17.2.12

E agora São Paulo?


São Paulo: o apóstolo dos gentios, um dos santos mais importantes da Igreja Católica; clube de futebol tri-campeão do mundo; cidade com 11 milhões de habitantes; o mais importante estado brasileiro. Seja como for, São Paulo sempre é grande e cheio de problemas.

Mas a pergunta, nesta oportunidade, pode ser melhor formulada assim: Quais serão os acordos firmados nos bastidores da política paulistana para as eleições de outubro de 2012? Tudo indica que, pelo andar da carroagem, ressuscitarão a candidatura de José Serra para anular os anseios petistas de ganhar a prefeitura. Não haverá uma terceira via como alternativa forte o suficiente para colocar um basta na polarização PSDB-PT que se arrasta por mais de 2 décadas na cidade, e o debate de projetos para a São Paulo ficará secundarizado mais uma vez.

O maestro deste cenário político-eleitoral foi o atual prefeito Gilberto Kassab. Um político que até pouco tempo era inespressivo e que deve muito da sua projeção ao amigo Serra. Justiça seja feita, Kassab nunca negou isso para ninguém.

Desde que iniciou os contatos para preparar a sua sucessão na prefeitura, Kassab sempre deixou claro em todas as conversas, com todos os partidos, que num cenário em que Serra fosse candidato ele o apoiaria. A questão é que ele sempre fez questão de registrar que considerava essa possibilidade inexistente. Na sua avaliação, Serra não concorreria à prefeitura paulistana novamente, em nenhuma condição.

Muitos subscrevemos essa avaliação. Erramos todos os que apostavam na ausência de Serra na disputa. Erramos todos que acreditaram que o PSDB viria fragilizado para as eleições, com um candidato sem prestígio e com pouca viabilidade eleitoral. Os tucanos abririam mão, de entrada, da prefeitura da maior cidade do país??? Abdicariam de deslocar a correlação de forças eleitoral em seu favor, como se a ocupação da prefeitura de São Paulo não desequilibrasse o cenário político nacional a favor do partido que estiver a sua frente?

Entre inocentes e espertos, o povo da maior cidade do país pode ser mais uma vez coadjuvante nesta disputa.  

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