Nos últimos 30 dias, o PSDB e os grandes meios de comunicação iniciaram uma estratégia de superexposição de Serra, intensificaram a agenda de campanha e promoveram, ao lado disso, uma avalanche de pautas negativas contra o governo, o PT e a candidata Dilma.
Parece que nada disso teve efeito. Então o que aconteceu? É o que estão se perguntado articulistas, tucanos e seus marqueteiros. Será que o discurso adotado por Serra, de se colocar como o candidato da continuidade está colando? Será que ele deveria explicitar sua verve neoliberal e assumir sua condição de oposição? Como estruturar um discurso que fala para uma pequena parcela da elite nacional, que permanece aliada aos preceitos norteadores do já desgastado Consenso de Washington, de forma a atingir o povo? Como reverter a onda de continuidade sendo um candidato de mudança?
Ao que tudo indica, Serra está com uma batata quente na mão. Durante o debate de lançamento do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé, na última sexta-feira, o jornalista Paulo Henrique Amorim foi taxativo: “Serra não ganha nada passando de Rezende”, ao se referir que fora de São Paulo há um mundo totalmente diferente e que não quer ver na presidência um representante do tucanato paulista.
De forma nenhuma isso significa que a eleição está resolvida para o lado de Dilma. Ao contrário. Ainda há um desafio gigantesco de fazer com que os eleitores a reconheçam como a candidata do presidente Lula, de mostrar que ela tem um programa de governo que não apenas dê continuidade, mas aprofunde as mudanças positivas iniciadas por Lula, despertar a empatia do eleitor com Dilma, ou como disse o marqueteiro de sua campanha, João Santana, parodiando a célebre frase de Che Guevara, “hay que enternecer, sin perder la ternura jamás”.
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