Uma reclamação geral
da população brasileira é a falta de médicos. Em uma roda de
conversa na família, com amigos, no trabalho, nas filas de espera de
hospitais públicos e privados, em reportagens de televisão, nos
debates eleitorais, enfim, a demanda pelo médico é generalizada.
O debate sobre a
carência deste profissional vai muito além das estatísticas. É um
problema sentido na pele de quem precisa de tratamento. Não basta
fazer uma conta mostrando quantos médicos por pessoa há formados no
país, é preciso ver aonde este profissional está e como a
população está sendo atendida. É fato que nas unidades básicas
de saúde pública das periferias das grandes cidades e no interior
do país faltam profissionais.
Diante deste cenário,
qual a responsabilidade do Estado brasileiro, uma vez que a Saúde é
um direito de todos previsto na Constituição? Tomar medidas para
suprir a carência destes profissionais.
É disso que se trata o
Programa Mais Médicos: buscar profissionais estrangeiros para
assumir vagas que não foram ocupadas por médicos brasileiros. A
medida não é invenção do Brasil. Outros países já praticam
políticas de atração de médicos estrangeiros e o governo foi
estudar estas experiências para elaborar o Programa, como a
Inglaterra que tem 37% dos médicos formados fora, Austrália 22%,
Canadá 17%, entre vários outros.
“Esse é um programa
para levar médicos aonde a população mais precisa para atuar na
atenção básica e não para disputar mercado com os médicos
brasileiros”, explicou o Ministro Alexandre Padilha durante
coletiva de imprensa dada a blogueiros na capital paulista no último
sábado (24).
“Nós precisamos
mudar a visão das pessoas de que a saúde se dá no hospital ou com
equipamentos, é preciso reforçar a ideia de que a saúde começa na
atenção básica”, afirmou Padilha.
Em mais de 3 horas de
entrevista, Padilha respondeu a inúmeras perguntas sobre a segurança
jurídica do Programa, esclareceu dúvidas sobre como será o preparo
dos médicos para atuarem no país, criticou firmemente a postura de
parte das entidades médicas que se colocam contra o Programa e
ameaçam a sua implantação.
Alexandre Padilha foi
muito taxativo ao desconstruir a ideia de que os médicos
estrangeiros irão tirar o emprego dos médicos brasileiros. “Esse
não é um programa que tira empregos de médicos no Brasil, pelo
contrário, ele gera oportunidade de empregos para os médicos
brasileiros”, ressaltou. Padilha explicou que o Programa priorizou
a inscrição dos médicos brasileiros, e que os médicos
estrangeiros que estão chegando irão ocupar as vagas não
preenchidas. Os profissionais de outros países não terão
autorização para trabalhar em hospitais e na iniciativa privada, de
forma a que não haverá concorrência entre brasileiros e
estrangeiros.
O ministro não
acredita que os médicos serão hostilizados. Ao ser questionado
sobre a possibilidade de haver ameaças à integridade física e
psicológica a estes profissionais, como ocorreu por exemplo na
Venezuela, que os médicos locais chegaram a atacar os profissionais
cubanos que foram atuar no País, Padilha não disse acreditar nessa
possibilidade. “O povo brasileiro vai acolher calorosamente estes
profissionais”.
“Um médico ao lado
do paciente junto da comunidade faz a diferença para o brasileiro e
brasileira. Agora quem vier falar que o Programa resolve todos os
problemas de saúde no país eu digo não resolve. Mas a presença
desse profissional é essencial, porque há locais que não tem
sequer um médico”, disse Padilha.
Assista a entrevista na íntegra
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