Sempre pairam dúvidas sobre as pesquisas eleitorais. Muitas dizem que há manipulações as mais variadas para beneficiar este ou aquele candidato. Não sei. Claro que não vale concordar com o resultado da pesquisa quando ela corrobora a sua vontade político e discordar quando não. Mas o fato é que o levantamento do DataFolha publicado hoje deixa muita margem para questionamento.
Isso porque não há nenhum fato político novo que explique a reversão de uma tendência que já vinha se expressando na aferição de vários institutos nos últimos meses. Qual seja: o crescimento de Dilma e o recuo de Serra.
Tá certo que algo do crescimento de Serra pode refletir o puxão de orelha que a mídia hegemônica deu nos tucanos depois do anúncio da pesquisa de fevereiro, que mostrava Dilma encostando em José Serra. Editorial do Estadão publicado em 06 de março não poderia ter sido mais enfático ao dizer que, ou Serra saia da penumbra e assumia de vez a candidatura ou deveria se aposentar da política.
Obediente, Serra passou a assumir mais sua candidatura, e na última semana apareceu na TV dizendo ter sido o responsável pela criação do seguro-desemprego e muito mais. Uma campanha lavada que levou a Justiça Eleitoral a tirar o comercial tucano do ar.
O Datafolha ouviu, entre os dias 25 e 26 de março, 4.158 pessoas. Destas, 36% disseram ter a intenção de votar em José Serra, enquanto 27% indicaram o voto em Dilma Rousseff. Ciro Gomes, do PSB, aparece com 11%. Na pesquisa de fevereiro, a diferença entre Serra e Dilma era de 4%.
Na aferição espontânea do voto para presidente, Dilma permanece na frente, com 12% e numa tendência de crescimento. Serra aparece atrás, com 8%.
Ai está outra incongruência. Serra sobe na estimulada e isso não se reflete na espontânea?
Claro que Serra ainda tem espaço para crescer. Mas me parece que a pesquisa do DataFolha está forçando um pouquinho a barra.
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