10.5.10

Pessoas não são apenas estatísticas

Este final de semana, um crime bárbaro cometido por policiais militares na cidade de São Paulo traz à tona, de forma dramática, a triste realidade da violência policial no estado que publiquei na última sexta-feira.

As estatísticas mostram de forma fria o verdadeiro extermínio cometido por policiais em São Paulo. Mas, por detrás destes números, há pessoas com nome, sobrenome, idade, pais, mães, filhos e com uma vida que é abreviada da forma mais brutal possível.

Foi o que aconteceu com o motoboy Alexandre Menezes dos Santos, 25 anos, morto em frente à sua casa, no bairro da Cidade Ademar, na madrugada deste sábado. Ele foi espancado por quatro PMs na frente de sua mãe, Maria Aparecida, que assistiu a tudo desesperada e sem nada poder fazer.

Em nota divulgada pela PM, a justificativa para tamanha agressão foi a de que o rapaz transitava na contramão e não atendeu à ordem para parar a moto – recém comprada e que estava sem placa. Quando estacionou em frente de casa, a abordagem dos policiais foi imediata e enérgica. Segundo a nota da PM, a morte foi causada por “uso excessivo de força física”.

Os PMs foram autuados em flagrante acusados de homicídio culposo (sem intenção de matar) e estão recolhidos no Presídio Militar Romão Gomes, à disposição da Justiça.
No mês passado, outro motoboy foi morto pela PM. E o que disse ou fez o Estado? Pediu desculpas à família e pagou uma indenização pela perda.

Não sei exatamente o que traz mais indignação. Qual o preço pela perda de um filho? E as medidas para evitar que esse tipo de ocorrência continue? E não adianta continuar dizendo que a reação da polícia se deve ao maior poder de fogo dos supostos bandidos. Porque a maioria das vítimas são de jovens, estudantes, trabalhadores, pessoas humildes que estão sendo mortas pelo preconceito e pela brutalidade.

O que os tucanos têm a dizer sobre isso? Nada. Calam-se, acovardados e coniventes com essa situação. O que o senhor Geraldo Alckmin pode dizer em sua defesa, ele que governo São Paulo por 8 anos. E o senhor José Serra? É este o tipo de segurança que ele pretende disseminar no país?

Nenhum comentário:

Postar um comentário