27.2.06

Janela sobre o Carnaval

Seis horas da tarde. Aos poucos começam a chegar as atrações do dia. Vão ocupando os espaços laterais da quadra, ainda vazia. Todos se cumprimentam, mas o ‘boa-tarde’ tem mais significado de boa-sorte, vamos lá!
Dos cabides e sacolas vão surgindo as cores: amarelo, vermelho, azul, verde, laranja, branco, preto. Os últimos passos da coreografia são ensaiados por um grupo de senhoras de cabelos brancos, que carregam em seus ombros a responsabilidade de brilhar. Mas para quem já percorreu grande parte da vida superando dificuldades e obstáculos, o que está para vir é um desafio diferente, ele tem o sabor da alegria.
Não há como sentir-se estrangeiro naquele grupo. A comunidade te acolhe como se você fosse parte dela. E nela cabem todas as raças, religiões, extratos sociais, sexos, idades. Por algumas horas em um dia do ano todos são iguais, todos estão lutando pelo mesmo objetivo, brilhar na avenida, defender sua escola.
Na concentração você se torna outro. Não é mais um indivíduo, você é um integrante. E tem que ter garra, dançar, cantar, vibrar, sorrir. O corpo estremece, não é o peso do esplendor nos ombros, é o peso de “50 anos de glória, que contam a história de tão lindos carnavais”.
O som da bateria ecoa forte, cadenciado; o compasso do coração acompanha o tempo de marcação do surdo, os pés se agitam ao som dos tamborins e das cuícas. E lá está você, não você, lá está a Peruche, passando no sambódromo, arquibancadas lotadas, o povo em pé aplaudindo a escola, que evolui. São 20 minutos para você, para escola 65. Tudo foi bem.
Contagiados com a festa espalhada pele avenida, a comunidade Peruche e cada um que esteve ali, no chão, se entreolham, cumprimentam, agradecem; muitos choram, o coração a mil e o sentimento de que juntos, ali, fizemos mais um lindo carnaval.

2 comentários:

  1. Reeeee...

    aaaaaaaaaaaaaaaa

    se rendeu aos blog, hein...hihihihi

    viu o meu e num aguentou, neh...

    hsuahsuahsuahsuashauhsuahsuahsaushu

    olha...em 1ºlugar: EU NAUM LI OQ VC ESCREVEU...shauyhsuahsuahsuahsuahsua

    eh q eu to com o tempo corridu...mew pc estrago, eu to na lan house...[um boxta³]

    2º : qualquer coisa internética[olha eu oinventando a lingua portuguesa..hahahahahahaha!!!] q tu precisa, pod contah comigo akeee

    xDDD


    bjoooos=***

    ResponderExcluir
  2. Anônimo12:21 AM

    Rê, você acha isso mesmo? que todos são acolhidos como parte de uma comunidade?
    sem tirar todo o gosto de sair em uma escola de samba, mas tenho a impressão que essa mistura na escola de samba é impossível.
    onde uns pagam e muito pra desfilar sem jamais ter sambado, sem saber o samba, enquanto outros são obrigados a vender fantasisas para essas pessoas, para disputar um título de carnaval.
    prefiro as ruas , os blocos enormes, como o Bola Preta, o Galo, onde aí sim todos são iguais, misturados, ninguém paga, não há barreiras ... pelo menos por um instante.
    ali a alegria do carnaval não esta contida pelas regras do mercado, está mais vadia, mais próxima do eram os antigos carnvais ...
    pena que em SP mataram esses blocos, e as escolas adaptaram-se ao padrão igualzinho ao Rio.
    bom, essa indignação é contra as escolas de samba, gostei de ver uma janela aberta para o carnaval!
    beijão

    ResponderExcluir