2.3.10

O mundo, a arte, e Jabor "em crise"

Reproduzo o artigo do documentarista Vandré Fernandes sobre o armargurado comentarista global Arnaldo Jabor.

O mundo, a arte e Jabor “em crise”

Parafraseando o título do livro “O mundo, o homem e a arte em crise” do intelectual de esquerda Mário Pedrosa, trotskista e fundador do PT, acho oportuno levantar considerações sobre as últimas frases e comentários do jornalista e cineasta Arnaldo Jabor, que vem soltando o verbo contra a esquerda e o governo Lula, utilizando a mídia para defecar palavras retrógradas e se posar de Robin Hood dos ricos.

É sabido por todos que Jabor iniciou sua peregrinação no CPC da UNE, depois passou a fazer parte da escola Cinema Novo e realizou o bom filme-documental Opinião Pública. Sempre contestador, ele fez excelentes filmes como Pidorama, Toda nudez será castigada, Eu sei que vou te amar, entre outros. Aos poucos, Arnaldo Jabor foi migrando sua trajetória, inicialmente de esquerda – a qual nega, dizendo que eram apenas coisas um jovem romântico – e vai se convertendo à esquerda, passando a endeusar os setores conservadores do país.

Recentemente, Jabor vem aproveitando seu espaço na TV Globo, na Folha de São de Paulo, na rádio CBN e em outros meios de comunicação para dizer do “medo” de eleger Dilma para a Presidência da República. O que estaria por trás deste medo? E por que Lula fez um governo consequente e Dilma não fará?

Na verdade, o medo de Jabor é o mesmo medo de Regina Duarte nas eleições de 2002. Medo de ver um país com mais distribuição de renda, mais inclusão social, com mais autoestima de ser brasileiro. Jabor acha que com Dilma na presidência o monopólio da mídia será quebrado, e ele teria dificuldade arrotar suas agruras na mídia. Talvez esteja com medo de que utilizem os mesmos meios para desqualificá-lo por suas condutas esquizofrênicas, por ser porta-voz de uma elite que vê ruir seus sonhos do american way of life.

Jabor esteve presente no 1º Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, organizado em um luxuoso hotel de São Paulo pelo Instituto Millenium, que reuniu algumas dezenas de pessoas para discutir o tema pelo valor de R$ 500,00. Jabor discursou como se discursava na época da guerra fria, como se a ameaça comunista estivesse à beira de deflagar no país, ou seja, ele parou num tempo distante. Atacou os comunistas, a Dilma e convidou a todos para impedir que a pré-candidata petista chegue à presidência.

Talvez Jabor não perceba os avanços obtidos no país na era Lula, e faz o jogo de depositar as conquistas alcançadas no último período ao governo de FHC, o que é uma dissimulação para não creditar os avanços do governo de Lula e de sua base aliada que conta, inclusive, com comunistas no senado e na Câmara Federal.

O mundo mudou e avança para o futuro, o Brasil cresce e pode ser em breve a quinta economia do mundo. Cada dia mais pessoas no país deixam a linha da pobreza e ingressam na classe média. Jabor pode ter medo disso tudo. Mas o povo não. A última pesquisa eleitoral indica que o caminho a ser seguido é o mesmo iniciado em 2002.

Portanto, Jabor fala na TV, fala no rádio, escreve no jornal, mas não escuta o povo. E se de um lado temos um grande cineasta, do outro temos apenas um homem, um homem em crise.

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