26.10.14

Um voto pela democracia

Eu votei pela primeira vez para presidente do meu País em 1989. Votei Lula, votei sem medo de ser feliz. Votei pela liberdade e pela democracia. Nasci em 1971, portanto a minha perspectiva da ditadura foi pelo olhar de uma criança. Os discos proibidos que minha mãe ouvia baixinho na sala com amigos, me faziam ir chorar no quarto e pedir para o papai do céu não deixar que ela fosse presa. Eu nem imaginava o que de fato acontecia nos porões da ditadura.

Desde adolescente, decidi que ia lutar pela democracia. E tem sido assim.

Democracia é muito mais do que o fim da repressão. Democracia é garantir condições dignas de vida para TODOS E TODAS. É acabar com o preconceito, é dar oportunidades de acesso à educação pública de qualidade, saúde, moradia. Democracia é incluir toda a sociedade nos processos políticos do país. E isso vai muito além do dia da eleição. É criar espaços amplos de discussão de políticas públicas, é criar mecanismos de consulta popular sobre decisões fundamentais para o país, como os plebiscitos. É pôr um fim na violência policial. Democracia é garantir o direito a manifestação e permitir que todos possam ter liberdade de expressão. Democracia é reduzir a miséria e as desigualdades no Brasil e fora dele, promovendo uma política externa soberana e altiva, que integre a América Latina e rompa com o colonialismo que predominou no Brasil e no mundo por centenas de anos.

A luta pela democracia ganha vários contornos a depender do momento histórico em que se vive. Sim, amigos e amigas, em 2014 nós ainda estamos lutando pela Democracia. Ela nos foi conquistada com a vida de muitos, mas é como uma planta, precisa ser regada para crescer e se firmar.

Nestas eleições, eu acredito que a maioria do povo brasileiro está indo às urnas pela democracia. Os que votam em Dilma e muitos que votam no Aécio. Mas não podemos ignorar, nem os que como eu escolheram votar 13, nem os que escolheram votar 45, que cresce em muitos grupos econômicos e sociais o sentimento do golpismo.

Nesta campanha, vimos muitas pessoas defenderem o regime militar, vimos no último ano partidos políticos rejeitando veementemente políticas para ampliar a participação social, a nossa participação. Vimos crescer a intolerância e discursos de ódio. Durante a campanha busquei fazer o debate de ideias e propostas. Não ataquei Aécio, porque acho que o que está em jogo são projetos políticos e não pessoas. E o projeto de Dilma se aproxima muito mais do que eu defendi por toda a minha vida.

Desejo a todos e todas um bom voto, um voto sem ódio. Amanhã será outro dia, com um governo novo. Independente de quem ganhar, temos que nos unir para fazer o Brasil avançar e não retroceder.

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