21.11.11

O homem que encarava cabras, uma anedota sobre a escalada bélica norte-americana


Um exército convertido a cavalheiros Jedi cujas armas são o amor e a força da mente para provocar o bem nas pessoas. Este exército nasce como uma unidade clandestina dentro de uma divisão das Forças Armadas dos Estados Unidos – o maior aparato de guerra do mundo. Generais com flores em punho e coronéis hippies se lançam na empreitada de construir o Exército da Nova Terra, formado por Jedis que vão combater o lado escuro da força.

O delírio não é meu, mas do escritor Jon Ronson (livro), que teve a ajuda de Peter Straughan para transformar essa história inverossímel em filme, estrelado por George Clooney, Ewan McGregor, Jeffrey Bridges e Kevin Spacey.

Algumas situações do livro são reais, como o laboratório de cabras que eram usadas para treinamento cirúrgico, por mais bizarro que isso possa parecer. Mas as cabras são mais que cobaias, elas são a metáfora dos iraquianos invadidos pelos Estados Unidos.

Quem narra a história é um jornalista fracassado e covarde que resolve ir para o front de batalha no Iraque depois de sua esposa trocá-lo pelo editor do jornal. Lá, Bob Wilton (MacGregor) conhece Lyn Cassady (Clooney), um dos Jedi do Exército do Novo Mundo, que está numa missão tão secreta que nem mesmo ele sabe qual é. Ambos partem para o deserto iraquiano, aonde vivem situações improváveis.

Em todo saco há maças podres
O filme ridiculariza o Exército e critica a postura dos EUA de se autoproclamarem os guardiões do mundo, o governo de todos os governos, inquestionáveis por estarem acima do bem e do mal. A invasão do Iraque é utilizada como pano de fundo dessa crítica.
Mas eles também buscam mostrar que há, nos EUA, os que discordem da postura de seus governantes, os Jedi.

Mídia a serviço do poder
Depois de presenciar os poderes jedi e os abusos cometidos pelos que usaram seus poderes para fazer o mal, Bob é incumbido da tarefa de contar ao mundo toda aquela história. Falar das prisões arbitrárias, da exploração econômica contra um país que estava apenas buscando ser livre, das atrocidades cometidas pelos norte-americanos.

Bob retorna e cumpre sua missão. Envia seu “furo de reportagem” para os principais veículos de televisão, rádio, jornais e revistas, a espera de ver toda a verdade revelada. Mas, toda sua história se resumiu a uma informação jocosa de que os soldados norte-americanos colocavam a música do ursinho Barney para os presos ouvirem.

O humor de O homem que encarava cabras não é nem um pouco convencional, mas é justamente isso que torna o filme tão interessante.

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