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<span style="background-position: initial initial; background-repeat: initial initial;">O
FNDC acerta ao cunhar a bandeira “Democratizar a democracia”,
porque s</span>em comunicação democrática a democracia fica
capenga.
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<br /></div>
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Os próximos capítulos
desta história ainda estão por ser escritos. Com o nosso
protagonismo podemos definir o rumo que ela vai tomar. Já
conquistamos algumas vitórias importantes, como a Lei do Marco Civil
da Internet. Com unidade e mobilização poderemos conquistar muito
mais.</div>
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