No espetáculo solo Restos, Antonio Fagundes retorna ao centro do palco de forma intensa e passional. O texto do polêmico roteirista norte-americano Neil LaBute (Wrecks, de 2005) convida o público a percorrer, “com efeito”, as venturas e desventuras de alguém que, ao lado da morte, está em busca da vida.
Apaixonante
Antônio Fagundes é outro. Não é o Rei do Gado, nem Juvenal Antena. A TV traz longevidade, mas apequena o ator. Sozinho, ele ocupa o palco com grandeza. A intensidade com a qual Fagundes dá vida a Carr é avassaladora
1º Ato – Vício
Toca a sirene. Apagam-se as luzes. Silêncio. Ouve-se discretamente o abrir da cortina, mais nada. De repente, o esqueiro; e um ponto vermelho surge no centro do palco. Lá está Carr, ereto, de luto, óculos escuros e a luz que incide sobre ele revela a fumaça do cigarro.
Não, o cigarro que matou Mary Jô de câncer não é o centro das atenções, apesar de ter despertado a polêmica em razão da queda de braço entre Fagundes e o governador tucano José Serra, em razão da Lei Antifumo. E, ao ver a peça, percebe-se que o coadjuvante cigarro é personagem indispensável para compor a narrativa e a cena.
2º Ato – Restos
Com o cigarro na mão, Carr vai juntando os fragmentos de sua vida com Jojo. Restos de memórias, de rancor e sexo. E ao colar pedaço por pedaço, numa confissão dolorida ele revela segredos e quebra tabus, num jogo de cena surpreendente e “com efeito”.
Restos
Teatro Faap – rua Alagoas, 903, Higienópolis, São Paulo
Informações pelo tel. 11/3662-7233
De 5a e 6a, às 21h, sáb., às 20h, e dom., às 18h
R$ 100
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