Ainda sobre a hegemonia tucana em São Paulo.
O PSDB paulista não é nada homogênio, isso eles mesmos não conseguem esconder, basta olhar as disputas públicas em que se embrenharam recentemente, cristalizadas particularmente ao redor de José Serra e Geraldo Alckmin.
Governador paulista por 2 mandatos, Alckmin - com seu estilo picolé de chuchu - veio a calhar para promover, com o consentimento da mídia e dos setores conservadores e sem a resistência mais ativa dos movimentos sociais, um profundo desmonte do Estado e uma desvalorização aviltante do funcionalismo público.
Para explorar a ideia de que Geraldo Alckmin é um excelente administrador, a mídia varreu para debaixo do tapete o caos da segurança pública, que culminou com uma onda de violência nos presídios e na Febem; o abandono da Educação com a maquiagem estatística da progressão continuada que se transformou em aprovação automática, promovendo estudantes das séries fundamentais sem noções mínimas de alfabetização; a privatização da saúde com o ingresso das Organizações Sociais de Saúde (OSS) para gerir os equipamentos de saúde; o abandono do transporte público, em particular da ampliação das linhas de Metrô.
Alckmin acelerou o processo de privatização das empresas paulistas (Eletropaulo, CPFL, Cesp, Ceagesp) e tantas outras. Mesmo assim, aumentou o endividamento público e reduziu investimentos em programas sociais.
Olhar o histórico de Alckmin mostra que sua eficiência foi na aplicação da receita neoliberal, cuja máscara caiu para o mundo com a crise econômica internacional.
Serra, pelo contrário, não alterou os fundamentos políticos adotados no Estado. O que mudou foi o estilo. Oriundo do movimento social, José Serra presidiu a UNE no ano de 1964, quando a democracia brasileira foi ceifada pelo golpe militar. Um quadro político que foi formado na esquerda e conduziu sua trajetória no sentido da direita. Um político de habilidade e personalidade, que por tudo isso difere de seu colega partidário.
Mas, o saldo deixado pelo PSDB em São Paulo é o da imersão na crise, na insolvência, na falta de proteção social e de valorização do trabalho. Por tudo isso é que o movimento social não pode permanecer apático e precisa agir para denunciar e evitar mais uma vitória do tucanato em São Paulo no ano de 2010.
Para ler mais sobre a gestão de Alckmin em São Paulo recomendo uma série de textos do jornalista Altamiro Borges, publicados no site Vermelho e que estão disponíveis no seu blog altamiroborges.blogspot.com
Que post "fraquinho" ...
ResponderExcluirFalar que o trabalho que vem sendo realizado na segurança pública de "caos" ou é má fé ou é falta de conhecimento da realidade. TODOS os índices de homício, roubo, furto e etc ... cairam drasticamente... Por favor ... assim cai em descrédito ...
Basta olhar o que aconteceu recentemente em Paraisópolis, para dar apenas 1 exemplo, e ver que a situação da segurança pública está para lá de caótica. O despreparo da Polícia, a recente demissão do Secretário de Segurança Pública, Mazargão. Ou seja, a situação de calamidade na segurança se arrasta desde Covas até Serra. Ah! e não podemos esquecer que redução de índices de criminalidade não são causados apenas pela ação da segurança pública, mas principalmente pela adoção de políticas sociais, como as implementadas pelo governo Lula em várias áreas. Criticar no anonimato é fácil, expor opiniões para o debate aberto é outra.
ResponderExcluirPois é, pois é...Tucanolândia em movimento. Eu fico aqui imaginando o que teria sido da nossa idolatrada patria amada, salve, salve, caso Alckmin e Serra, os tucanóides que disputaram as duas últimas eleições presidenciais, tivessem vencido. Vejamos algumas possibilidades, diante do ocorrido nos oito anos do governo FHC (conhecido também como Fome, Herança Criminosa):
ResponderExcluirA)Teríamos aprovado a ALCA e os EUA, a essas alturas, estariam nos arrastando para o epicentro da brutal crise êconômica que assola as noites mal dormidas do dr. Obama e do povo estadunidense;
B) Nosso comércio externo (importação/exportação) que em 2002 era cerca de 50% exclusivamente com os EUA, teria tal índice elevado e não teríamos desenvolvido laços reforçados como Mercosul e países asiáticos e africanos...logo, a crise que por aqui faz suas vítimas, teria vitimado muito mais gente e de maneira ainda mais feroz
C) O pouco que restou da estrutura nacional vinculada ao Estado brasileiro (Petrobrás, BNDES, Banco do Brasil) teria sido privatizada e a sessa altura, o governo do país não teria quaisquer instrumentos maiores para segurar o tranco;
D) Nosso mercado interno jamais teria tido o crescimento espantoso verificado nos últimos anos, fruto de uma intensa política de geração de empregos, valorização do salário mínimo e políticas sociais voltadas para a distribuição de renda.
Chega...só por aí já deu pra sentir. Parabéns Rê!