19.10.09

A mídia acima do bem e do mal

A julgar pelo editorial da Folha desta quarta-feira (14), “Discurso da Inocência”, todos os que criticam a mídia o fazem por interesses escusos e em defesa própria, sem motivos justificados e extrapolando os interesses da sociedade.

Isso porque, na visão da mídia expressa por um de seus expoentes – a Folha de S.Paulo – os veículos de comunicação não erram, não assumem posições diante de questões importantes, são neutras e imparciais.

Tal postura deixa questionamentos sobre a quem se deve o “Discurso da Inocência”: aos inúmeros atores sociais que independente do posicionamento político criticam a mídia ou se esse discurso inocente e inverossímil de quem está acima do bem e do mal é o estampado nas linhas do editorial. Eu fico com a segunda opção.

Tem sido recorrente a tentativa de desqualificar as críticas feitas aos meios de comunicação hegemônicos. Vez ou outra os jornais, revistas e emissoras têm ocupado um espaço em seus veículos para justificar suas posições e atacar qualquer tipo de opinião diferente.

Esse é um expediente que mostra como o debate sobre a urgente e necessária democratização da mídia, com instrumentos mais precisos e qualificados de controle social e responsabilização editorial, tem incomodado os barões da mídia nacional.

Mas se a Folha se considera “a mosca que perturba o seu sono” – e o seu trata-se claramente do governo federal – nós somos milhares de moscas que vamos perturbar o sono da mídia, impedindo que eles continuem falando o que quiserem sem nenhuma consequência.

Em tempo: Foi lindo assistir às edições de sexta, sábado e segunda-feira do Jornal Nacional, quando o âncora do telejornal leu nota informando que a Globo fora condenada por uso indevido de imagem sem autorização. O fato aconteceu em 1995. Quinze anos mais tarde, vemos o jornal sendo obrigado a pronunciar a sentença.

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