28.5.09

Poesia imprópria para menores nas escolas paulistas

Outro livro inadequado foi entregue para crianças do ensino fundamental pelo programa Ler e Escrever, da Secretaria Estadual da Educação. Desta vez foi o livro de poemas “Poesia do Dia – Poetas de Hoje para Leitores de Agora”. Segundo reportagem do jornal Folha de S.Paulo foram entregues 1.333 exemplares da obra para alunos da 3ª série, que estão na faixa de nove anos. Em alguns poemas fala-se de ódio, estupro e drogas.

O conteúdo do livro não é próprio para o público infanto-juvenil, de acordo com a avaliação de um dos autores, o escritor Joca Reiners Terron. “São várias ironias, que elas (crianças de nove anos) não entendem”, disse.

Publicado pela editora Ática, do grupo Abril Educação, a escolha do livro como material paradidático é mais uma demonstração dos problemas sucessivos e reincidentes da administração tucana na área da Educação. E, como abordado anteriormente, não é responsabilidade deste ou daquele funcionário destacado para fazer algum tipo de triagem.

Descalabro e descontrole
Ao olhar a situação do ensino paulista globalmente a impressão que fica é a de que os gestores educacionais que estiveram à frente da Secretaria Estadual de Educação Paulista nos últimos anos – refiro-me à dinastia tucana iniciada na gestão Covas – foram aos poucos perdendo o controle da política de desmantelamento do sistema educacional, desvalorização profissional de professores e servidores e de sucateamento didático.

Recuperar o sistema do desmonte ao qual o sistema foi submetido é uma tarefa hercúlea. Ao invés de juntar os cacos, melhor seria, talvez, ter a ousadia de reformular completamente o sistema e procurar inaugurar uma nova política para a Educação em São Paulo. Tarefa esta que, infelizmente, não tem no PSDB e seus aliados eco e simpatia, já que seus compromissos não passam por essa reformulação.

Investir no professor
É verdade que o primeiro passo para viabilizar uma revolução na educação paulista é necessariamente rever a formação dos professores. Não adianta mudar conteúdos, abordagens e métodos sem que os professores estejam preparados para enfrentá-los.

Nesse sentido, o levantamento realizado pelo MEC mostrando que 13% dos professores do ensino médio não têm a habilitação mínima para lecionar. Isso para não falar nos baixos salários, alta carga horária, número elevado de estudantes por professor e falta de estrutura material.

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