11.9.09

100% Favela

Numa vasta extensão
onde não há plantação
nem ninguém morando lá
cada um pobre que passa por alí
só pensa em construir seu lar
e quando o primeiro começa
os outros, depressa, procuram marcar
seu pedacinho de terra pra morar
E assim a região sofre modificação
fica sendo chamada de nova aquarela
e aí que o lugar então passa a se chamar
Favela.
Padeirinho e Jorge Pessanha

Tratada com preconceito pela sociedade e desprezada pelos governantes, a favela e seus moradores fazem parte da realidade que todos querem esconder. Por mais que ela esteja integrada à cidade – a favela não está só na periferia ou nos bairros pobres – pouco realmente se sabe dela que vá além da fachada de casas e barracos amontoados e dos estereótipos reproduzidos em filmes e novelas.

A imagem que se tem da favela está muito distante da desenhada no samba de Padeirinho e Pessanha, e está mais próxima da fria descrição que encontramos no Aurélio “Conjunto de habitações populares toscamente construídas (por via de regra em morros) e desprovidas de recursos higiênicos”.

Não é de se admirar que se tente “proteger” a sociedade das favelas, construindo verdadeiros “cordões sanitários” em torno destas, como a recente iniciativa carioca de murar 11 favelas de “bairros nobres”.

Quebrar o preconceito e romper os estereótipos construídos para mostrar que na favela não tem só “bandido, traficante, maloqueiro, depredadores, arruaceiros” e toda sorte de adjetivos depreciativos que se possa encontrar é um desafio enorme.

Alguns projetos sociais – infelizmente de pouco alcance e que sofrem da mesma invisibilidade que tentam impor às favelas – podem ajudar a colocar um tijolinho nessa reconstrução simbólica e social de um espaço urbano que precisa de políticas públicas e atenção social.

É o caso do projeto Wikmapa desenvolvido por jovens de escolas públicas que estão mapeando a favela “por dentro”. Veja reportagem da TV Brasil



Para ler mais sobre favela
www.observatoriodefavelas.org.br
www.favelaeissoai.com.br

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