Época: Doutor Google

Tomei um susto quando me deparei com a capa da Época desta semana: Dr. Google. Explico: há quinze dias, acometida por uma crise de enxaqueca, fui ao hospital em busca do sorinho milagroso, aquele que ao penetrar em nossa circulação alivia quase que imediatamente a danada da dor insuportável de cabeça.
Sou novata nessa história de enxaqueca. Tive cerca de 5 ou 6 crises. Na primeira, praticamente inutilizada, nem imaginava do que se tratava aquela dor horrível quando no hospital o médico arriscou - enxaqueca. Foi ai que descobri o bentido sorinho.
Bem, voltemos há quinze dias atrás. Fui ao Hospital 9 de Julho e passei por aquele ritual: primeiro uma pré-consulta - onde uma enfermeira mede sua pressão e tira a temperatura; para em seguida ser encaminhada ao médico de plantão. Fui atendida por um rapaz robusto, aparentemente mais novo do que eu, muito simpático que nem precisou fazer o diagnóstico, porque eu já o tinha. Enxaqueca. O médico era apenas um intermediário entre mim e o sorinho. Mas antes de me encaminhar ele fez uma breve descrição da enfermidade que é a 'doença da mulher moderna' - palavras dele. E, enquanto me acompanhava até a sala de medicação, ele sugeriu: você que é jornalista e gosta de internet, dá um google para saber mais sobre enxaqueca. Fiquei estupefata - onde já se viu um médico sugerir que um paciente procure no google informações sobre uma doença. Achei despropositado.
Mas, curiosa e até irritada por não ter pensado nisso antes, no dia seguinte ao ligar o computador fiz imediatamente a busca sugerida. São aproximadamente 216 mil resultados para o verbete. Todo o tipo de conteúdo em blogs, sites, notícias... é verdade que há informações interessantes, mas também muito disparate. Selecionar o que é ou não confiável não é tarefa fácil.
A reportagem de Época aborda a questão de forma equilibrada e ressaltando que até para surfar numa web-saúde é importante a orientação médica.