Nesta quinta-feira, as capas dos principais jornais do país trouxeram estampada a notícia da redução do superávit primário divulgada pelo governo federal.
Folha de S.Paulo – Governo terá R$ 23,2 bi a mais para gasto neste ano
O Estado de S.Paulo – Governo afrouxa meta fiscal e terá mais R$ 40 bi para gastar
O Globo – Governo reduz economia com juros para gastar mais
O tom de revolta ficou mais evidente quando os jornais tentaram vincular a medida do governo com a antecipação da campanha eleitoral de 2010, insinuando que a decisão teria cunho eleitoreiro.
A exceção ficou por conta do Valor Econômico – Corte de superávit põe R$ 40 bi na economia – que definiu a decisão do governo como “uma ousada ação anticíclica para tentar manter a economia em crescimento”.
O anúncio do corte de 3,8% para 2,% do PIB como meta do superávit primário em 2009 foi feito pelos ministros Guido Mantega, do Planejamento, e Paulo Bernardo, da Fazenda e vai colocar R$ 40 bilhões a mais na economia nacional. Com essa cifra, o governo poderá manter investimentos em infraestrutura, programas sociais e, o que está irritando ainda mais os conservadores, garantir o cumprimento dos acordos de reajustes salariais aos servidores. Em situações de crise econômica é ainda mais importante injetar recursos na economia para reverter o cenário de desaceleração e conter a crise.
As metas de superávit primário foram estabelecidas após pressões do FMI – Fundo Monetário Internacional, para garantir que o governo brasileiro tivesse condições de honrar o pagamento das parcelas da dívida pública. O arrocho fiscal – chamado pela mídia e pelos setores conservadores de responsabilidade fiscal – retira recursos da economia real, deixando o governo engessado para fazer investimentos e promover a aceleração econômica.
O que a mídia não divulga, porque tem interesse em ver a economia nacional ir à bancarrota para desgastar o governo e dar melhores condições de uma vitória da oposição nas eleições de 2010, é que muitos países não só não adotam o superávit primário como ao contrário, acumulam déficits orçamentários. Estados Unidos e alguns países da União Européia, por exemplo, têm baixas taxas de juros, não aumentam os tributos (os EUA, pelo contrário, os reduzem), e protegem seus países contra a entrada de produtos importados. Tudo isso para induzir o crescimento econômico interno.
Mas claro que a mídia esconde isso. Imagine o desastre que seria para o projeto da direita ter um Estado forte, em condições de fazer investimentos maciços na infraestrutura, disponibilizando recursos nas áreas sociais mais sensíveis como Saúde, Educação e Moradia, para incluir centenas de milhares de brasileiros pobres, e que amplie programas de geração de emprego e renda.
Ave Maria! Seria um horror! Por essas e outras que se proliferam as Reginas e Danuzas cheias de medo dos avanços das políticas de inclusão e democracia, como tem denunciado o jornalista Rodrigo Vianna em seu blog Escrevinhador.
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