1.9.09

Para não dizer que não falei do Pré-Sal

O pré-sal é o tema do momento. E não poderia deixar de ser, tamanha importância que seus dividendos poderão trazer, ou não, para o Brasil.

Desde a 2ª Revolução Industrial, com a construção do motor a combustão e o emprego industrial do petróleo e seus derivados, o mundo tem se polarizado em torno da disputa pelo controle desse 'ouro negro'.

Portanto, não é sem razão que o presidente Lula tenha dito que a descoberta do pré-sal é uma "dádiva de Deus", um "bilhete premiado". Imagino que qualquer país do mundo esteja invejando o Brasil e, mais ainda, esteja de olho nesta riqueza e pensando os meios possíveis para também tirarem uma lasca dela.

Na verdade, estão todos de olho no pré-sal. É como uma matilha de lobos esfomeados de olho numa presa, cada lobo analisando o movimento de seu concorrente e da própria presa para definir o melhor momento para partir ao ataque.

De quem é o pré-sal, afinal?
A mídia, que não titubeia e nem sequer tem pudor em esconder de que lado está - o lado dos ricos - noticiou a cerimônia de anúncio da proposta do Executivo para o marco regulatório do pré-sal como ameaça nacionalista e estatizante. Palavras abominádas pelos amantes da globalização neoliberal.

Mas, alguém em sã consciência pode questionar que o petróleo encontrado no Brasil é do Brasil e portanto, do povo brasileiro e em seu benefício deve ser explorado? Que para garantir que a riqueza proveniente dessa exploração seja aplicada no Brasil é necessário que haja um controle do Estado (outra palavra riscada do vocabulário neoliberal) sob esses recursos? Ou alguém acha que um consórcio privado de empresas, que estão babando para auferir mais lucros e engordar suas riquezas, serão melhores guardiões para garantir que os recursos do pré-sal sejam revertidos para o fortalecimento do Brasil e redução da miséria em nosso país?

Os bordões têm a desvantagem de, com o tempo, ficarem desgastados por serem tantas vezes entoados. Mas a palavra de ordem "O Petróleo é Nosso" não perdeu o conteúdo político, econômico e social. Pelo contrário, sua vitalidade e atualidade se renovaram e se amplificaram com a descoberta do pré-sal.

Está certo o presidente da República: o governo de Fernando Henrique Cardoso tentou a todo custo enfraquecer e privatizar a Petrobras, porque predominava no governo o pensamento subalterno. FHC teve sucesso apenas parcial, graças à luta do movimento social e resistência popular. Chegaram a dizer que a Petrobras era o último dinossauro a ser extinto. Mas ele sobreviveu. E nos últimos anos, os da gestão Lula, foi alimentado, se fortaleceu e cresceu. E, agora, irá operar a maior fonte de riqueza desse país.

O pré-sal é a nova independência para o país e nenhum processo de independência ocorre sem luta política. Mas o povo está pronto para ela, porque o povo precisa de mais educação, mais saúde, mais moradia, mais lazer, mais cultura e o Brasil precisa ser uma nação mais forte, mas desenvolvida. E, como sempre digo, é isso que a elite e a mídia não engole, porque são contra o Brasil e contra o desenvolvimento.

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