11.3.09

Copom reduziu 1,5%, mas ainda é pouco

A decisão unânime do Banco Central em cortar a Taxa Básica de Juro, Selic, em 1,5% revela que as pressões sobre a ortodoxia da política monetária do Banco Central surtiram algum efeito, mas menor do que seria desejável para enfrentar a crise econômica internacional.

Estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - Ipea, mostra que se a taxa de juro caisse em 2009 para o patamar de 7% ao ano, o Brasil faria uma economia fiscal da ordem de R$ 43 bilhões. Com isso, seria possível manter e até ampliar os gastos do governo sem desorganizar as finanças públicas.

"A política ideal, do ponto de vista fiscal, para o enfrentamento da crise é aquela que combina redução da taxa de juro Selic (porque reduz uma despesa que tem baixa capacidade de gerar renda e novos empregos) com ampliação dos gastos sociais (na medida em que a velocidade da crise exige a utilização de instrumento cujo efeito seja rápido) e dos gastos de investimento (que melhoram as condições para que novos investimentos privados ocorram)", avalia o documento do Ipea.

Com a redução desta quarta-feira, 11/03, o Brasil passa a ter uma taxa básica de juro de 11,25%, e cai de posição no rankig mundial, passando a ser a terceira maior taxa de juro do mundo, atrás da Islândia com 18% e da Turquia com 11,50%.

Há os que dizem que nos momentos de crise se abrem janelas de oportunidade, pode ser. Mas para abri-las de fato é preciso coragem e ousadia, características que os engravatados do Banco Central não possuem. Enquanto isso, os movimentos sociais e os vários setores da economia precisam continuar a pressão para, quem sabe, termos um corte mais significativo na próxima reunião do Copom, em abril.

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