por Renata Mielli, de
Caracas
Não é de hoje que a
direita se utiliza da tática de amedrontamento para impedir o avanço
de projetos progressistas e que signifiquem uma ameaça a sua
hegemonia política.
Recentemente, no
Brasil, a atriz Regina Duarte se prestou ao papel de porta-voz desta
tática. Na Venezuela ocorre o mesmo. Os meios de comunicação
comerciais venezuelanos e seus aliados internacionais constroem
sistematicamente a imagem de um país conflagrado, aonde a violência
impera nas ruas. Este foi um dos temas mais explorado por Henrique
Capriles durante sua campanha.
Todos com quem comentei
que viria a Caracas me pediram cuidado, disseram para eu não
caminhar sozinha pelas ruas, porque era uma cidade muito violenta,
etc etc. Não vi nada disso aqui. Vi uma cidade como todas as outras,
aonde as pessoas andam tranquilas, sem sobressaltos. Não presenciei
nenhum ato de violência. Pelo contrário, vi praças cheias de gente
tomando sorvetes, sentadas nos bancos – praças limpas e
efetivamente convertidas em espaços de sociabilidade – muito muito
diferente do que ocorre em São Paulo, por exemplo. Muitas mulheres
com bebês, crianças, idosos.
Um dos canais de
televisão mais ferrenhamente opositores ao governo bolivariano –
Globovisión – centra sua programação na divulgação da
violência. Aliás, pessoas que apoiaram a candidatura de Capriles
criticavam a programação da TV e dos jornais, que centram sua
cobertura de forma sensacionalista na violência – o que acaba
sendo um estímulo a ela.
Policial com formação
universitária
Lógico que há
violência e crime na Venezuela, e o governo bolivariano reconhece
que este é um aspecto que ainda exige avanço. Mas há muitas ações
em curso para enfrentar este que é um problema não só da
Venezuela.
Uma das principais
iniciativas é valorizar a profissão policial, dando formação
universitária aos policiais. A Universidade Nacional Experimental daSegurança forma homens e mulheres para ter uma abordagem mais humana
e cidadã, preparando os efetivos para enfrentar conflitos de maneira
pacífica. Os policiais estão integrados à comunidade e estão
focados na prevenção da violência.
Recentemente, 9 mil
jovens se graduaram na universidade policial, atendendo ao chamado
para engrossar as fileiras do combate a violência.
A segunda é investir
massivamente na educação da sociedade. Mensagens contra a
violência, estímulo ao desarmamento da população, e reforçando
valores positivos como altruísmo, solidariedade, ética, humanismo -
focando na transformação da consciência das pessoas - é outro
instrumento poderoso de combate à violência.
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