Bancada da Frente Ampla. Fonte: La Diaria |
Depois de um ano e meio
de discussões, nesta segunda-feira, (22/12) a Câmara dos Deputados do
Uruguai aprovou a Lei de Serviços de Comunicação Audiovisual. Com
o voto dos representantes da Frente Ampla, a lei será regulamentada
pelo governo do presidente Tabaré Vázquez.
A nova lei prevê,
entre vários outros pontos, a proibição do monopólio na
radiodifusão, definindo que cada empresa pode ter, no máximo, seis
concessões para prestar serviços de televisão. No caso de empresas
que possuam concessões na cidade de Montevideo, este número se
reduz para três. O intuito da Lei é evitar a concentração
econômica e, também, permitir mais pluralidade e diversidade, para
fortalecer a democracia no país.
Sobre o monopólio e as ameaças estrangeiras de controlar a radiodifusão no Uruguai, o presidente Pepe Mujica declarou na última semana "A pior ameaça que podemos ter é a vinda de alguém de fora, ou por baixo, ou por cima, e termine se apropriando... Para ser mais claro: eu não quero o Clarín ou a Globo sejam donas das comunicações no Uruguai".
A oposição, que representa os interesses dos conglomerados de radiodifusão,
adotam o discurso dos atuais proprietários das concessões atacando
a nova lei. O argumento é o mesmo utilizado em outros países: o de
que a regulação é uma afronta a liberdade de expressão. O debate,
realizado no parlamento Uruguaio foi tenso.
O deputado Carlos
Varela defendeu a regulação e afirmou que com a nova lei, haverá
transparência e participação social na discussão das concessões.
"Neste se outorgavam meio de comunicação sem transparência,
se convocavam jornalistas paa questionar as notícias”, afirmou
Varela referindo-se à prática corrente promovida pela direita
uruguaia. E durante os debates realizados durante a sessão que
aprovou a lei lembrou que todas as convenções internacionais de
direitos humanos colocam a regulação da comunicação como um dos
indicadores de democracia nos países. E disse: “o controle remoto
por si só não da liberdade se do outro lado não houver
pluralidade”
Outros pontos que estão
previstos na lei são a limitação de publicidade, definição da
faixa horária diária entre 6 e 22 horas para a proteção da
infância e adolescência, cota de 60% de conteúdo nacional a ser
veiculado por todas as emissoras, cria um Conselho de Comunicação
Audiovisual e um sistema de meios públicos para garantir a
pluralidade.
Um aspecto que suscitou
muita polêmica foi a criação do horário eleitoral gratuito,
inexistente no Uruguai. Para veicular propaganda no rádio e na TV é
preciso comprar o horário comercial. Isso, de acordo com os
deputados da Frente Ampla é uma distorção, já que os partidos que
não possuem recursos não têm como levar suas mensagens para a
população.
Leia também:
entrevista com Gabriel Mazzarovich, membro da Frente pela Democratização da Comunicação no Uruguai.
Concordo com Mujica, as piores empresas, para a nação, são o Clarin e a Globo.
ResponderExcluirExcelente blog parabéns!
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