A baixaria nos blogs

É cada vez mais comum encontrar nos comentários dos blogs palavrões, baixarias, calúnias, discriminação, preconceito; até ameaças de morte já têm sido feitas na blogosfera.
O debate sobre um código de conduta para a interatividade na web é controverso, ainda mais por se tratar de uma mídia tão recente.
A opção de ter ou não um espaço de comentários e como ele vai ser moderado é do dono do blog. Muitas pessoas não habilitam a possibilidade de comentar, outras o fazem, mas condicionado à aprovação do moderador e há, ainda, os comentários livres, que são a maioria.
Nesta semana, o blog do Xico Sá foi recordista em comentários: até o momento foram 573 no texto publicado em 07/05 e 337 no de 08/05.
É um show de má educação e ignorância - para ser elegante.
Muitos jornalistas ou outros profissionais que usam o blog como ferramenta de trabalho ou como um espaço para debater temas com seriedade têm abandonado ou restringido os comentários em função disso.
Até então achava errado, já que o motivo primeiro do blog é justamente permitir a interação. Mas, diante do que li nestes dois dias, passei a refletir melhor sobre o tema.
O confronto de idéias e a possibilidade de criticar e ser criticado é saudável e enriquece qualquer debate. No caso do jornalista, a quebra de um anteparo, do cordão de isolamento que tornava os textos tanto de notícias mas, principalmente, os de opinião uma via de mão única, a palavra final e irretocável, é altamente saudável e vai fazer com que muitos reavaliem suas posições ou que, pelo menos, pensem 10 vezes antes de emitir uma apressada.
No entanto, boa parte dos comentários não têm servido a esse proposito, ao contrário, são a crítica vazia, o preconceito perigoso.
Fiquei indiganada diante do que se passou com o Xico Sá nestes dias e mais, ao ler os comentários eu mesma me senti atingida e ofendida, uma vez que não estou ali para ler aquelas barbaridades.
O que fazer? Não sei, mas certamente algo precisa ser feito. As pessoas não podem dizer o que querem e ficarem impunes. Enquanto isso, fica aqui, humildemente, a minha solidariedade ao Xico.