Desta vez, a reportagem para lá de capciosa foi publicada
nesta quinta-feira, 23, sob o título TV do governo quer ter jornalistas emtodos os continentes.
A Empresa Brasil de Comunicação emitiu nota de esclarecimento publicando na íntegra a entrevista feita, para mostrar que “existem
informações no texto que não constam nas respostas da EBC. Por outro lado,
algumas informações que foram dadas para esclarecer os fatos e não foram
publicadas pelo veículo”.
A começar pelo título. A EBC em nenhum momento da entrevista
afirma que planeja ter enviados em todos os continentes. Mesmo sendo uma
aspiração legítima para qualquer projeto jornalístico que pretenda fazer uma cobertura
independente do filtro das agências de notícias, a EBC respondeu na entrevista
que “o plano de trabalho da EBC para 2012, aprovado pelo Conselho Curador da
empresa, prevê a criação de novas bases de correspondentes no exterior assim
que o orçamento permitir essa expansão”. Mais adiante afirma que “atualmente o
orçamento da EBC não permite à empresa manter correspondentes em todos os
continentes. Europa, América do Norte, Ásia e Oceania são cobertos com Agências
de Notícias. A EBC mantém apenas o serviço de correspondente na África e
América Latina onde os serviços das Agências de Notícias não costumam ter
suficiente qualidade”.
A distorção da manchete fica mais bem compreendida ao se ler
o restante da notícia, que procura desqualificar o projeto jornalístico da EBC,
ao criticar, por exemplo, o custo de R$ 543,21 mil por ano para “manter um repórter para
abastecer a TV, que tem audiência próxima a zero, e os demais veículos”.
Ao longo da notícia, a Folha se refere à EBC como estatal e
ao conteúdo veiculado nas emissoras de rádio e TV como sendo – oficiais do
governo.
O que motiva essa postura do jornal é o temor de ter, ainda
que no longo prazo, um projeto jornalístico público no Brasil que não se paute
pelas agências privadas, que não dependa de analistas e articulistas escolhidos
a dedo para emitir uma opinião de acordo com a linha editorial de seus
veículos.
Para que manter um correspondente na Argentina questiona a
Folha? Ora, imagine o medo dos Frias, Mesquitas, Marinhos e companhia bela de
que um veículo de comunicação possa mostrar um outro lado da notícia sobre o
que se passa no país vizinho que não esteja impregnado pelo tom oposicionista
que a mídia argentina e brasileira adotam contra o governo de Cristina
Kirchner?
A notícia é para lá de tendenciosa, afinal, como já dito neste blog "criar um veículo de comunicação que não esteja
ancorado nos valores e interesses do mercado e que poderia se constituir num
contraponto ao que é veiculado nas emissoras comerciais seria abrir uma brecha
no monopólio midiático que impera no país".
VIDA LONGA À TV BRASIL!!
ResponderExcluirF...-SE A FOLHA "DITABRANDA"!!