No balcão das apostas pré-eleitorais, os otimistas perderam e os pessimistas – os que apostaram no segundo turno – tiveram aquela vitória indesejada.
Agora é levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Tudo isso com a serenidade e a coragem necessárias para fazer os ajustes na linha de campanha.
A reunião realizada ontem em Brasília com os aliados e principais dirigentes partidários da campanha de Dilma Rousseff foi uma iniciativa importante. E um dos aspectos centrais do debate foi como atrair Marina e o PV.
Não que essa deva ser uma questão a ser menosprezada. Marina teve 20% dos votos e sem dúvida seu posicionamento terá um grande peso na balança do segundo turno. Mas eu acho que mais do que atrair a Marina e o PV, é preciso discutir como atrair os eleitores de Marina. Ué, mas não é a mesma coisa? Eu acho que não.
Por que votou na Marina?
Os motivos para votar em Marina Silva podem ser variados, mas acredito que é possível encontrar um fio condutor que una esses eleitores – um desencantamento da política, dos escândalos, do status quo representado pela polarização entre PT e PSDB.
O fato de Marina indicar seu apoio a Serra ou Dilma não transferirá, de forma automática, os seus votos para um ou outro. Para conquistar esse eleitor, será preciso dialogar diretamente com eles, sem intermediários, procurando compreender suas demandas e motivações. Não vejo essa preocupação ainda. Talvez esteja muito cedo.
Armações ilimitadas e despreparo
Outra preocupação é evitar migração de votos em função de denúncias, balões de ensaios e boataria anti-Dilma. Acho que a campanha foi inocente nesse campo durante o primeiro turno. O caso Erenice e a discussão sobre o aborto podem ter sido apenas um aperitivo no rol das maldades tucanas para evitar a vitória de Dilma.
É preciso ter mais personalidade política, rapidez e jogo de cintura no tratamento de temas polêmicos, sem descaracterizar a trajetória da candidata. Por exemplo, no debate da Rede Globo, na véspera da eleição, perguntaram para Dilma porque ela era contra a redução da jornada de trabalho para 40 horas. Ela gaguejou e no fim não soube o que responder. Esse tipo de despreparo não pode mais haver.
A bem da verdade, se a Marina se mantiver neutra nessas eleições, nas próximas, ela concorrendo nas próximas, ela vai vir como uma forte candidata, mas por enquanto... infelizmente temos que escolher entre o a "populismo barato" e o "elitista".
ResponderExcluirSe puder, visita o meu blog: http://mpjovem.blogspot.com/
concordo Mieli. tenho visto os debates e Dilma vem melhorando , mas esta muito aquem do que poderia e deveria estar, perante o projeto muito superior que representa. E errado nossos camaradas ficarem dizendo: ela foi muito bem, fo muito bem.... se na verdade ela comete estes pequenos deslizes, e os detalhes são importantes. Uma gaguegajada não muda o projeto que ela defende e a grande presidente que ela será, mas complica a disputa eleitoral, pra grande maioria do eleitorado que sente na pele as mudanças de Lula mas não consegue ter uma consciencia mais avançada pra comparar projeto de nação. Estes deslizes não podem ocorrer no debate da globo dia 29/10/2010. Vila a luta e a vitória da Dilma e do povo.
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