Feriadão em casa, amigos e família, a tradição da boa bacalhoada e, é claro, um filme descontraído para o fim de tarde.
Foi assim que inseri no home theater o DVD do nacional A Guerra dos Rocha, dirigido pelo Jorge Fernando. No elenco, algumas feras da dramaturgia como Ary Fontoura, Nicete Bruno, Giulia Gam, Diogo Vilella.
O objetivo não era o de assistir a um grande filme, mas pelo menos uma boa comédia. Ledo engano. A Guerra dos Rocha é uma sucessão de péssimas atuações, situações vexatórias, um roteiro desastroso e sem graça que dá vergonha de ver. Só mesmo a teimosia explica chegar ao final do filme.
O argumento não é dos piores - três filhos Marcos Vinícius (Diogo Villela), Cesar (Marcello Antony) e Marcelo (Lúcio Mauro Filho) disputam para ver quem NÃO vai ficar com a mãe, Dina Rocha, interpretada por Ary Fontoura - uma velha desastrada que é o terror das noras e um fardo para os filhos. Mas a construção dos personagens e o desenrolar da trama destruíram o que até poderia ser uma boa ideia.
O primeiro desparate do filme começa ai. Porque, em nome de Deus, escolher Ary Fontoura para interpretar a mãe? Não que ele esteja mal - alías, nessa história toda ele é o menos pior - mas não faz nenhum sentido colocá-lo para viver a velhinha rejeitada.
Os estereótipos do filho político corrupto que é casado com uma aproveitadora, do filho vagabundo que vive às custas da mulher e do filho inseguro e medroso casado com uma mulher controladora são tão mal construídos que não caberiam no pior dos filmes amadores.
Nicete Bruno, uma das damas do nosso teatro, foi colocada em situações que deveriam levar Jorge Fernando à prisão, de tão indignas.
Não bastasse isso, o filme tem elevada carga de preconceito, fazendo uma abordagem perjorativa da homessexualidade que, aliás, é desnecessária e marginal no enredo do filme e poderia ter sido evitada.
A Guerra dos Rocha é desses filmes que são uma vergonha nacional. Uma obra que não justifica um único centavo público que tenha recebido para ser executado. Quem pensar ao contrário que atire a primeira pedra.
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