1.2.10

Confecom, o lamento dos derrotados

Onde há vitoriosos há também os derrotados. E, no caso da Conferência de Comunicação os da última categoria são aqueles que erradamente apostaram na explosão da Confecom e se retiraram da sua construção. Refiro-me à Abert, Aner, ANJ e as entidades empresariais que representam os interesses de empresas como a Rede Globo, Folha de S.Paulo, O Estado de S.Paulo e outros veículos que se negaram a participar do debate democrático sobre as comunicações.

Quando se retiraram, lá atrás, da Comissão Organizadora Nacional, na esperança que o cheque mate fizesse o governo recuar e desmobilizar a conferência, estes setores assinaram um atestado de intolerância e derrota.

Em décadas de hegemonia informacional, onde eles construíram uma imagem estereotipada dos movimentos sociais – os extremistas, radicais, intransigentes, baderneiros e toda a sorte de adjetivos pejorativos – o que eles conseguiram com a postura que tiveram durante a conferência foi mostrar que os intransigentes são eles. Ou seja, não estão dispostos a participar do diálogo democrático. Querem calar a todos. Foram de certa forma calados.

Nos editoriais que têm publicado nos últimos dias, essas emissoras tentam a todo o custo deslegitimar a conferência, num lamento desesperado de quem foi derrotado por ter aberto mão da prerrogativa de influenciar o debate político.

Estes segmentos da grande mídia estão, a cada dia, mais isolados. Emissoras como a Bandeirantes e a Rede TV que estão presentes na conferência vieram defender seus interesses. Não correram amedrontados.

A decisão de realizar periodicamente novas edições da Conferência vai exigir outra postura desse segmento. Na sociedade da informação, num mundo digital no qual se desvanecem e se misturam os papéis de receptor e emissor, não há mais espaço para unilateralidade no processo comunicacional.

Eles podem continuar lamentando, mas não têm outro caminho a não ser mudar de postura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário