Num espaço de 116 km² na costa sudeste da Ilha de Cuba, acontecia à decadas as mais diversas violações dos direitos humanos sob o consentimento calado de uns e a indignação bradada da maioria do mundo.
Guantânamo já estava convertida a sinônimo de tortura, que vinha sendo cometida por sucessivos governos norte-americanos em nome da liberdade, da luta contra o terrorismo, da preservação do 'american way of life'. Em funcionamento desde 1898, precisaram 211 anos para que, enfim, os até então surdos abrissem os ouvidos ao clamor mundial para que a Base Militar de Guantânamo fosse fechada.
Foi o que se deu hoje, neste 22 de janeiro de 2009, 2º dia do mandato do novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A atitude de Obama permitiu que este pensamento fôsse escrito no passado. Recente ainda, mas passado.
A assinatura desse decreto pode nos permitir olhar para o futuro, não sei se com mais ou menos esperança, mas certamente com uma vitória.
Obama começou bem. Que desdobramentos isso trará, não sei. Prefiro não entrar na polêmica entre entusiastas e céticos, obamistas e não obamistas. Até porque, o que está em jogo, ao meu ver, não é o debate acerca da possibilidade ou não de salvar a econômia norte-americana e melhorar o modo de vida predatório que os estadunidenses levam. Mas, sim, como abrir caminhos para superar esses paradigmas, ou seja, construir uma alternativa possível a este modelo econômico e social.
Claro que também não sou adepta do quanto pior melhor. Mas não nós iludamos... Obama pode ter começado bem, pode ser melhor, mas seu limite termina onde sejam alcançados os sucessos da ideologia burguesa.
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